sábado, 27 de junho de 2015

Capítulo 55 (parte 1)



O trabalho não foi muito demorado, mas pela hora, tive que almoçar lá. Foram todos e eu agradeci por não ter aceitado o convite do Luan, seria a única 'furona'. Cheguei em casa quase 15h00 e tive uma ideia. Ele disse que teria que viajar cedo, mas, vai que acontece dele ainda estar em casa? Liguei pra ele e na segunda chamada, ele atendeu.

- Oi, amor. 
- Rafa, você ainda tá em casa?
- Tô indo pro Jatinho. Como tá o trabalho aí?
- Eu já tô em casa. Te liguei porque achei que você ainda estivesse em casa, aí eu iria... Mas deixa. Boa viagem, meu amor. Tchau..
- Não, espera. Você quer vim? 
- Queria.
- Se arruma, eu tô indo te buscar.
- Mas Rafa...
- Arruma a mala rápido! 
- Você vai se atrasar, menino! - ri.
- Eu sei do que faço. Vai, se arruma logo. Tô indo te buscar. 
- Tá! - desliguei rindo. 

Corri para arrumar minhas malas. Fui pegando algumas roupas e literalmente jogava dentro da mala. Peguei minhas bolsinhas - nisso eu era organizada -, minha nécessaire e todas as outras coisas que precisaria. Corri para tomar banho e bufei ao ver que teria que viajar com a minha menstruação vindo muito. 

Estava me arrumando quando Duda veio me avisar que Luan, Rober e Well tinham chegado. Me apressei. Quando já estava descendo, Rober se apressou e veio falar comigo primeiro que Luan. Pediu para que eu levasse meus equipamentos de filmagem, iria precisar da minha ajuda e sabia que eu tinha quase tudo. Atendi seu pedido e subi novamente, para pegar. Já com tudo, Wellignton me ajudou com a mala e eu finalmente, fui dar um beijo no meu namorado. Estava de salto e fiquei menos baixinha, o que facilitava nosso beijo.

- Como foi lá, o trabalho? - perguntou cheirando meu pescoço. - Cheirosa.
- Foi legal. - disse simples. 
- Hum.. E quem tava lá?
- O pessoal, ué.
- Tá, mas quem?
- Você não conhece.
- Mas eu não posso saber? 
- Só que não vai fazer diferença..
- Então tá. Não quer falar, não fala.
- Você diz que eu tô estranha, mas é você. Olha aí, nunca quis saber dessas coisas.
- É seu dia dia. Não posso saber?
- A questão é: você nunca quis saber.
- Não exagera.
- É meio difícil você fazer essas perguntas.
- Mas eu tô fazendo.
- Aí, Luan. Vamos viajar, né?! Vamos! - selei seus lábios. 
Peguei na sua mão e o puxei. Minha mãe nos desejou uma boa viagem e avisou que Rober e Wellignton já estavam no carro.

Fui conversando algumas coisas com o Rober e ele explicou porque me pediu aquilo. Ajudaria a gravar "os bastidores" da rotina do Luan, para postar no Instagram. Ocorreu um problema com o bicuço e tivemos que esperar um pouco. Aproveitei para ajeitar todos os equipamentos (já começaria a gravar) e para pôr meu celular pra carregar. 

Estava mexendo no Instagram e devido aos comentários na minha última foto, decidi postar algo que mostrasse que estávamos juntos. 

tatalbuquerque Job de hoje! Nova integrante da LS.  

                             
                               ♥ 706
                             

Assim que chegamos na cidade que Luan iria fazer o show, a saída do aeroporto já estava cheia de meninas. Liguei a câmera novamente e quando o Luan colocou a cabeça e as mãos para fora, a gritaria triplicou. Fiquei gravando dali e percebi bateram no vidro da janela do outro lado. Olhei e era uma menina. Abri a janela e ela sorria nervosa. 

- Oi Tatá! Sou dona de uma união pra você. ''Tanarizamos'', lembra? Você deu os parabéns. 
- Lógico que lembro, mulher! - ela se aproximou mais nervosa ainda. 
- Eu te amo tá? - assim que ela falou isso me assustei, não era acostumada a ouvir pessoas que não tenho muita intimidade, e a única "fã" minha que tinha intimidade assim era a Pri, mais ao mesmo tempo que foi assustador, foi bom, ne senti confortável e foi impossível segurar o sorriso. Chamei ela da janela mesmo e demos um "abraço" meio desajeitado. Era meio impossível eu descer ali. 
- Ai que linda! Obrigado lindona. - falei sofrendo e podemos conversar um pouco. Tiramos fotos e ela gravou alguns vídeos nossos. Primeiro mandei beijo pro FC e depois ela foi falando os nomes das pessoas que participavam da união. Não lembrava se seguia, mas se caso não seguisse ainda, prometi que seguiria. 

(...)
- Vamos, Tatá! - Luan me apressava já para irmos pro local do show. 
- Já tô terminando, amor! - coloquei meu sapato e pronto, estava pronta. Tirei uma foto e postei de imediato. Escolhi um macaquinho verde, com um decote e um recorte em renda.

tatalbuquerque Ver o cantante cantar!  

                              
                                              

 larihfernandes_ MEU DEUS 
 fecenho Que princesa meu deus 
 lunara QUE LINDAAAA 
 bruna.vitoria152 Como uma mulher pode ser tão linda assim mds 
 tanarizamos Pude provar da sua simpatia.. Mais maravilhosa do que eu imaginava.. Muito obrigada pelo carinho e pela atenção.  Cadê o follow, hein? Vem dá uma olhadinha no fc. Te amamos!  @tatalbuquerque 
 brilhols me segue mo? 


Fui no FC e segui. Curti várias fotos (incluindo as de hoje) e comentei algumas, agradecendo pelo carinho. 

Marquinhos, Douglas e mais alguns amigos de Rafa tinham vindo ver o show dele, já que era perto de Campo Grande. Eu amei a ideia. Gostava da alegria que ele trazia pro Rafa é bom, pra mim também, já que nos dávamos muito bem! Eu e Marquinhos principalmente. Tínhamos algo em comum: éramos extrovertidos. Não demorava nada para começarmos a nos zoar. 

