E lá estava eu, implorando ao meu querido primo, apenas seu automóvel.
Se ao menos passasse táxi freqüentemente nessa joça de bairro, eu não precisaria estar aqui! O que custa ele me emprestar? Eu já tenho 18 anos e já tenho minha habilitação, não tem problema algum. E se ligar para qualquer um, vai demorar um século também! Poxa, eu preciso chegar naquela droga de aeroporto! Não é todo dia que o seu ídolo vem para sua cidade, não é mesmo? Aliás, se tratando da minha cidade, era praticamente um milagre.
- Alexandre, por favor! Estou te pedindo. - eu falava, de braços cruzados, o encarando.
- Já falei milhões de vezes, não! Qual o seu problema? Já vai pro show, aquieta essa bunda aí! - bufou, escondendo o rosto no travesseiro.
- Eu te pago! Mas por favor... - me aproximei, sentando na sua cama.
- Não caralho! Se faz tanta questão de ver o cantorzinho, vai de pé! Fã idiota.
Ia o responder, mas fui atrapalhada pelo toque do meu celular.
- Você vem ou não? - Já era a sua décima ligação, me apressando.
- Calma! O Alexandre está de TPM e não quer me emprestar o carro.
- E seu tio? Cadê?
- Tá viajando! Me espera, pelo amor de Deus. - falava soltando algumas lágrimas, em desespero.
- a Tati está louca aqui, vem logo, por favor! - Cris desligou, com uma voz preocupada.
Desliguei e resolvi tentar novamente, afinal, a esperança é a última que morre.
- Por favor, eu tô te pedindo! - falei mansa.
- Não Tatah! Você apesar de ter 18 anos e ter habilitação, não confio em você andando por aí, não vou perder meu carro.
- Me deixa lá então! Eu tô te implorando! - falei com a voz embargada.
- Vai chorar de novo? Porra Tatah, esquece esse cara! Deixa de ser besta, nem sabe que você existe. Já abraçou e ainda quer ir pra aeroporto... Vai lavar uma louça, varrer uma casa, procurar o que fazer!
- Você não entende! Mas valeu viu... Por ser um primo tão legal, que me ajuda! Se preocupa não, não vou mais encher teu saco, obrigada. - saí, emburrada.
Desci as escadas correndo, com a minha bolsa e fui até à minha vó, que me olhava curiosa.
- Ele deu?
- Não! Ele vai ver vó! Mas por enquanto, me diz um número de um táxi... Mesmo que demore, não vou desistir assim.
- Tem um aqui sim! Espere aí. - largou a panela e pegou um caderninho.
Começou a folhear e meu coração só apertava.
- Oh... Toma! Mas se acontecer alguma coisa, você vai pagar! - Ale apareceu, me entregando a chave. Involuntariamente pulei nele. Nossa avó sorriu, fechando a lista de contatos.
- Obrigada! De verdade... Aí vó, eu vou conseguir, você vai ver! - eu falei e ela riu, me olhando boba.
- Vai sim minha filha! Agarre aquele lindo!
- A senhora ainda apoia as idéias dessa abestada... Bom, boa sorte! - subiu, bocejando.
Minha bolsa já tinha tudo que seria preciso, então, a peguei e fui até o carro. Minha vó me seguiu, toda feliz.
- Boa sorte minha filha! Você vai conseguir, tenha fé em Deus! - beijou minha testa.
- Obrigada Dona Fátima, vai dá tudo certo! - sorri, ligando o carro e fechando a porta.
Apertei o controle do portão, liberando a passagem. Dei ré e fui rumo à aquele bendito aeroporto. Por ser sábado à tarde, imaginei que não teria tanto trânsito, mas me enganei! Ê Fortaleza, me ajuda, vai!
Depois de enfrentar todo aquele caminho, todo aquele engarrafamento... Me vi mais próxima do aeroporto, quer dizer, mais perto do quê longe! Meu celular tocou, e novamente era a Cristina.
- Calma que eu tô qua...
