Luan's POV.
Após eu ter contado tudo para Carol - a mais nova/velha amiga de Tatah - ela praticamente pirou, afirmando que sua vinda não foi à toa, foi um sinal para nos juntar. Isso não é loucura? Claro que é! Eu e a Tatah somos amigos, e o fato de ter acontecido coisas estranhas ultimamente, vulgo meus sentimentos perturbados, não muda absolutamente nada!
Ela chegou hoje e voltaria para Fortaleza mais tarde, mas em São Paulo não tinha ninguém, já que perdeu o contato da Tanara; eu ofereci minha casa, pra ela descansar até a hora do vôo.
Presidente Prudente não era longe, mas também não era perto de minha casa. Enfrentamos 5 horas de viagem e inevitavelmente, dormimos a viagem toda. Rober nos deixou em casa e novamente eu lhe pedi cuidado, para que mentiras sobre a Carol não se espalhasse. Mesmo sendo difícil, se tratando das minhas fãs todo cuidado é pouco!
Não olhei as horas, mas ainda estava escuro. Tinha a chave e entrei. Aparentemente, tudo normal. Carol ia fazendo uns comentários sobre a casa e eu ria dela.
- Onde vou dormir?
- No quarto de hóspedes.
- Você não falou que a Tatah estava aqui?
- Não tem só um... - Peguei nossas malas, indo até a escada. - Mas acho que ela não está.
- Tá, né. - Carol concordou, pegando o resto das malas e subindo comigo.
A deixei no quarto de hóspedes e lhe mostrei tudo. Saí, a deixando à vontade e fui checar o outro quarto. Já estava desanimado, ela com certeza já estaria em casa... Mas ao abrir a porta, me surpreendi. A Doidinha dormiu de roupa, sem ligar o Ar Condicionado, sem lençol e toda torta. Ri, vendo aquela cena.
Liguei o Ar e depositei um beijo no seu rosto. Virei, à procura de um lençol e ouvi sua voz, me chamando.
- Rafa? - falou baixinho, com voz de sono, do jeito que estava.
- Oi, Pikitinha. - Peguei o lençol e a olhei, fazendo ela sorrir.
- Nossa. - olhou para si. - Eu dormi assim? - perguntou, levantando.
- Foi. - ri. - Bebeu, foi?
- Quem dera! Pelo menos bêbada, eu não teria feito o que fiz sóbria.
- Quê que cê fez? - sentei do seu lado.
- Melhor você não saber... - fez careta. - Você não estava em Presidente Prudente?
- Vim descansar, tenho o dia de folga.
- Semana só em São Paulo! Maravilhoso, não?
- Talvez. - falei em um sorriso pequeno.
- Eu vou pra casa. - levantou. - Não olha pra mim, aposto que estou amassada, descabelada e tudo que tem de feio.
- Nem tá. - deitei. - Deita aqui. - bati na cama.
- Não... Eu vou pra casa. - Amarrou o cabelo.
- Ainda está escuro, muié. - falei e ela olhou pela janela.
- Merda. - resmungou.
- Deita. - bati mais uma vez e ela veio, para se deitar.
- Por acaso você recebeu alguma mensagem? - perguntou, apreensiva.
- Eu? Não. - me fiz de desentendido.
- Hum... Posso ver seu celular, rapidão? - estendeu a mão.
- Não. - ri dela e ela me olhou indignada.
- Por favor? Rafa do meu coração! - sorriu, como quem queria algo - no caso, meu celular - e eu sorri, balançando a cabeça negativamente. - Me dá essa bagaça! - mexeu nos meus bolsos. - Eu não vou olhar suas conversas, tá legal? Agora me dê! - falou birrenta e eu só ria.
- Você não vai apagar a mensagem.
- Você disse que não leu! - falou decepcionada e manhosa.
- Quem foi a outra pessoa que você atrapalhou a pegação? - perguntei rindo.
- A Safada da Cristina. - falou emburrada. - O homem ainda me chamou de "Empata Foda". - falou séria e eu ri mais ainda. - Não ri, poxa.
- Por que você não foi dormir logo? Era melhor.
- Se pudesse voltar no tempo...
- Te falei que cê tava encalhada, levou na brincadeira...