Rafa tinha ido atender a imprensa e os fãs e resolvi ficar no camarim, junto a Marquinhos 

- Tô morta!! - falei sentando no sofá dali. 
- Cê não faz nada da vida e se cansa, vai entender - ele riu e sentou do meu lado. 
- Se quiser, já pode começar minha massagem - falei fazendo graça e estendendo meus pés. Me surpreendendo, ele pegou meus pés. Sob meus olhares surpresos, tirou meu salto e começou a fazer a tal massagem. 
- Me dá o creme aí, pra mim fazer direito. - falou realmente massageando. 
- Sério? - perguntei rindo por sua atitude
- Sério uai - riu e do nada ficou meio tenso. 
- Será que o Luan vai ficar com ciúmes?
- Luan? Ciúmes? - ri. - Claro que não!
- O Luan sempre foi ciumento com as namoradas. Vai que ele viu eu fazendo isso? - riu nervoso.
- Marquinhos, Luan nem viu e se visse, não falaria e nem sentiria nada! Ele não tem ciúmes de mim.
- Mas Tatá, quem gosta sempre tem ciúmes.. É natural.
- Vamos supor então que ele não goste de mim! - riu. - Deixa de ser bobo!
- Então, me da logo esse creme, muié! - riu divertido. 
Me levantei e peguei um creme que sempre carregava na minha bolsa. 
- Luan nunca fez uma massagem em você?
- Não. Que eu me lembre não. 
- Quero trinta reais por hora
- Não quer cem, não? - perguntei irônico e ele riu, continuando com a massagem. Estava deliciosa. 
- Seu esmalte tá saindo, ohh. - apontou pro meu dedão. 
- Não fui na manicure ainda, eu me arrumei na pressa. Mas se quiser arrumar, fique a vontade, baby - falei e ele gargalhou. 
- Aí, Tatá, você é uma onda. - balançou a cabeça negativamente. 
- Passa pouco que esse creme é caroo! - reclamei quando ele pegou para pôr mais um pouco. Do contra, ele despejou na mão e eu fiz bico, enquanto ele ria. 
- Se eu te falar uma coisa, não conta pro Luan?
- Claro, fala ai.
- Você é bem simpática, legal, bonita... Acho que se o Luan não tivesse chegado primeiro, eu tentaria algo. - falou com o ar cafajeste e eu soltei uma gargalhada. 
- Obrigada... Pode ficar tranquilo que eu não vou falar pra ele. Do jeito que ele é ciumento, poderia te bater! - sussurrei irônica e ele ficou sem graça. 
- Você entendeu, Tatá! Sou seu amigo.
- Eu sei, bobo. - ri. - Sabia que antes de te conhecer, tinha uma tara por você? Longe do Erick, claro. Eu e Cris achávamos você fofinho.
- Fofinho? Poxa, Tatá. 
- Sério! Falávamos que pegaríamos. 
- Isso seria uma queda por gordinhos? - perguntou convencido e eu fiz uma cara 'pensativa'. 
- Talvez.. 
- Atrapalho? - Luan entrou do nada, nos assustando. 
- Claro que não, amor. - disse normal. - Olha como o Marquinhos é maravilhoso! - apontei pro meu pé e ele continuava alisando. Aquilo estava uma delícia! Suas mãos eram fofinhas e melhorava ainda mais a sensação. 
- Uia! Quê isso? Massagem? Tá tão bom assim? - ele perguntou, sorrindo amarelo. 
- Tá maravilhoso, Marquinhos tem mãos de deuses! - falei super natural, afinal, ele não era de ter ciúmes e ainda mais com um amigo dele. 
- Cara, a Tatá tava me contando... Sério que você é dono de um ciúmes doentio? - perguntou irônico e eu soltei uma gargalhada. Rafa passou a mão no cabelo, sem entender. 
- Uai... Sou, é? Acho que não. Mas por quê? Deveria ser? - perguntou sério e eu e Marquinhos nos olhamos. 
- Sei lá.. - Marquinhos falou brincalhão e eu ri. - Já posso ir, madame? 
- Claro que não! - neguei prontamente, não querendo que aquilo acabasse. Meus pés estavam agradecidos eternamente. 
- Acho melhor vocês deixarem essa massagem pra outro dia! Preciso mostrar uma música pro Marquinhos.
- Oxe! Você mostra pra gente enquanto ele continua. 
- Pro Marquinhos, não escutou? - falou grosso e eu me assustei. 
- Credo. - me ajeitei no sofá, tirando meu pé das mãos de Marquinhos. 
- Vai logo, Tanara - falou impaciente e eu estranhei. 
- Credo, Luan. Deixa de ser grosso! Já tô saindo... Obrigada, Marquinhos - dei um beijo em sua bochecha e saí. 

Luan's POV

- Cara, você foi muito grosseiro com a Tatá. - Marquinhos disse um pouco assustado e eu não sabia o que dizer. Fui grosso, mas não sei que motivo provocou aquilo e eu já estava arrependido. 
- Por que você tá chamando ela de Tatá? Que intimidade é essa? Não me contaram a novidade. - falei sério e ele arregalou os olhos. - Tô brincando, cara! Eu não tenho ciúmes mesmo. Acha que eu teria de você? - ri.
- Mudando de assunto, cadê a música cara? - ele falou, levantando. 
- Que música? - perguntei, desviando do assunto, a música na verdade foi uma desculpa pros dois parar com aquilo. (não que tenha me incomodado) 
- Ué, você não ia me mostrar uma música, Luan? - ergueu uma sombrancelha e eu engoli seco
- Pera, tá no celular, deixa eu ir ver. - peguei o celular e fiquei mexendo, fingindo procurar algo que não existia. 

Tanara's POV. 