- Ele já chegou e já passou por aqui, Tatah. - ela me interrompeu, com a voz um pouco triste. Diminui a velocidade, abrindo a boca.
- Sério isso?
- Sim! Eu consegui Tatah... - podia imaginar seus olhos cheios de lágrimas. - Não foi exatamente um abraço, mas consegui...
- Parabéns, de verdade! Você merece mais do qualquer pessoa, tô muito feliz por você!
- Oh... Ainda tem a volta, não desiste! Você ainda vem? Se vier, eu não preciso pagar táxi de volta...
- Já tô na metade do caminho, vou sim! E a Tati, conseguiu?
- Sim! - exclamou, animada. - Ela tá chorando mais que tudo aqui.. - riu.
- Graças a Deus! Vou desligar aqui, tô chegando, beijo!
Desliguei, voltando à prestar atenção no trânsito. Estava muito feliz pelas minhas amigas, muito mesmo! Sempre tentávamos juntas, e até agora, só quem tinha conseguido, era eu. Uma apoiava a outra e assim corríamos atrás do nosso sonho, o tão esperado abraço. Mas ainda sim, um pouco triste... Mesmo ainda tendo a volta, era mais difícil, praticamente impossível! Agora é curtir o show e esperar ele vir de novo pro Ceará, daqui a um ano.
Luan's POV.
Essa semana, os shows seriam todos no Nordeste! Estava gostando, claro. Era um lugar que eu demorava pra vir, e ficava surpreso com o tanto de fãs que eu tinha, mesmo assim. Hoje, em Fortaleza! Rapidamente atendi as meninas que me esperavam no aeroporto, muitas, aliás. E em seguida, fomos em direção ao hotel que ficaríamos. Sem querer, meus pensamentos foram parar na Jade... Mesmo eu tendo terminado nosso relacionamento, estava ciente que não esqueceria da noite pro dia. Mas meus pensamentos foram variando, em coisas diferentes... E os mesmos, foram atrapalhados, com um impacto na van.
- O que foi isso, Boi? - perguntei ao Rober e ele balançou os ombros. Negando.
- Já desceram pra ver, vamos esperar.
Tanara's POV.
Estava um tanto desligada, quanto a direção e acabei causando uma batida.
Aliás, não exatamente eu! Dei uma freada, querendo evitar outra coisa, e uma van, bateu na minha traseira. Merda! Só o que faltava, agora o Alexandre me mata, de verdade. Respirei fundo e desci, vendo o estrago que foi feito. Um homem, desceu da van, com uma expressão nada boa.
- Olhe o que você fez! Eu não tive culpa disso!
- Aí meu pai... Senhor, eu sei tá? Mas você também não estava vindo na velocidade permitida, não!
- Você que freou do nada, foi culpa sua, mocinha! Se bem que nem habilitação você deve ter, eu estou trabalhando!
- Ô querido, vamos diminuir esse tom de voz! Tá pensando o quê? Eu sei que freei, mas você não viu que foi para evitar um acidente? Por conta do erro de outro carro?! - falei firme, com a mão na cintura. - Você pode está trabalhando mas eu também tenho meus compromissos, estava indo pro aeroporto, sabia?
- Seus pais sabem que vai viajar? Sabem que você anda por aí, causando acidentes? - falou todo marrento, eu já estava perdendo a paciência.
- Não vou viajar e isso não é da sua conta! Eu sei dirigir, o senhor que foi o errado, e vai pagar meu prejuízo! - ele riu irônico.
- Eu estou trabalhando mocinha, qual parte você não entendeu? Não vou pagar nada! Estamos atrasados, se me permite, com licença!
- Senhor, deixe de ser rabugento! - bufei. - Esse carro infelizmente não é meu... E eu vou ser assassinada, se aparecer com ele assim! Me ajude, pague o que tem que pagar.
- Tá vendo? Sabia! Não vou pagar nada, tenho coisas mais sérias para fazer.
- Vou chamar a fiscalização, seu abusado!
