Capítulo 68 - Só o amor existe

Luan's POV.

A festa tinha começado há um tempo e pelo visto, todos já tinham chegado. Menos minha namorada, claro. Tirei fotos com a minha família e depois, os convidados começaram a pedir. A decoração estava top e os personagens contratados também. Tinha muita gente e cada um, com uma fantasia bem legal, me fazendo rir às vezes. Andressa Urach estava na festa e tinha trago uma amiga, que foi totalmente vulgar. Tiraram foto comigo também e claro, me deram bola. Eu ria, desconversando. Se a Tatá chegasse e visse aquilo, mesmo que  estivéssemos apenas conversando, ela deduziria mil coisas e com certeza ficaria emburrada, morrendo de ciúmes. Até gostava quando ela demonstrava. Ela não era extremamente ciumenta; mas tem ciúmes sim e várias vezes se irritava, nos causando algumas discussões bestas. De um certo tempo pra cá, ela havia diminuído um pouco e como já puderam perceber, isso se acendeu em mim. Aliás, passei a demonstrar e não mais esconder. Via aquela mudança como uma coisa boa para o nosso relacionamento, pareceu melhorar muito. E agora, já com um ano, creio que a tendência seja melhorar. Apenas isso! 

Já estava ficando irritado, quando vi até Bernardo chegar com uma ruiva e ela não. Perguntei para Bruna e ela respondeu que não sabia. Engoli meu ego e fui perguntar para Bernardo, recebendo a mesma resposta. Me apresentou a tal ruiva e ela me deu sorrisos provocativos. Sabia reconhecer as feições de uma mulher perfeitamente e a dela, não foi nada inocente. Tentou engatar um papo comigo e ele até inventou que iria buscar uma bebida, para nos deixar à sós. Entendi seu jogo e ri por dentro. Tatá estava bem mal de amigo! Para não ser mal educado, fiquei conversando com Flávia. Sim, esse era o nome dela. Me desculpe Bernardo, mas não vai ser uma conversa com sua amiga oferecida que vai me fazer brigar com minha namorada e fazê-la voltar com o babaca do seu irmão. 

Tanara's POV. 

O trânsito de São Paulo realmente era um caos. E depois de muito tempo presa nele, consegui chegar na festa. Já previa a irritação de Luan e de imediato, comecei a procurá-lo. Tentativa falha! Todos começaram a falar comigo e eu cumprimentava simpática. 

- Que linda, Tatá! - Marquinhos falou admirado, após me abraçar. 

- Você está lindo, também! Combinou muito!

- Tá te parecendo que você é meiga, acredita?

- Eu sou meiga, tá?! - brinquei e ele riu. - Cadê o Luan? 

- Seu namorado estava tirando fotos com as gostosas, na última vez que eu vi. - falou bebendo um gole da sua bebida e eu arqueei uma sobrancelha. - E olha que eu não estou falando isso pra te provocar, viu?! São gostosas mesmo! - riu e eu lhe dei um tapa. 

- Vou atrás dele.

- Oh ali sua sogra! Vai lá. - me apontou Marizete e eu fiz o que ele disse, indo em sua direção. 

- Minha filha, como você está linda! - mexeu em meus cabelos. 

- Obrigada, tia! Você está uma linda rainha. - a elogiei também e ela sorriu, agradecida. - Viu o Luan? 

- Vish, Tatá, faz tempo que o vi. 

- Obrigada, tia. Vou ali falar com a Kari. - ela assentiu sorrindo e eu fui até Karielle, que me chamava com o dedo e estava toda animada. Ela estava de "Diabinha" e nós trocamos elogios, iniciando uma conversa. Marla e todos da equipe estavam próximos e se meteram na nossa conversa, falando comigo e mais uma vez, me elogiando. Marla sempre me achava muito menina e dessa vez então, disse que a fantasia caiu perfeitamente. Fábio pegou uma bebida pra mim e logo começamos a dançar, enquanto eu ria da Karielle, que não parecia nada normal. Tiramos várias fotos e logo o Rober apareceu, me puxando pra dançar com ele, nos afastando do pessoal. 

- Aposto que essa fantasia foi ideia de um cantor aí! - comentei no seu ouvido e ele riu.

- Você ainda tem dúvidas? Ficou legal, não ficou?

- Ficou perfeita, Rober. Sério! - fiz um joinha, após o avaliar. 

- Te achei! - Senti meu braço ser puxado, me virando. Dei de cara com meu namorado, me olhando com as sobrancelhas levantadas.