- Vou ser tiazona! - cruzou os braços. - Mas uma tiazona doida, porque irei endoidar, daqui pra lá.
- Nessa festa, saiu da seca não?
- Seca tá a tua madrinha, cretino. - me bateu e eu me protegi, rindo. - E sim, fiquei com um gatinho... Mas nada que atrapalhar duas transas não consiga estragar minha felicidade.
- Tá vendo oh, sua noite nem foi tão ruim!
- Falou o Transão, tá assim só porque comeu mais uma.
- Nem aconteceu nada.
- Sério? - falou desmanchando a "cara feia". - Por que?
- Porque sim. - sorri, neutro.
- Bem feito pra você, se fosse um travesti. - falou maléfica e eu ri, de novo.
- Mandava vim te pegar, encalhadinha.
- Eita, vai ficar mais vesgo...
- Por que?
- Porque sua vesguice foi uma dedada, depois dessa noite...
- Vai te fuder. - falei rindo e ela me acompanhou.
- Com quem? Nem meu ursinho eu tenho mais.
- Aquilo era um vibrador? Sua tarada!
- Você entendeu, retardado. - me deu outro tapa.
- Borá dormir que é "mió".
- Tá, vai pro seu quarto. - me empurrou, puxando meu travesseiro.
- Não. Vou dormir aqui, com ocê. - falei me aproximando e ela fingiu bufar.
- Boa noite, comedor de travesti.
- Encalhada empata foda.
- Até você? Eu vou voltar pro sertão! - falou indignada e eu a abracei, rindo da sua cara.
Tanara's POV.
Como eu deduzi, era o Rafa. Conversamos um pouco e acabamos dormimos abraçados - isso não significa que foi fofo - Nossas posições eram engraçadas, mas dormimos bem, eu acho.
Acordei antes que ele e fui direto pro quarto da Bru.
- Bom dia. - falei sem graça, já que ao abrir a porta, a acordei.
- Bom dia. - falou bocejando. - Dormiu assim?
- Acho que foi o trauma. - falei, me olhando no espelho.
- Trauma? - ela sentou na cama, passando as mãos nos olhos.
- Depois te conto. - falei e ela riu, concordando. - Quero escova.
- Dente ou cabelo?
- Dente, nova, se for possível.
- Abestada. - levantou, rindo.
- Ui, que palavra é essa?
- Tá vendo? Isso que dar, andar com você. - falou e eu lhe mostrei minha língua. - Toma. - me entregou a escova, ainda na embalagem.
Peguei e fui direto pro seu banheiro.
Fiz tudo que tinha que fazer e saí, ainda preocupada com o meu visual. Não que eu seja vaidosa ao extremo, mas o Rafa estava aí e mesmo que ele já tenha me visto acordar, não vou ser hipócrita, não quero aparecer feia, não hoje.
- Vou descer, tô indo embora... - falei e a Bru pulou da cama.
- Tá doida, mulher? Você vai comer.
- Não vou.
- Vai sim, vem! Vou descer com você.
Passei na frente, rindo e ela veio atrás.
Estávamos conversando no corredor, quando vimos uma moça loira, de costas.
- Eu pensei que você fosse a única loira dessa casa. - falei e ela me olhou engraçada. - Será que é a sua mãe? Tia Zete loira? - perguntei e a Bruna me deu um tapa, rindo de mim.
- Isso me cheira... Luan! - Bru falou, fechando o punho e eu me lembrei de onde ele estava na noite passada, num motel! Não acredito que esse cretino trouxe a mulher pra casa dele e foi dormir comigo. Cafajeste!
Bru foi até ela e a cutucou. Fiquei aonde estava, parada, quieta, apenas observando!
- Oi, quem é você? - A Loira falou, virando e eu abri a boca, à tamanha cara de pau! Ela aparece na casa da menina e pergunta quem ela é?
- Acho que eu deveria fazer essa pergunta! Quem é você? - Enquanto a Bruna falava, eu a observava. Sabe aquela impressão de já ter visto em algum lugar? Estava com ela.
- Sou Carol! - estendeu a mão, para cumprimenta-la e a Bruna não apertou, ainda desconfiada. - Luan me trouxe. - sorriu, sem graça.