Assisti todo o show ao lado de Marquinhos e não sei como, conseguimos aumentar nossa afinidade. Ele comentou comigo que estava planejando uma dupla com o Douglas e eu fiquei espantada com a ideia, mas também mega animada. Douglas e os amigos ficaram próximos de nós e já estavam animados. Marquinhos era o que eu mais me dava "bem" e disse que eles estavam planejando uma saída. Perguntei se ele iria e ele afirmou, prontamente. E, por fim, consegui arrancar outra informação: eles estavam querendo arrastar o Luan. Não me importei. Ele com certeza não aceitaria! Estávamos voltando de uma briga agora e bom, ele exclamaria que eu não deveria estar no meio de homens. Sobrando a alternativa que voltarmos para o hotel e dormimos juntinhos. Não estava com raiva dele pela grosseria de hoje mais cedo, para sua sorte.


Me perdoem a demora! Mas eu estava em semana de prova e na quarta-feira, tive uma notícia muito triste! Cris Araújo e Allana faleceram. Bom, eu amava eles e fiquei muito abalada. Chorei na aula e tudo mais... Foi muito difícil, eu realmente gostava MUITO dele, carinho gigantesco. Aliás, minha ficha ainda não caiu... Enfim! Outra coisa que vocês não sabiam: ele esteve presente em toda a fanfic. A música que o Luan fez pra ela, ''Blackout'', é dele. Nos inspirávamos em músicas dele e tínhamos situações futuras envolvendo ele e as músicas. Inclusive, ele apareceu no 50 e no 51. Aí gente... Muito triste, mesmo ): Estou falando tudo isso para avisar que em respeito à sua memória e para não nos machucar mais, não falaremos mais dele na fanfic. Fiquei horrorizada com os vídeos e peço que ele esteja em paz, ao lado do seu grande amor e de Jesus Cristo. Todos estão de luto ): Mas são as escolhas de Deus e só ele pode confortar os corações de quem realmente está sofrendo com essa lastimável perda. Ele cumpriu sua missão e deixou seu legado. Fica nosso carinho e nossa admiração... 
Decidi dividir o 55 em duas partes, iria ficar muito grande; estou com bloqueio e decidi postar só o que tinha pronto. Obrigada Ju pela ajuda, de verdade! Beijos, meus amores. 




sábado, 20 de junho de 2015

Capítulo 54

Acompanhei minha mãe e quando cheguei, a procurei e não encontrei. Cumprimentei minha sogra e ela avisou que ela tinha ido dar uma volta. Falei que ia procurá-la e elas apenas concordaram, rindo da nossa situação. Andei, olhei.. e nada dela! Entrei em uma das salas e a achei. Discutimos e já deu pra perceber que não seria tão fácil amolece-la. Por um deslize, acabei quebrando seu zíper e seu vestido não fechava mais. Como minha namorada é louca, ela simplesmente decidiu tirar a roupa. Improvisou uma saia e como vi que ela realmente sairia assim, a cobri com meu casaco.

Saímos sem avisar ninguém e sem trocar nenhuma palavra. Pegamos a Duda no colégio e ela vinha vibrante e não parava de contar fatos decorrentes da escola. Tocou no assunto ''aliança'' e Tatá soltou uma indireta direta pra mim. Fiquei pensando e como sou esperto, juntaria o útil ao agradável. Pedi o estojo da minha cunhada e peguei o precisaria. Peguei uma folha de papel e em dentro de minutos, meu anel de compromisso estava pronto. Coloquei-o na sua mão e como previa, ela riu boba, já derretida. Mas aquilo ainda não era o suficiente. Retomei nossa conversa, com muito cuidado. Falei algumas coisas e ela correspondeu. Após um beijo sob reclamações da Duda, me aliviei ao saber que realmente tínhamos feito as pazes.

Depois que chegamos em casa, ela começou a me zoar. Falando do anel de papel e de quesitos financeiros. Ela falou algo envolvendo homossexualidade e eu lembrei de um item das nossas lunarisses. “7 Lunarisses... Gravar nós dois bêbados, enfrentar os medos: brinquedos e terror. Aprender a tocar violão, andar de moto com a gata dirigindo... As pegadinhas e as comidas... E, as 7 safadezas.”

Flashback on:


- Cada um vai ter que armar uma pegadinha...
- Como assim?
- Eu te trollo e você me trolla. Mas tem que ser bem feita!
- Cê vai gravar tudo isso?
- Vamos. - mordeu os lábios.
- Na pegadinha eu vou ganhar..
- Vai nada!
- Vamos ver. - falei convencido. É claro que eu ganharia. 


Flashback off.

Lembrei e tive uma ideia. Que tal essa trollagem ser agora? Comecei a falar que eu era bissexual e de primeira, ela agia como se fosse uma brincadeira, mas diante minha seriedade, ela começou a acreditar e se assustar. Eu dava gargalhadas por dentro e fazia de tudo para não deixar nenhuma risada escapar.

- Eu não acredito que você é gay! - disse nervosa e eu, mais uma vez segurei minha risada.
- Não exatamente gay, eu sou Bissexual..
- Piorou! Para de graça, Luan. - sentou, me olhando.
- Eu tô falando sério. - tentei olhar nos seus olhos, seria fatal. Acabei conseguindo e ela abriu a boca, me olhando surpresa. - Posso contar com seu apoio? Não quero de maneira alguma, que nosso relacionamento acabe. - fui mais ator ainda e ela abriu a boca várias vezes, na tentativa de falar algo, mas não saía. Me olhava desconfiada, mas tinha quase a certeza que ela estava caindo.
- Então se você é gay.. Quem é aquele que eu transo? Ali não tem nada de gay.
- Eu incorporo um personagem, pra te satisfazer. Mentir e te deixar na mão, seria injustiça demais. - disse cínico e ela abriu a boca novamente, indignada.