- Oi amor. - o abracei.

- Oi amor. - imitou minha voz. - Onde você tava, muié?! - Encarei Rober sorrindo e ele levantou os braços, "desentendido" e saiu em seguida. 

- Foi o trânsito, amor. - Alisei seu rosto. - Me desculpa, tá?!

- Pensei que ocê não ia vir! - fez bico e eu sorri, passando o dedo na sua boca.

- Jura? Para de drama, vai. Foi só um atrasinho.

- Todos se divertindo e o dono da festa, sem a namorada? 

- Só sabe se divertir comigo, por acaso? Todos seu amigos estão aí, querido. 

- Eu aqui todo fofo e você sendo grossa. Vou mesmo me divertir com os meus amigos. - ameaçou sair e eu o segurei. 

- Fica comigo, amor. Depois você vai pra eles! Que aliás, devem estar atracados com alguma mulher. Ou vai querer ir atrás de outras, também? 

- Se quer saber, tem uma mulher hoje que me interessou bastante.

- Ah, é?! Quem? - pus minhas mãos ao redor do seu pescoço. 

- Uma morena, baixinha. Que está de azul, toda linda. E como sempre, está com um salto enorme, pra poder ter tamanho de gente. 

- Eu acho que sei quem é.

- Sabe, é?!

- Sei. Mas não tenho muita certeza! Pode continuar dando dicas.

- Ela está com um lacinho azul na cabeça e com uns trem grandão no olho. - ri vendo que ele se referia aos meus grandes cílios. - Tá com um trem preto com uma pedrinha azul no pescoço... - pegou na  "gargantilha" da fantasia. - Não está de batom vermelho, o que é raro. Tá meiga... Parecendo uma princesa! Muito linda. - alisou meu rosto. - Eu acho que eu estou apaixonado. - olhou nos meus olhos. - Ah, e também tá segurando um coelhinho! 

- Descobri! - sorri largo. - Ela por acaso está fantasiada de Alice do país das maravilhas?

- Óia aí, cê acertou! Acho que é esse o nome. Não concorda comigo? Ela está linda, não está?!

- Ela sempre foi linda. - balancei os ombros, convencida. 

- Disso eu sei! Mas hoje, especialmente hoje, ela está mais linda que o normal... Radiante! Não sei nem palavras pra descrever o quanto eu estou encantado com essa Alice.

- Talvez seja porque hoje é um dia especial. 

- É, talvez. Já passou da meia noite? - me perguntou e eu abri a boca, surpresa. 

- Não acredito... Você lembrou? 

- Acha mesmo que eu esqueceria do dia em que eu tomei coragem e pedi uma empata foda em namoro? Tendo ela finalmente só pra mim? 

- Amor! - sorri feliz, abraçando-o forte. - Você é lindo, sabia? Não existe. - beijei seu rosto várias vezes. 

- Tô gatão, também? 

- Muito lindo! - selei nossos lábios. 

- Tô tão feliz, sabe?! - alisou meus cabelos. - Obrigado, tá?! Você me faz muito feliz, mesmo chegando atrasada sempre. - revirou os olhos. - Eu te amo. - disse nos meus olhos. - Amo. - falou firme, ainda sem tirar os olhos dos meus. Nossos olhos estavam focados um no outro, olhando profundamente. E suas palavras saíram de uma forma sincera, enchendo meu coração de felicidade. A música que tocava não chegava nem perto de "romance" e após isso, caímos na gargalhada. Esse era o nosso lema: não importa o quanto lindo, sincero, fofo, apaixonado for, nossos momentos de declarações nunca serão cem por cento românticos. E após nossas risadas sincronizadas, nos misturamos com os nossos amigos e começamos a dançar, beber... Finalmente curtir a festa, juntos. 

- Tatá, vem tirar uma foto com a gente. - Bernardo me puxou de Rafa. Que revirou os olhos, sussurrando um "vai lá". Tirei foto com ele, Larissa, Ana e Cris. Gabriel estava de super homem, igualmente ao Felipe Encarr. Tiramos algumas selfies também e depois, fui chamada para tirar com outros. Depois de tantas fotos, Marquinhos foi o último que tirei e engatamos um papo. 

- Você me disse que ia arranjar a Cris pra mim, Tatá. Tentei flertar e ela nem olha pra mim. - fez bico. 

- Sério? - ri. - Relaxa, vou tentar amolecer a chata. 

- Ela tá uma gata. - sorriu safado.

- Nenhuma hoje te deu mole? 