- Sabia que isso era coisa do meu irmão.... - Bru falou e a tal Carol riu.
- Então você é irmã do Luan? - Nome, rosto e voz! Essa junção eu conhecia de algum lugar. Vamos Tanara, lembre!
- Sou.
- Tá vendo, Bonitinha? Não invadi sua casa. - falou e eu consegui desvendar o mistério que minha má memória criou. Era Carol! Minha Carol!
- Eu não acredito, nem sei como, mas... CAROOOOL! - corri para abraçá-la e ela devolveu o sorriso, me apertando.
- Oi? - Bruna perguntou, enquanto nos abraçávamos.
- Como, velho? - perguntei, a olhando melhor. - Nós perdemos contato, eu tentei te achar...
- Eu cheguei em São Paulo e fui pro show do Luan...
- Quê? - perguntei, supressa.
- Não fica com raiva de mim, mas eu fui peguete do seu boy em Cancún. - falou com uma expressão de "medo" e eu gargalhei.
- Meu boy? No caso, o Luan?
- É, mas eu não sabia e já tem algum tempo...
- Ei, relaxa! - falei, ainda rindo. - Aí vocês foram reviver os momentos..?
- E você ligou. - falou e eu me lembrei da noite passada. - Ele ficou todo estranho...
- Heeeeey! - Bru falou emburradinha, de braços cruzados e com o maior bico do mundo.
- Eu perguntei se era a namorada dele e ele disse que era uma amiga... Quis continuar e tudo.
- Safado. - falei, sorrindo.
- Quando estávamos quase, você mandou aquela mensagem loucona e eu desisti. Ele me contou a história de vocês e eu vi sua foto... Reconheci e aceitei vir, te ver.
- Como sabia que eu ir dormir aqui?
- Ele chutou.
- Ele contou tudo?
- Quase. - ela me olhou safada e eu ri.
- Nossa, que saudade! - a abracei novamente, fazendo a Bruna bufar.
- Aí ele me chamou de louca e eu mostrei uma foto nossa...
- Credo! Queimou nosso filme.
- Pior. - riu. - Você já vai? Eu vou pra fortaleza hoje. - falou e eu mudei minha feição para tristeza.
- Sério?
- Sim.
- Eu tenho que ir em casa... Me passa seu número? Aí a gente se fala e talvez eu volte. - peguei meu celular e ela foi falando. - Pronto! - falei sorrindo e comecei a andar, em direção ao quarto do Luan.
- Vai aonde? - perguntaram, juntas.
- Eu? Vou agradecer. - falei sorrindo e a Carol pareceu não entender.
- Vem Carol, te explico no caminho! - Bruna falou a chamando, e eu ri.
Entrei no quarto que eu estava e ele ainda dormia.
- Coisa linda. - sussurei, me aproximando.
Subi em cima e beijei seu pescoço. - Obrigada, amor da minha vida! Trouxe minha amiga de volta... Valeu mesmo. - lhe dei um selinho. - E daí que você está dormindo, né?! - falei sorrindo e dei outros dois.
- Quem disse que eu tô dormindo? - foi abrindo os olhos e formando um sorriso.
- Dorme. - ia sair de cima dele, mas o mesmo me segurou ali. - Eu tô de saia, ridículo. - falei rindo e ele colocou a mão na minha saia, querendo subir. Lhe dei um tapa e ele riu, parando.
- Quero mais alguns selinhos... Eu trouxe sua amiga, pô.
- Ih, a gente não pode dar o pé, que já querem a mão! - resmunguei e ele se ajeitou na cama.
- Eu trouxe sua amiga! Você poderia nunca mais ver ela, sabia?
- Depois que quase transaram?
- Isso é um detalhe. - falou cínico e eu sorri, negando.
- Tenho que ir embora. - passei minha por cima dele, para sair dali.
- Só vai quando me der mais 10 selinhos.
- 10?
- Tem razão, 10 não! Quantas horas vocês ficaram se falar?
- Coitado. - ri, saindo por completo.
- 20 e não se fala mais nisso! Tá bom?
- Tá. - me abaixei e comecei a dar os selinhos, rapidamente. - 10. - falei, em uma pausa.