- Você só pode estar tirando onda com a minha cara.. - negou.
- Já me arrependi de ter te contado, deveria continuar escondendo. - abaixei a cabeça, fingindo tristeza. O que eu mais queria naquele momento era rir.
- Então é verdade? Você não gosta de transar comigo? - balancei a cabeça como um 'mais ou menos' e ela me olhou estarrecida.
- Então meus orgasmos foram resultados de uma encenação, para ser justo e não me magoar? - colocou o indicador no queixo, analisando, Apenas tombei a cabeça pro lado e fiz bico, balançando a cabeça positivamente.
- Isso seria um bom motivo para uma possível depressão? - encarei o chão, me surpreendendo com meu talento. - É, seria...
- Tatá.. - falei carregando um drama e ela levantou.
- Eu te defendi esses anos todos pra nada?
- Olha, eu.. - continuei tentando transparecer seriedade.
- Vai se foder. - levantou, irritada.
- Eu não queria que fosse assim... - continuei, prestes a rir.
- Já que você resolveu abrir o jogo, é justo que você prove, né?
- Hã?
- Vai lá no quarto do Gabriel e dá um beijo nele. - falou esperta e eu engoli seco, já vendo minha brincadeira acabar.
- Ele não faz meu tipo...
- Então tá. - balançou os ombros. - Não tem problema você ser bi...
- Sério? - estranhei, ainda atuando.
- Claro que não. Cada pessoa tem o direito de ter seu gosto e fazer suas escolhas.
- Fico aliviado com isso. Mas você não ficou chateada?
- Eu? Claro que não! - riu.
- Mas e o trem de fingir naquelas horas..
- Quê? Ué, estamos quites.
- Como assim quites?
- Você fingia entusiasmo de um lado e eu, bom..
- Você? - perguntei sem entender.
- Ah, Luan.. Fingir também.
- Fingir?
- É, né... Orgasmos. - falou simples, sorrindo. - Você contando isso, eu me sinto confortável para contar isso também.
- Você finge orgasmo? Que porra é essa? - disse alterado.
- Você não se importa, né? Como agora somos do mesmo lado...Acho que posso confiar! Já fingiu pra algum boy? Ou eles sempre mandam bem?
- Acabou a brincadeira, tá? Eu não acredito que você finge orgasmo.
- Que brincadeira? Pensei que estávamos falando sobre sua escolha sexual... - sorriu cínica.
- Tanara, você sabe que eu estava brincando. Me conta essa história direito!
- Estava? Nossa amor, me pegou direitinho hein.. - riu, debochada.
- Para de graça. Eu sempre achei que você fosse verdadeira...
- Nenhuma mulher é sempre verdadeira.
- Que vezes que você fingiu?
- Isso você nunca vai saber! - riu e levantou. - Vou tomar banho! Você já pode ir pra globo, Luan. Me deu até raivinha de você. - sorriu convencida e entrou no banheiro.

Fiquei lá pasmo, me sentindo um idiota. Ou ela entrou na brincadeira ou ela sempre fingiu orgasmo e caiu no 'jogo verde'. Fiquei nervoso, por imaginar que ela tenha fingido. Fui até ao banheiro com uma certa agilidade, eu precisava tirar aquilo a limpo. 

Entrei no banheiro e dei de cara com um pacote de absorvente, me fazendo, literalmente, 'broxar'. Olhei pra ela que tomava seu banho, me encarando.

- Me conta... Depois das nossas transas, você ia encontrar outrOS? -deu ênfase  no 'os' me olhando e riu, cínica. 
- Vai se foder! - falei saindo do banheiro e deitei na cama. Ouvi ela gritar "meu namorada é gay" e começar a rir, bufei. Não era possível.

Tanara's POV

Logo fui entrando no jogo do Luan. Mas claro, logo depois de realmente acreditar que ele era gay.  

Perguntei ele, sobre os orgasmos que ele tinha e o lindo, respondeu que eram apenas uma encenação; me fazendo ficar com uma tremenda raiva e, revidar aquela brincadeira sem nexo e bastante sem graça. Respirei aliviada, dizendo que estávamos quites, pois agora também não precisaria fingir e a máscara dele caiu, fazendo-o ficar extremamente nervoso. Fui para o banheiro e vi que minha menstruação tinha descido. Peguei um absorvente e logo guardei a embalagem, deixando o que peguei na pia. Entrei no boxe e liguei no frio, eu tinha ficado nervosa com aquilo. Saber que seu namorado é gay, é horrível! Acreditem.

Ele veio me questionar, mas antes, o zoei mais um pouco.

Sai do banheiro já de calcinha, - eu deixava algumas lá, para se acontecem algum incidente, como esse -. O ignorei e fui para o closet, escolhendo  uma roupa bem solta. Passei meus produtos e a vesti. Coisa apertada nesses dias não cola! Amarrei o cabelo e o olhei, ainda rindo.

- O que foi, amor? - ele estava pensativo e emburrado.
- Não gostei de saber disso.
- Disso o quê? - sentei na cama. 
- Que você finge. - falou indignado e eu ri.
- Você tem show amanhã, né?! - tratei de mudar de assunto rápido.
- Tenho. Tenho que viajar cedo..
- Hum..
- Acho melhor você ir arrumando suas coisas.
- Por que?
- Porque sim.- falou o óbvio e eu entendi. Ele estava pensando que eu iria.
- Amor, eu não vou.
- Como não vai?
- Não indo.
- Claro que vai. Amanhã é sábado, você não tem faculdade.
- Mas, eu tenho um trabalho em grupo e a galera marcou para amanhã, cedo.
- Você sempre faz essas coisas pelo celular, pra poder ir comigo. 
- Mas dessa vez não dá.
- Sério, Tatá?
- Sério. Você entende, né?! 
- Entendo.
- Além do mais, eu odeio viajar quando tô naqueles dias..
- Desceu?
- Desceu. 
- Hum.. - me olhou chateado e eu me aproximei, o beijando. 
- Você entende de verdade? - questionei, ao ver sua cara emburrada.
- Não. Mas o quê adianta? De uns dias pra cá você anda mudada e agora só faz o que acha melhor pra você.
- Mudada? Eu não tô mudada! 
- Qual é, Tatá? Você nunca deixaria de viajar comigo pra fazer um trabalho em grupo.
- Isso se chama responsabilidade. Meu compromisso! Não giro em torno de você.
- Sem contar das outras coisas... Não atender o telefone e esquecer de mim, por causa de um show.
- Luan, já conversamos sobre isso..
- Você está bastante mudada e não adianta negar.
- Só acho que preciso me valorizar um pouco, né?! Você sempre foi o desleixado da relação. Só eu me importando, não rola.
- Eu sempre me importei com o nosso namoro! 
- Amor, já estamos brigando de novo...
- É, não quero brigar de novo.
- Acho melhor você ir embora. 
- Por que?
- Não escutou que eu estou naqueles dias?
- Escutei, uai. Mas eu não durmo aqui só pra gente transar. Você tem essa imagem de mim?
- Sei lá, Luan.
- Vou dormir aqui, com você.
- Você não vai me convencer de viajar, tá?
- Tá. - beijou meu rosto. 