- Não cheguei em ninguém, quero ela.

- Por que não tenta a Ana?

- Qual Ana? 

- Ana Torres. - falei e ele fez careta.

- Tá louca? 

- Por que? - ri.

- Ela é feia, cara. Sem sal, ainda mais.

- Então tá, senhor fodão. Não deveria esnobar a menina, tá?! Ela é linda. 

- Aham. - concordou irônico e eu ri. - Me ajuda com a Cris, vai?! 

- Ajudo! Vou falar com ela, pode ser? Vou agora.

- Por isso que eu amo você. - me abraçou forte e eu ri, da sua animação. Saí em direção a Cris e pra minha sorte, ela acabara de ficar sozinha. 

- Hey! Preciso falar com você. 

- O que? - já riu. Com certeza tinha bebido. 

- Você viu como o Marquinhos está gato hoje? - disse, sincera. Eu realmente estava o achando bastante bonito. 

- Verdade, né?! Tá gatão. - falou animada e depois começou a rir.

- Ficaria com ele? 

- Ficaria sim. 

- Sabe que vocês dois combinam? 

- Já entendi, Tatá. Quem sabe, não é?! - riu de novo e eu me juntei a uns amigos, dançando e olhando para os lados, à procura do meu namorado. 

Senti mãos na minha cintura e um beijo no meu pescoço. Claro que não poderia ser outra pessoa, era ele.

- O que o Marquinhos queria com você? 

- Me pedir ajuda com a Cris.

- Cê acha que dá certo?

- Claro que dá. 

- Ele vai quebrar ela, amor. Ela é magrinha e pequeninha. Ele é gordo e grande. 

- Quebra não, amor. Somos do mesmo jeito e eu estou inteirinha.

- Cê tá me chamando de gordo?

- Gostoso amor, gostoso. - virei e selei seus lábios. 

- É, gostoso? - sussurrou, entre o beijo.

- É! - assenti sorrindo e ele roçou a barba na minha bochecha. 

- Vem tirar uma foto com o seu gostoso. - pegou o celular e chamou a primeira pessoa que passava. Abracei sua cintura e depois de alguns segundos, a pessoa nos devolveu o celular, fazendo Rafa agradecer. Olhei a foto e gostei de cara. Tinha ficado ótima! Mas como era no celular dele, tinha medo de uma futura edição. Rafa definitivamente não nasceu para usar programas editores de fotos. 

- Nossos filhos serão lindos. - disse guardando o celular. - entrelaçou as mãos em volta da minha cintura.

- Ah, é?! Por que? 

- Somos lindos. - piscou. - Então não tem como eles saírem feios.

- Muito modesto você. - ri e ele beijou meu rosto.

- Quero ter 5 filhos com você. 

- Credo, Luan! - hesitei assustada e ele riu.

- Credo por que, amor? 

- Não é de você que eles vão sair, né?! 

- Então 3, tá?! - beijou meu pescoço e eu neguei, sorrindo. - Uma cabeça passar naquele lugar deve doer muito, né?! 

- Claro. E aquelas mães que tem vários filhos? Nossa. 

- Você nunca vai ter filho normal, amor. 

- Por que?

- Porque se você não agüenta a minha cabeça, imagina a cabeça de uma criança? - me olhou e depois de um tempo raciocinando sua frase, abri a boca indignada, lhe dando um tapa. 

- Ai, seu abestado. - falava envergonhada e ele ria da minha reação. 

- Tô mentindo, uai? Mas isso é bom, ué. Putas podem ter filho com facilidade. - falou e eu entendi a sua intenção. - E além de mostrar que você não é uma puta, isso é muito bom para mim.

- Não acredito que você tá falando disso, Rafa. 

- Uai, amor, quê que tem? - selou meus lábios. - Somos amigos.

- Já me falaram que mulher que tem filho normal, fica meio... Enfim, passou uma criança, né?! Aí compararam e disseram que os homens, cachorros e tarados, preferem transar com mulheres que nunca tiveram filho normal.

- É lógico, amor. Passou uma criança, não fica mais do mesmo jeito.

- Mas é claro que volta.

- Mas é claro que não fica do mesmo jeito. - riu. 

- Vai passar uma televisão se suas amiguinhas tiverem filho normal.

- Por que? 

- Já são arrombadas de tanto dar, passando uma criança então. - falei simples e ele soltou uma gargalhada.

- Tadinhas, amor. 

- Estamos falando disso, em plena festa? Qual o nosso problema? - fiz bico.