- Tá muito rápido, vale não. - cruzou os braços, como criança birrenta.
- Então tá, tchau... - me ajeitei e ele puxou meu braço.
- Rápido é bom. - sorriu e eu continuei, lhe dando os outros 10.
- Pronto! Agora tchau... - fui até a porta e ele continuou me olhando.
- Você não vai, te conheço.
- Claro que vou.
- Se sair por essa porta, eu te pego. Sou mais rápido, mais forte.
- Ah é? - falei e ele assentiu. - Tá. - falei pegando a chave da porta e numa velocidade inacreditável, eu o tranquei.
Peguei a chave e desci, já discando o número do táxi. Terminei a ligação e fui até à cozinha, provável lugar que elas poderiam estar.
- A Carol me contou. - Bruna falou, ao me ver.
- Aí que ótimo! - falei sorrindo e olhando pra trás.
- Que foi? - Carol perguntou, tomando o suco.
- O que?
- Que chave é essa? - Bruna perguntou e eu revirei os olhos, falando um palavrão mentalmente.
- Eu tranquei o Luan.
- Você o quê?
- Só vou dar essa chave à vocês, quando meu táxi chegar! - falei e elas balançaram os ombros. - Volto logo! - joguei a chave, soltando beijos e saí.
Luan's POV
Fui acordado com... Selinhos? E sim, era ela. Sorri, inevitavelmente e abri os olhos, dando certeza ao que eu pensava.
Trocamos nossas implicações e eu lhe pedi mais alguns selinhos. Depois dela reclamar, fechamos em 20 e assim ela fez. Claro que não queria só isso, ela não tinha precisão de ir embora agora! Mas ela foi mais rápida, me trancando.
Fiquei batendo na porta e nada de ninguém abrir, merda! Liguei pra Bruna e minutos depois vi a maçaneta girar.
- Cadê ela? - levantei, apressado.
- Já foi. - riu.
- Encalhada! - rosnei, fazendo a Bruna rir mais ainda. - Deixa ela, deixa...
- A Carol ainda tá aqui... Vai deixar sua visita sozinha?
- Vou já descer, deixa eu tomar um banho...
- Uma pergunta : Por que você tá nesse quarto e por que a Tatah te trancou?
- Porque eu vim dormir com e ela me trancou porque é uma ingrata.
- Tá bom, pode ir. - falou dando a passagem e eu saí, nada contente.
(...)
O dia passou rápido e eu resolvi não mandar nenhuma mensagem pra ela. Apesar de que os dois puxam assunto, deixei hoje pra ela. Esperei, esperei e nada... Carol me contou que as duas estavam conversando. E por que não comigo? Ela me tranca e ainda quer que eu vá atrás? Não mesmo. Sei que eu não aguentaria por muito tempo, mas resistiria, o maior tempo possível.
- Que merda! Cadê você? - rosnei, jogando o celular na cama.
- Oi Luan... - Carol entrou sorrindo. - Então, eu já tô indo, o táxi já está aí... Obrigada viu?!
- Quê isso, muié! - sorri e a abracei.
- Por que essa revolta?
- Ela não manda nenhuma mensagem...
- Luan, quando eu falei que estava conversando com ela, eu estava brincando! - riu. - Ela também não deu as caras e eu fiquei até preocupada.
- Será que aconteceu alguma coisa?
- Eu acho que não, sou acostumada com os vácuos dela. - riu novamente, indo até a porta. - Obrigada, de novo... E oh, vou juntar vocês dois! - saiu, acenando.
- Espera, vou te deixar lá embaixo. - sorri e a acompanhei.
Nem com a amiga, ela falou? Será que ela ficou brava com nós dois? Nossa senhora!
Vi a Carol entrar no táxi e ele ir se distanciando. Virei e minha irmã me olhava de braços cruzados.
- Que foi piroca?
- Você aí, dando pití porque a Tatah sumiu.
- Não estou dando pití...
- Ah, que bom... Eu tava falando com ela nesse instante e..
- Ela apareceu? Ligou? Disse o quê? - falou rápido e ela riu da minha cara.
- Tá vendo? Tá agoniadinho. E não, ela não deu sinal de vida...