Começamos a nos beijar e passamos a noite assim, agarrados e matando a saudade. Briga sempre traz a pior das saudades... A necessidade um do outro aperta e não vemos a hora das pazes. Nessas horas, vale até a pena brigar. Os carinhos após as pazes, sempre são mais intensos e esse momento, é sempre muito gostoso. 

Acordei primeiro que ele. Dormimos de uma forma estranha, mas por incrível que pareça, era um contato muito aconchegante para os dois. 

Corri para meu banho. Tinha realmente que fazer esse trabalho, na casa de um dos meus colegas. Mais uma vez optei por uma roupa confortável e fui obrigada a deixar meu namorado dormindo. Tomei café e antes de entrar no carro, tirei uma foto. 

tatalbuquerque Bom diaaa! Sábado de sol! ️ Quem ama? Eu. Mas no momento, preferia ficar dormindo com meu amor.  #NãoVaiArrumarACama #ToSabendo #MasTudoBem 

                                
thiswesley Linda viuuuuu
thiswesley Amor 
brilhalunara Bom diaaa deusa!  
porvcluan_ Tá feliz pq deu né kkk 
mylifeluans Passa na cara mesmo que ele te comeu e dormiram juntos.. 
charmbyls Namorados se comem e dormem juntos ;) @mylifeluans
robertamichelle Bando de invejosa! Queriam estar no lugar dela. Ele dormiu aí, Tatá? Fode pra caralho, né? Adorooo  

citandoverso EI VOCÊ QUE GOSTA DE BELAS FRASES MOTIVADORAS, UM STATUS DIFERENTE? AQUI VOCÊ TEM TUDO ISSO  
legadols O que tem ela falar isso? Há mais de 9 meses eles dormem juntos e vocês continuam com essas babaquisses. A menina não pode citar nada, que já é pra se amostrar? Deixem de ser chatas, vão transar também!  
lunara EXATAMENTE. Arrasou!  @legadols  

lunara Bom dia meu amooor  Fica dormindo com ele, ué.. Deixa pra estudar depois 
legadols @lunara ME RESPONDENDO? POSSO MORRER?  QUER SER MINHA DINDA?  



Mandei mensagem para o pessoal e agilizei. 
Queria muito viajar com ele, mas no momento, eu precisava pensar nos meus estudos.



Desculpeeeeem a demora!!!!! Estava com um bloqueio. ): Ainda hoje posto o 55! Beijos!!!! 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Capítulo 53

Luan's POV

A semana foi bem chata e angustiante. Eu tinha planejado várias coisas pra fazer com ela, mas depois daquilo tudo, eu não consegui nem 'terminar' de discutir. Aquilo não me descia. Eu estava bem abatido, eu pensava mil coisas, imaginava cenas que realmente me deixavam abaixo do chão.

Era uma sexta e eu estava em casa. Bruna, para aproveitar o milagre, me chamou pra ver filme, com minha mãe e meu pai. Aceitei de primeira, correndo para o colo da minha mãe, que estava no chão da sala, fazendo carinho no Puff. O filme era suspense, mas segundo Bruna, tinha vários outros pra ver depois desse.

***

Já estávamos no segundo filme, agora um de romance, que me lembrou a Tatá. Não por ser romance, mas por ser bem a cara dela um filme daqueles. Vi que todos prestavam atenção e nem tinha como tentar conversa. Vi que a pipoca tinha acabado e levantei para fazer mais. Meu pai logo chegou atrás, falando que as meninas nem piscavam, me arrancando riso..

- Mas o que você tem, hein? Tá todo estranho...
- Ah, pai... A Tatá. - falei sentando na cadeira e me apoiando na bancada.
- O que aconteceu? - me olhou, preocupado, e eu lhe contei tudo.
- Você acha que ela seria capaz de trair? - falei, por fim e ele soltou uma risadinha.
- Você acha que ela seria capaz de te trair? - me devolveu a resposta, com uma expressão boa.
- Não. - falei, derrotado e ele me olhou, sorrindo.
- Tire sua própria conclusão. - bateu no meu ombro e eu retornei aos meus pensamentos.

Voltamos pra sala e terminamos de ver aquela maratona de filmes. Bruna me perguntou da Tatá e eu só respondi que ela estava bem atarefada na faculdade, fazendo todos me olharem estranho, menos meu pai que sabia da história.

Bruna foi pro seu quarto e minha mãe falava no telefone com alguém. Durante o resto do filme, tinha pensado bastante e resolvi acabar com aquela minha indiferença. Lembrei da sua forma de contar a história e lembrei dela em si. Como eu pude pensar isso? Era muita idiotice da minha parte. Mas eu não tinha a coragem de chegar na sua casa, para conversarmos.