- Não sei. - riu. - Vamos dançar. - nos conduziu para o meio do povo e começamos a dançar. 

Luan's POV. 

Já estava tarde e a festa ainda estava rolando. Todos se divertindo e bebendo muito. Menos eu, que tive que evitar a bebida. Pelo fato que para pôr em pratica a minha surpresa, eu não poderia estar bêbado. Minha namorada estava linda e muito feliz, o que me deixava ainda mais ansioso. Me afastei dela por um momento e dei um desculpa esfarrapada. Isso para eu poder trocar de roupa, no camarim do local. Vesti uma calça jeans e uma blusa cinza. Pus um boné e após isso, tive que tirar algumas fotos com a Bruna. Conversei com ela e ela disse que estava tudo certo, tudo preparado! Sim, ela havia me ajudado. Voltei para a festa na tentativa de achar minha namorada e não gostei muito do que vi. Ela conversava com um carinha, que obviamente dava em cima dela. 

- Preciso falar com você. - puxei sem braço, sem ao menos cumprimentar o tal cara.

- Quê isso, amor? Eu tava conversando.

- Ele tava te azarando, isso sim. - cruzei meus braços, emburrado. - Posso saber o que vocês conversavam?

- Ele não estava me azarando, menino. - riu. - Estávamos só conversando.

- Nunca ninguém te azara! Você é cega?

- Ah, Luan. Você vai começar? Sério? Não estávamos falando nada demais e ele em momento algum me lançou alguma cantada. 

- Não. - respirei fundo. - Me desculpa. - a puxei mais pra mim. 

- Me tirou de lá só pra isso? 

- Não! Nós vamos embora. 

- Hã?

- É, amor. Eu preciso te mostrar uma coisa. - peguei na sua mão e saí a puxando para a saída. Para ser mais preciso, para onde estava o carro que eu usaria.

- Que coisa, menino? - perguntou espantada e eu ri. - Ninguém foi ainda, Rafa. Vão estranhar!

- Relaxa, a Bruna vai avisar.

- O que a Bruna tem a ver com isso? 

- Dá pra você ter calma? - ri. - Logo logo você vai ver. 

- Amor... - falou receosa e eu peguei em seu queixo, só com uma mão. Começando um beijo rápido. Depois, dei partida, seguindo nosso rumo. 

Tanara's POV. 

Luan me deixou sozinha por um tempo e eu acabei engatando um papo com ele. Era bem legal. Mas, meu namorado me tirou de lá com tudo. Sem a mínima educação. Qual o problema? Ciúmes. Cismou um pouco e depois pediu desculpas, me carregando para a saída. Para onde ele iria me levar? Não fazia a menor ideia! Mas torcia para que fosse algo a ver com o nosso aniversário. 

Fui o caminho todo calada e ele a todo tempo roubava beijos, com um sorriso enorme no rosto. O que ele tá aprontando? Paramos em um hotel e eu não fazia ideia do porquê daquilo. Ele não falava nada, apenas me abraçava e me beijava. Mesmo quando eu perguntava, ele respondia rindo. 

Só pude entender tudo ao entrar no quarto. 

                

Estava todo arrumado com ar romântico. Bombons, champanhe... Uma suíte enorme com uma vista incrível! Estava boba com aquilo. 

- Surpresa! - disse animado e eu virei para ele, sorrindo. - Gostou?

- Nossa, amor. Eu amei! - disse sincera, olhando tudo ao redor. - Isso tá lindo! 

- Minha surpresa tinha que ser num lugar especial, digno dela. - se aproximou de mim e pôs uma mecha do meu cabelo para trás. 

- Então a surpresa não é essa?

- Não! Esse é apenas o lugar que eu preparei para fazê-la. 

- E nesse lugar, só vai acontecer essa surpresa? Ou assim, tem mais... - perguntei pegando em seu pescoço, com segundas intenções. Ele riu. 

- Que menina saidinha. Vou falar pra sua mãe, ouviu?!

- Pode falar. - balancei os ombros.

- Aqui vai acontecer muitas outras coisas, mas só daqui a pouco. Primeiro, a surpresa! - selou meus lábios. - Vem cá. - me puxou para sentarmos na cama. Tirou meu coelhinho de mim e o jogou na poltrona que tinha ali perto. Pegou um violão que eu não tinha percebido e o ajeitou para que pudesse ser tocado. 

- Você lembra quando eu liguei pra você, de madrugada... Te xingando pela foto que o Lunara postou, sua e do Erick?