- Beleza. - sentei no sofá, checando o celular outra vez.
- Deixa de ser assim! Liga pra ela.
- Claro que não! Se ela não quer falar comigo, o que eu posso fazer?
- Liga logo antes que eu te bata.
- Não vou ligar, já falei.
- Luan... - Se aproximou, segurando uma almofada.
- Tá bom! Eu já ia ligar mesmo... - falei, discando seu número.
Chamou uma, duas, três vezes e nada dela!
- Tá vendo? Não atende.
- Isso confirma o que eu estava pensando, ela está dormindo! Não atende ninguém, ninguém mesmo.
- Dormindo? O dia todo?
- Como você é chato, Pi! - se dirigiu até o telefone fixo e apertou em alguns números. - Tia Erika? Cê sabe da Tatah? Dormindo? - me encarou, fazendo cara de vitoriosa. - Pois quando ela acordar, diz que o Luan quer falar com ela... - falou e eu disse que não. - É, ele quer muito.
- Bruna, sua... - joguei uma, duas, três, quatro almofadas nela que ria.
- Beijo tia! - soltou, colocando no lugar. - Tá vendo bobão? Ela está dormindo!
- Eu não quero falar com ela, beleza? - sentei, irritado. - Que saco.
- Deixa disso! Agora espere ela ligar... Pegou o celular do sofá e me olhou rindo. - Eu tô apaixonado, eu tô contando tudo... - subiu, cantando e eu lhe joguei mais um almofada.
Tanara's POV.
Cheguei em casa, como se um caminhão tivesse passado em cima de mim. Resumi tudo pra minha mãe e subi, sonhando com o meu banho relaxante.
Nas escadas, peguei meu celular na esperança de enviar uma mensagem pro Luan. E adivinha? A internet havia caído!
Ignorei, jogando meu celular na cama e indo direto para o meu banheiro. Tirei a roupa e entrei no chuveiro.
Passei bastante tempo pensando na vida, debaixo do chuveiro. Sai, vesti uma calcinha, uma blusa e tranquei a porta - já que tinha homem em casa - Me joguei na cama e meu sono demorou um pouco, demorou os segundos que levou para os meus olhos fecharem.
(...)
Acordei com a sensação de ter dormido a vida toda. Levantei e olhei pela janela, já havia anoitecido. Vesti um short e desci, encontrando minha mãe sentada no sofá.
- A Bixona resolveu acordar?
- Tô com fome. - falei, ainda bocejando.
- Tem bolo, acabei de tirar do forno.
- De?
- Chocolate.
- Aí mamãe, te amo! - soltei beijo e corri para a cozinha.
Vi o bolo e minha boca encheu de água. Lavei as mãos e peguei uma faca, avançando nele.
- Bruna te ligou avisando que o Luan quer falar com você.
- Eu ia falar com ele, mas a internet caiu... Voltou né?!
- Sim. - falou, sentando.
- Cadê os dois?
- Gabriel levou ela pro shopping, coisa que você devia fazer.
- Eu não.
- Devia levar, sua única irmã... Já que não está fazendo nada!
- Nem vem, a senhora que me arrastou pra cá. - falei de boca cheia, mal educada.
- Mas eu pensei que você podia ir atrás da sua faculdade aqui!
- Vou começar em 2014, já falei.
- E por que 2014?
- Estamos em Setembro mãezinha, não compensa, pense!
- Sei... E seu seguro?
- Tô recebendo.
- Não gaste com besteira, gaste com você mas poupe também!
- Relaxa mãe, credo.
Terminei de saborear meu bolo e deitei no sofá, discando o número do Luan.
Chamou uma vez e na segunda, ele atendeu.
- Oi amor. - falei animada.
- "Oi amor"? Cê num tem vergonha não? Me deixou o dia plantado! - falou, fingindo estar bravo e eu ri.
- Fui te mandar mensagem e a internet tinha caído... Acordei agora.
- Hum... Dorminhoca.
- Pior! Desci pra comer e mãe me avisou... - falei e minha mãe também falou, perguntando se era ele. - Sim, mãe... - concordei e ele riu.
- O show hoje é em Cotia, 30 minutos daqui! - falou como queria algo e eu entendi.