- Quem era? - perguntei para a minha mãe.
- Era a Erika. - respondeu me olhando séria e eu franzi a testa, sem entender.
- Uai, que foi?
- Por que você não me contou que terminou com a Tatá? - falou e eu e meu pai nos olhamos arregalados.
- Você não disse isso pra mim. - meu pai me olhou feio e eu levantei nervoso.
- Não, mas eu não terminei. - me defendi. - Ela disse isso pra senhora?
- Disse. Tatá falou que vocês não namoravam mais...
- Então ela terminou com você. - minha mãe disse ''triste'' e eu ri nervoso.
- Como assim? Não, ela não pode terminar comigo. - fui até a porta e eles me olharam estranhos.
- Você pra onde?
- Resolver essa palhaçada de uma vez. - abri a porta e minha mãe riu.
- Você vai assim? - meu pai disse também rindo e eu me olhei. Estava só de bermuda, descalço.
- Se quer ir assim, leva pelo menos a chave e o celular... - minha mãe falou brincando e eu ri sem humor, voltando. - Olha. ela vai pra dança hoje com a gente.
- Vai? - arqueei a sobrancelha.
- Vai. Erika disse que ela não tem nada pra fazer e resolveu ir. Por que você não vai comigo, Luan?
- É, pode ser.
- Mas vai vestido, tá? - falou rindo e eu revirei os olhos. - Se arruma logo, que eu vou só tomar banho.
- Sim, senhora. - bati continência e ela subiu.
- Não faz burrada dessa vez, hein?! - meu pai me aconselhou e eu sorri.
- Pode deixar que ela não escapar de mim tão fácil. 

Tanara's POV

Depois de ter chorado, tomei um banho pra aliviar um pouco e fiquei vendo uns vídeos de humor no YouTube. Gabriel entrou no meu quarto tempo depois, com Alice e os dois ficaram lá comigo brincando e conversando.

- A mãe me contou o que o Júlio fez. - falou baixinho, me olhando.
- Ah... Não foi nada demais. - sorri, me corroendo por dentro. Mas sorri, por ele ter chamado minha mãe de mãe. Muita gente não sabe, mas a mãe dele morreu quando ele era bem pequeno, minha mãe conheceu o Hugo e ele acabou se tornando um 'filho' pra minha mãe; consequentemente, um irmão mais velho.
- Claro que foi, Tatá. Vocês terminaram, vei.
- Não sei ainda... - olhei, nervosa, e o choro me veio.
- Prometo que não deixo ele vir mais aqui. Olha como você ficou. - falou, colocando Alice no chão. - Nem quando o Erick te traiu você ficou assim.
- Logo passa, Biel. - sorri, indo pegar Alice e ignorando o assunto.

Minha mãe apareceu para me chamar para ir pra tal 'aula de dança' que ela fazia com minha sogra (ou ex) e eu aceitei. Seria bom me distrair um pouco. Ficamos nós 3 conversando, enquanto eu brincava com Alice. Tocamos no assunto ''casamento'' e ele logo formou um sorriso no rosto, falando que não tinha data certa, mas a Larissa estava muito empolgada.

*** 
- Vamos? - minha mãe me chamou, enquanto eu me olhava no espelho.
- Tira aqui uma foto minha? Tô bem sumida no insta.
- Tiro.
- Aqui não, vamos lá pra fora. - fui na frente e ela me seguiu. Tirou a foto e eu logo postei a foto, aproveitando o wifi, já que ela ainda tirava o carro da garagem.

tatalbuquerque Oi, oi, oi.. Tudo bom, genteney?  




abbieliciouss Meu deus  
hakem22 Hermosa 
thaarcyarruda Lindaaaaa
biia_ferreira_sz Ult 
biia_ferreira_sz Like 
apenasvcls @vilhenamariana @lais_oliveira_ls @amorssdoluan @worldluanrafael @dsculpas @angelsbruan_ @edineaaragao comenta a foto da promoção rtb com o que quiser
lunara Que vestidinho curto hein.. Se comporte, moça!  

gaabis_ls Me segue luan pfv? 
seuolharjade Uma semana meio distantes, né? Sem contar que nem teve textinho pros 7 anos de carreira.. Cadê a fã e o brilha Lunara agora, suas ótarias?  

lunara Que dó de você! Só dó mesmo. Que eu saiba, namoro não é ficar grudado o tempo não..  Não sou de responder essas provocações, mas você devia guardar esse recalque e ir colocar um pouco mais de efeitos nessas fotos pra diminuir o nariz da sua ''Jade''..  E BRILHA LUNARA  @seuolharjade

tatalbuquerque Desculpa, mamãe!  @lunara 


  Ri dos comentários da Priscila e entrei no carro, curtindo algumas fotos. Fui conversando com minha mãe e durante o caminho, revezando o olhar entre ela e o celular.

- Ah, caralho! Não acredito. - sorri, ao atualizar meu perfil. Tinha chegado aos 600 mil seguidores.
- O que foi, menina? - minha mãe se assustou.
- Cheguei a 600 mil seguidores no insta.
- Tudo isso? - arregalou os olhos. 
- Sim! - ri. 
- Nossa... Como você consegue isso?
- Sei lá. - balancei os ombros. - Vou postar outra pra agradecer. 


Tirei algumas e escolhi uma, rapidamente, 

tatalbuquerque UHUL! 600K  Obrigada por me aguentarem aqui! 

ls_guri PARABÉNS  
lunara LACRA MESMO 
lunara PARABÉENNSSSS MEU AMOR 
tanarizamos Você merece, meu anjo!  
luandaily Mais que a Bruna  Parabéns, linda!   
brilhalunara 600 MIL PORRAAAAA! SOFRAM... Mais que a Bruna, mano.. Você é demais! Parabéns




Logo cheguei no local e minha mãe comentou que Marizete ainda não tinha chegado. Entramos e ela me apresentou, após cumprimentar algumas pessoas. Ainda não tinha começado a aula e eu fiquei mexendo no celular, enquanto minha mãe batia papo. Minha internet móvel estava terrível e eu percebi que tinha um Wi-Fi. Pedi a senha e logo deu certo, mas o sinal estava fraco. Dei um jeito de perceber de que lugar ele vinha e fui seguindo, para poder enviar as mensagens. Entrei numa salinha e o sinal estava forte. Fechei a porta e me encostei na parede, conseguindo finamente mandar minha mensagem. 

Depois de um tempo, escutei um barulho e olhei assustada pra porta. Logo depois, fui surpreendida. Meu namorado acabara de entrar ali, me olhando sem graça.