- Lembro. - ri.

- E lembra também que depois disso, você marcou de sair com as meninas e começou a chover? 

- Lembro. Por que?

- Nesse dia eu tive um sonho, meio louco. Sonhei que você estava numa balada, ficando com alguém... Enfim. - disse envergonhado e eu abri a boca, surpresa. - Eu acordei atordoado e nessa hora, estava chovendo em Fortaleza. 

- Eu liguei pra Bruna e você atendeu? A Cris até falou com você?

- Exatamente. - sorriu. - Desse sonho, saiu uma música... E eu guardei por mais de um ano, esperando a hora certa pra te mostrar. 

- Mentira, amor! - sorri, boba. 

- Você sempre falava que eu nunca tinha feito música pra você e agora não vai mais poder falar isso, tá?! Tô muito feliz hoje! Completar um ano com você é muito importante pra mim. Tá sendo muito especial, uma sensação maravilhosa... Passamos por tantas coisas e conseguimos superar, para estarmos aqui hoje. - falava dedilhando o violão e eu só conseguia sorrir. - Nunca imaginei que uma batida de carro poderia fazer tudo isso acontecer. - me olhou de cima pra baixo. - Por mais louco que seja, eu acho o nosso começo a coisa mais linda. Tudo que aconteceu antes de eu te pedir em namoro... Ficávamos com a desculpa de sermos amigos e sem perceber, estávamos nos envolvendo demais. Acho que fomos nos apaixonando igualmente, devagarzinho... - riu. - Você, louca... 

- Louca não, amor. 

- Louca sim, meu amor. Chamava o Erick de finado e lá no fundo, eu te admirava por ter passado por isso e ficar tirando brincadeira consigo mesma. Odiava ele. Não entendia o porquê dele ter feito aquilo... 

- Odiava?

- Odeio. - fez careta e eu ri. - Lembro quando você foi pra festa com a Pi e ficou com aquele menino. Fiquei morrendo de ciúmes. 

- Nossa amor, nem eu lembrava mais! 

- Tá vendo?! Não sou tão esquecido! Se eu for citar tudo, vamos amanhecer aqui! - riu. - E finalmente veio aquele jantar. 

- O da nossa primeira vez. - sorri emocionada. 

- Se eu soubesse como era, tinha tentado muito antes. - falou safado e eu ri, lhe dando um tapa. - Fui um tremenda babaca ... Você se declarou e eu confuso, te deixei ali. 

- Nossa, eu te odiei. - ri e ele de bico. 

- Eu insistia em me enganar que era só amizade e por dentro, morria de vontade de te ter. - sorriu emocionado também. - Aí depois disso tudo... Finamente fui atrás de você. 

- Nada vai ser de nós, porque morremos agarrados no desejo... - cantei a música que marcou aquela nossa noite.

- Se você continuar cantando, eu vou lembrar ainda mais da noite e vou te agarrar. 

- Não, continua. - ri.

- Depois daí eu já era um idiota apaixonado, não mandava mais em porra nenhuma e finalmente te pedir em namoro.  Mas essa é a música que me lembra tudo isso e eu queria que você finalmente conhecesse. - começou a dedilhar um toque de verdade e eu estava tão feliz, que só conseguia sorrir. Não estava acreditando! 

Eu sei
Que eu não tenho mais razões pra me preocupar
Eu sei, que não sei
Da sua nova vida se tem outro em meu lugar

Mas depois daquele dia que você não quis me ouvir
Me deixando aqui jogado sem motivos pra existir
Só no meio da semana eu ainda sobrevivo
Mas na sexta madrugada já começa o meu castigo
Castigo

Eu fico aqui sozinho
No meu quarto imaginando
Aonde você possa estar
Torcendo por um blackout na cidade
Que seu carro quebre na garagem
E ninguém venha lhe buscar

E assim eu vou traçando a sua rota em minha mente
Assim meio impaciente, sem certeza, sem radar
Pedindo a Deus que mande uma tempestade
Que alague toda a cidade, que você não saia do sofá
Pra que ninguém roube o meu lugar
Pra que ninguém roube o meu lugar
Pra que ninguém roube o meu lugar - terminou e eu fiquei paralisada. Como ele ousava fazer isso comigo? Estava completamente apaixonada, encantada, emocionada.... Não sabia o que falar, como agir.... Só sabia que isso só me fez o amar mais. Não importa as dificuldades, as pessoas maldosas, as críticas... O amor superava tudo e só ele existia.