- Que ótimo! Outro dia de folga.
- Queria alguém comigo... Pobre de mim, tão carente, tão sozinho...
- Você vai fazer o show para milhares de meninas que só te mimam e que são loucas pra pelo menos, te abraçar! Então, não reclame de carência.
- Elas lutam pra isso e você aí, me tendo, fica esnobando...
- Já corri muito atrás de você, querido! - dei uma risada. - Agora que eu tenho, vou judiar.
- Quem disse que ocê tem eu?
- Eu sei, confio no meu taco!
- Metida, como já percebi na primeira vez que te vi.
- Primeira não, a primeira foi no camarim.
- Segunda, então.
- Amor à segunda vista!
- Só que não, muié. - ele riu. - Já que você gosta que eu implore... Vamos comigo nesse show, neguinha?
- Fala direito comigo, não sou tuas negas.
- Vamos comigo nesse show, Pikitinha? - repetiu e eu me segurei pra não rir.
- Mais pausadamente, vai.
- Vai se foder, Tatah. - ele falou e nós dois rimos juntos.
- Só pela sua mal criação, não vou!
- Tá, 23:00 passo aí. - afirmou.
- Não Rafa, não vou mesmo... - ri sem graça.
- Por que, uai?
- Eu não quero ser motivo de encrenca pra você, você deve conhecer suas fãs.
- Ei, eu tô te chamando! Já sei do que pode rolar, confia em mim.
- Hoje não... Amanhã você tem show aqui perto também, não tem?
- Vai dispensar um show meu, comigo, numa sexta-feira? - falou com uma voz de decepção e eu mordi meus lábios, já arrependida.
- Rafa... Amanhã eu vou.
- Talvez amanhã eu não queira que você vá, quero hoje.
- Credo, então eu não vou.
- Você entendeu.
- Promete que não fica chateado?
- Tô de boa. - riu forçado.
- Passa aqui, pra eu te dar um beijo? - falei com a voz mais doce.
- Eu tô tentando ficar bravo com você, caramba! - riu. - Não sei, hoje vai ser corrido... Sabe como é, né?!
- Quando tiver um tempo, eu e meu bolo de chocolate estamos te esperando! Beijo, te amo. - desliguei, rindo.
Luan's POV.
Um tempo depois da vergonha que Bruna me fez passar, meu celular chamou e ao ver seu nome estampado no visor, meu coração acelerou. Atendi rapidamente e ela já veio com aquelas suas palavras, que pioram tudo. Reclamei pelo seu sumiço e ela riu, explicando em seguida. Citei sobre meu show ser perto e a convidei. Ela negou, me deixando um pouco desanimado. Ânimo que voltou, com o seu convite. Me fiz de difícil mas com certeza faria de tudo pra passar na sua casa. Lá tem ela e tendo bolo de chocolate, melhora tudo!
As horas passaram e logo a van buzinou, me apressando.
- Pi!! - Bruna gritou e eu desci, correndo.
- Borá Boi... - Rober falou e dei tchau as duas, que também não quiseram ir, porque iriam no de amanhã.
- Vamos passar na casa da Tatah. - avisei ao Rober e um coro se formou, me zoando. - Só quero ver minha amiga. - me expliquei e eles fingiram acreditar. Menos o Rober, que veio com as suas perguntas.
- Tá pegando a gatinha lá?
- Não. - respondi, sorrindo.
- Pode falar cara! - bateu no ombro.
- Não estamos. - falei mais sério, o encarando.
- Tá bom, me convenceu! Mas você podia ajudar um amigo né? Vive chamando ela de encalhada, eu também tô... Dois amigos encalhados, precisam de quem? Do super Luanzera! - falou e eu gargalhei.
- No dia que ocê pegar a Tatah, eu fico careca.
- Ih cara, não acredita mesmo?
- Não. - falei ainda rindo.
- Por que?
- Você não é o tipo dela.
- E qual é o tipo dela?
- Eu. - sorri de lado.
- Se fodeu. - pegou o celular.
- Por que?
- Nada. - respondeu negando a suposta situação.
Não iria mais especular, só queria chegar na sua casa logo.