- Chame! Aposto que você será a mais prejudicada, ou você pensa que eu acredito que tem ao menos, habilitação?
- Como você pode julgar assim? Não é da sua conta!
- Pelo visto, acertei! Sim mocinha, é da minha conta a partir da hora em que você - apontou o dedo pra mim. - bateu na van que estou trabalhando.
- Aí meu pai... Moço, me ajude! Eu vou ser morta! Não quero brigar, não gosto de brigar! Mas me ajude, pague isso, por favor. - falei pegando o celular.
- Mesmo que eu quisesse, não poderia! Isso não é comigo... Estou à trabalho, já falei.
- Oras, se está à trabalho, ligue para o seu chefe e o avise! Não vou ficar com o prejuízo, não mesmo.
- Moça, vá pra casa... Seu pai não vai lhe matar, me deixe trabalhar em paz! - disse, dando as costas pra mim.
- Quer saber? Deixa que eu me viro, seu mesquinho!
- Eu mesquinho?
- Você, mão de vaca. - bufou, e eu o encarei.
- Bom, vou ver o que eu posso fazer aqui! Fique aí... - me deu as costas novamente, entrando na van.
Luan's POV.
- E aí, o que foi? - Cirilo perguntou ao motorista.
- Uma batida. A moça freou do nada e eu acabei batendo nela...
- E por que não vamos embora? - Rober perguntou.
- Porque ela diz ser culpa minha e até discutimos. - falou, sem jeito. - Mas depois me chamou de mesquinho, alegando que pagaria. Como eu realmente não estava em uma velocidade permitida, disse que veria o que poderia fazer. E aí?
- Paga o prejuízo da moça, aliás, chama essa muié aqui pra nóis conversar.
- Certeza Luan?
- Sim, Boi! - respondi, mexendo no celular.
- Tá, vou chamar. - o motorista saiu e o Rober encostou a cabeça na janela.
Tanara's POV.
Esperei, esperei... Até que ele desceu, com um sorrisinho.
- Vai pagar?
- Quer conversar com a senhorita! Pode entrar, por favor? Eu olho seu carro aqui. - falou, todo calmo.
- Como assim entrar? Por que ele não desce?
- Vamos moça, entre logo! Não quer que o seu prejuízo seja pago?
- Quero, foi culpa sua! Mas por que ele não desce? Vocês podem ser seqüestradores! Posso entrar e quem estiver aí dentro, me estuprar.
- Pode ter a certeza que não somos seqüestradores e que não vão te estuprar! Estamos perdendo tempo, entre. - falou, sem paciência e eu me dei por vencida, decidi entrar.
4 comentários e o 2º mais tarde! 🙈
Continueeeeeeee e e e e e
ResponderExcluirDessa ❤
Aaaaaaai sem or continua tataah pelamor ta perfaa o primeiro cap
ResponderExcluirContinua gata ♡
ResponderExcluirContinua!!
ResponderExcluirCara eu podia dar essa sorte kkkk imagina a van do Luan batendo na traseira do meu carro ������
ResponderExcluirBj Vanessa
Poderia ter continuado a otta mai ok
ResponderExcluirAnda tanara posta o próximo!
ResponderExcluirMuie tu e louca de começa tudo de novo mais tudo bem...continua logo q eu do ansiosa negah...bjocas
ResponderExcluirto amaaaaando Tatah! Continua logo!
ResponderExcluirLaura Araujo
Continua logo princesa ... beijocas
ResponderExcluirVictória LS
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTanara do céu muie de Deus como vc faz isso se tem noção apagou 71 cap,mais de uma ano escrevendo.Me deixando curiosa pra agora recomeça?Merece umas palmadas.mas td em continua logo.E seja ligeira dessa vez.
ResponderExcluirSocorro continuuuua
ResponderExcluirJá pode postar ja! Hahahaha
ResponderExcluirQuero ver a cara dela qndo encontrar o Luan na van *-*
Lendo pela segunda vez!!! Não me canso!!! <3
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