- Luan? - perguntei, surpresa.
- Sua mãe disse que você tinha ido conhecer o lugar... Te achei. - falou se aproximando e eu olhei pro celular de novo, sem ter o que falar. - Por que você espalhou que a gente terminou? 
- Eu não espalhei nada. - continuei olhando pro celular, ainda surpresa.
- Falou pra sua mãe.
- E não terminamos?
- Não. - se aproximou mais ainda.
- Então me diz o que significa fingir que eu não existo?
- Eu só precisava de um tempo pra absorver aquela história.
- Pra desconfiar de mim, não é? Foi ótimo saber disso.
- E não era pra desconfiar daquilo? 
- Eu contei somente a verdade! - falei olhando nos seus olhos, ainda encostada. 
- O cara entrou no seu quarto do nada e resolveu tirar a blusa? Não nasci ontem. - falou intrigado e eu o olhei indignada. 
- Eu não transei com ele! - falei alto e ficamos nos olhando. A porta fez outro barulho e quando olhamos, tinha uma senhora a segurando. 
- Ela não transou com ele, meu filho! - disse com indignação e o Luan arregalou os olhos, assustado. Sorriu para nós dois e saiu, fechando a porta novamente. Poderia rir daquilo, mas foquei na nossa discussão.
- Eu sei que não rolou nada. - disse mais baixo.
- Mas insinuou. Consequentemente, não tem confiança em mim. Qual a utilidade de um relacionamento sem confiança? 
- Para com isso, eu confio em você. - encarou o chão, apoiando a mão na parede, um pouco acima do meu ombro. 
- Será, Luan?
- Quem que não ficaria pensando besteira, com aquela história? O Júlio, cara.
- Eu sei que é estranha, mas foi a verdade. Você tinha que ter confiado.
- Me desculpa, vai? 
- Sem contar do gelo que me deu. Eu sofri, sabia? Você agiu como se tivesse terminado comigo. 
- Não fala besteira, você sabe que eu... te amo. - falou baixo, olhando pra mim, meio desconcertado. Era muito difícil ouvir isso do Luan. Mesmo ele sendo romântico, eram rara as vezes que ele falava. Pronto! Me derreto toda e já esqueço o gelo. Ser apaixonada é uma merda.
- Merda! - falei quando senti meu sutiã afrouxar nos meus seios.
- Eu falo que te amo e você fala merda? - me olhou indignado.
- Não, Luan. Meu sutiã abriu. - torci a boca, sorrindo sem jeito. - Me ajuda aqui! - virei para ele fechar e de costas, sua respiração veio pro meu pescoço; com a saudade que eu estava, aquilo era covardia.
- Eu abro? - perguntou pegando na minha cintura.
- Claro, né, Luan! Se não abrir o vestido, como vai fechar o sutiã? - perguntei e ele riu, deixando um beijo no meu ombro. Meu chapéu estava na cadeira ali ao lado e meu óculos, na minha cabeça. Sentia ele tentando descer o zíper e supus que seria mais fácil. 
- Luan?
- Calma, eu tô tentando. Não desce. - falou tentando com mais força e eu suspirei.  
Ele foi aumentando a força e de repente, senti o vestido se afrouxar. Segurei meu sutiã na frente e eu senti ele mexendo no vestido.
- Luan, é pra fechar o sutiã! Anda. - pedi e senti suas mãos indo para o fecho.
- É no último?
- É. Não sabe mais não?
- Sou acostumado a tirar, e não a colocar. - falou e fechou. - Agora só tem um probleminha! 
- O quê? - perguntei, ajeitando o vestido.
- Quebrei seu zíper. 
- Não acredito! - virei e ele passava a mão no cabelo. 
- Esse trem tava difícil.
- E agora?
- Agora não fecha mais.
- Como eu vou pra casa, Luan? 
- Eu não sei, desculpa. - disse sem graça. O olhei preocupada e ele olhou para os meus seios. 
- Como terminamos, você me tarar agora é assédio.
- Não terminamos. - me olhou feio. - Por que, quer terminar? - cruzou os braços, cerrando os olhos.
- Quero. - falei simples e ele arregalou um pouco os olhos. - A Transa do Júlio foi ótima! Não posso ficar com você, pensando nele. Isso é te enganar, né?! - fiz bico e ele revirou os olhos.
- Vai se fuder. - descruzou os braços.
- Até poderia, se eu não estivesse com o vestido rasgado! Como vou sair daqui? - falei dando ênfase e ele pegou no queixo, pensando.
- Ih, Tatá, acho que não tem mais jeito não.
- Você tá me devendo um vestido! - pus meu dedo no seu peito e comecei a tirar o vestido.
- O que você está fazendo?
- Tirando? - falei o óbvio, com ele já nas minhas coxas.
- Vai ficar pelada?
- E? - perguntei atrevida e o vestido escorregou nas minhas pernas. 
- Veste isso, Tanara. - pegou o vestido na mão e estendeu pra mim. 
- O que acha? - peguei na cintura e ele fitou meu corpo, apenas de lingerie.
- Veste isso, alguém pode entrar. - falou sério.
- Não. - ri. Peguei a peça que eu estava usando por cima, e amarrei no meu quadril, fazendo uma saia. 
- Você vai sair assim?
- Vou. E aí?
- Tá louca? Bebeu?
- Por que? Fiz um look lindo! - sorri convencida. Ele me olhou sério e começou a tirar o casaco. Pegou-o e envolveu no meu busto.
- Vamos embora.
- Não! Eu vou com a minha mãe.
- Você realmente não quer fazer as pazes comigo, hein?
- Você é um filha da puta.
- Você também. Nos merecemos! Agora vem logo antes que eu rasgue isso.
- Rasgar? - ri.
- Já ouviu falar em sexo? Transa? Pois é. Vem logo. - me abraçou de lado e foi 'me escondendo', até o estacionamento.
- E sua mãe, seu louco?
- Vai com a sua. Vou te deixar em casa. 
- Vamos pegar a Duda, já tá na hora de saída dela. 
- Tudo bem. - concordou e o silêncio voltou. Não conhecia casal mais louco que a gente. Afinal, fizemos as pazes ou não? 

Pegamos a Duda e o fato dela ser apaixonada pelo Luan, fez ela ir sorrindo e tagarelando o caminho todo. 

- Minha professora tava mega feliz! Nem passou tanto dever. 
- Por que? - Luan perguntou, olhando-a pelo retrovisor. 
- O Namorado deu uma aliança pra ele. Aliança de compromisso... Algo assim! - riu, inocente.
- Pois é, Dudinha. Em namoros, geralmente o namorado dá uma aliança, pra firmar o relacionamento. - joguei a indireta e ele riu. 

Paramos em um engarrafamento e o Luan pediu o estojo da Eduarda. Não entendi muito bem, mas fiquei na minha. Pegou um caderno de dentro do porta-luvas e abriu o estojo, pegando uma canetinha azul. Escreveu algo e cortou em um comprimento meio grande. Juntou as duas pontas e mediu. Olhou pra minha mão e cortou mais um pouco. Depois de ficar 'como ele queria', colou, fazendo um anel. 

- Me dá sua mão. - pediu e eu estendi-a, sem entender. Colocou o anel de papel e me olhou sorrindo. - Nosso anel de compromisso. - ri sem acreditar e li o que estava escrito. ''Minha Pikitinha''. 
- Você é louco. - ri, ainda olhando. 
- Me dá um beijo? - pediu, se aproximando.
- Ecaaa! - Duda reclamou, escondendo o rosto no vidro de uma das portas de trás. 
 - Você é um chato, sabia? - falei, quando nossos rostos já estavam próximos. 
- Não! Eu sei você também não aguenta mais essa briga... Já pedi desculpa e  já até entendi essa história estranha.
- Eu nunca mentiria pra você. - alisei seu rosto.
- Eu não queria ficar uma semana te evitando. Estava confuso... E além do mais, você também poderia ter me procurado.
- Tinha vergonha, medo..
- Ah, Pikitinha.. - riu.
- Achei que tínhamos terminado.
- Claro que não. Você não vai ficar livre de mim tão fácil. 
- Ah, não?
- Não. - roçou a barba no meu rosto.
- Já que estamos num momento gay... Acho que você poderia repetir o que disse mais cedo. - pedi dengosa e ele riu no meu ouvido. Que gostoso ouvir aquela risada.
- Eu te amo, tá? 
- Tá. Também amo você... Me dá mais um gelo desse e eu termino de verdade. - falei e ele riu mais uma vez. E por fim, selou meus lábios, começando um beijo.







- Pronto? Posso olhar? - Duda perguntou e o Luan me soltou. - Vocês são nojentos. - fez cara de nojo e nós rimos. O sinal abriu e ele acelerou.

Quando chegamos em casa, Duda correu para ver Alice e eu o chamei para o meu quarto. Comecei a zoa-lo pelo anel e ele se gabava, dizendo que fez uma coisa fofa. 

- Eu sabia que você ia rir. Você adora essas coisas. E rindo, ia amolecer. 
- Você não presta, sabia?
- Eu presto, e muito. - deitou na minha cama. 
- Uma aliança de papel... Os presidiários que me mandam mensagem dizendo que ganhei sorteios, me dariam uma melhor. 
- Não reclama, vai. - riu. 
- Esse povo que pensa que namorar cantor tem vantagem, estão muito enganados. Papel, Luan? Te aguento há 9 meses e é isso que recebo? É como dizem, os ricos são os piores. - falava e ele só sabia rir. - Vou arranjar um velho rico, acho que eles são mais generosos. 
- Fura a camisinha amor, pra não correr perigo.
- Verdade, né?! Vai que a gente termina? Eu saio com o quê? Uma aliança de papel! - dizia indignada e ele começava a rir de novo. 
- Mas o pior é que não significa nada! - ri. - O Erick me deu uma cara e bom, me traiu.
- Tá vendo? - concordou, ainda rindo. 
- Pra me desiludir mais, só falta você ser gay.
- E quem disse que eu não sou? - falou sério e eu ri. - Você é homofóbica, Tatá?
- Eu? Claro que não. - ri. - Você é gay, amor?
- E se eu disse que sim?
- Eu sempre soube. - entrei na brincadeira, mas ele continuou sério. 
- Acho que está na hora de você saber a verdade. 
- Que você é gay? Não é novidade, amor.
- Eu sou bi. - falou sério e eu o olhei, fingindo acreditar. - Meus pais não aceitariam e bom, eu escondo. - falava sério e eu estranhava sua seriedade. 
- Tadinho, gente! 
- É sério. Minha carreira iria água abaixo e eu sempre lutei por isso. - continuava sério e eu comecei a ficar com medo daquela história. Luan nunca brincou sério assim. 
- Eu sempre namorei pra disfarçar, sabe? Meus pais não aceitam. 
- Credo, Luan! - ri.
- Eu tô falando sério! Você é a primeira pessoa que eu tô abrindo o jogo. Primeira pessoa que eu confio pra isso. - pareceu bem sincero e eu arregalei os olhos. - Você nunca suspeitou? Nunca se perguntou por que todos me chamavam disso?
- Sempre foi inveja, implicância.. 
- Mas eles estavam certos! - riu, ainda bem sincero. - Por isso eu não ligava. Eu sou bi, mas mais pro lado de homem... 
- Menino! - ri, sem graça.
- Gosto muito de você, por isso confiei de contar isso. Você promete não contar pra ninguém?
- Para com isso! - ri novamente, sem graça.
- É sério, Tatá. Nunca tive coragem e eu quero muito seu apoio, é importante pra mim.
- Você tá falando sério?
- Eu já imaginava que você ficaria assim... Mas eu não agüentava mais esconder.
- Eu não acredito que você é gay! - disse indignada, meio nervosa, com as mãos na cintura. Ele continuou sério e naquele momento, eu já podia me desesperar.


Gay? Obrigada pelos comentários anteriores! <3 Continuem comentando e eu continuo postando rápido (; Beijos!!!