Pouquíssimos minutos depois, paramos no seu condomínio e a van novamente, foi autorizada. Paramos em frente à sua casa e eu lhe liguei, avisando sobre a nossa chegada.
Ela saiu, sorrindo, toda linda. Sua irmãzinha a acompanhava e eu desci, olhando pros lados.
- Oi amor! - me abraçou e eu a levantei, apertando-lhe.
- Oi Pikitinha. - cheirei seu pescoço. - Oi Dudinha! - me abaixei, a pegando no colo.
- Oi meninos! - ouvi ela dizer, com a cabeça dentro da van. - Venham, entrem!
- Quê? Nós já vamos. - neguei rindo.
- Não vão... Vem gente, comer!
- Tatah...
- Eu fiz pra vocês.
- Foi a minha mãe. - Duda falou baixinho, com a mão do lado boca, para quê a Tatah não visse.
- Ow Duda, cala a boca! - brigou e depois sorriu, cínica.
- Já até desci... - Rober falou ajeitando a roupa. Logo foram descendo.
- Sua mãe não se importa? - perguntei baixinho.
- Ela que mandou. - falou, sorrindo. - Venham. - puxou minha mão, nos guiando até a porta.
- Com licença! - falei, ao colocar o pé dentro da sua casa. - Oi, tia Erika. - soltei da Tatah e fui lhe cumprimentar, com um abraço.
- Oi Luan! Oi meninos, entrem! - falou simpática.
Todos falaram "com licença", todos muito educados e eu ri disso. Tia Erika os arrastou até a mesa de jantar, nos deixando a sós.
- Tá vendo? Veio. - sorriu, com as mãos ao redor do meu pescoço. - Todo lindo, gostoso - passou a mão na minha barriga - e cheiroso. - Se alongou, cheirando meu pescoço.
- Tem que ser. - respondi, convencido.
- Se você pudesse, te trancaria no quarto comigo! A noite todinha...
- Te convidei pro show...
- E eu te convidei pra minha cama. - falou sorrindo e eu podia ver um lado malicioso ali, mas só eu.
- Venham! - Tia apareceu, nos chamando.
- Foi eu que fiz, não esqueça disso... - falou me abraçando de lado e eu concordei, rindo.
Chegamos e o Rober conversava algo com a Duda, Tia Erika com os meninos e eu sentei com ela.
- Quem é o que joga as meninas do palco? - Erika perguntou, enquanto colocava os refrigerantes. Caímos na risada, olhando pro Well.
- Você não tem coração? Olha o seu tamanho! - Falava indignada e o Cirilo ficou sem graça.
- É o meu trabalho, senhora. - sorriu e ela negou, com a cabeça.
- Óí... - fiz sinal de "bem feito" e ele riu pra mim. - Você podia ser mais simpático, às vezes.
- Ele é meigo, Tatah. - Rober falou e a zoeira não parou mais.
Elogiei o bolo e a Tatah piscou, mas Erika agradeceu, cortando o seu barato.
- Tenho que ir... Me arrumei mais cedo, só pra te ver. - falei quando todos já tinham ido pra van e agora conversavam com a mãe da Pikitinha.
- Fazer o quê. - fez bico, triste. - Você disse que ia rasgar meu urso, porque ficaria no lugar dele e tá aí... Nem o coitado eu tenho mais.
- Eu te fiz um favor.
- Destruindo meu urso?
- Te livrando completamente do feio lá.
- Obrigada, transão.
- Prefiro ser transão do que ser empata foda...
- Para, poxa... - falou "irritada" e eu lhe abracei.
- Fica com Deus. - beijei sua testa.
- Vai com ele. - me apertou.
Fomos abraçados até à van e foi meio complicado, ela me soltar.
(...)
Tanara's POV
Depois que os meninos foram embora, minha mãe começou a falar que gostou deles, eram simpáticos e blá blá blá. Perguntou mais uma vez se eu não estava ficando com o Luan e eu neguei.
Troquei umas palavras com as meninas no Whats e fui dormir. Não sei como, mas estava com sono.
No dia seguinte...
Acordei cedo, animada! Resolvi que hoje arrumaria minhas coisas. Fui tomar banho e acabei lavando o cabelo. Desci para tomar café e prometi para a Dudinha que após eu terminar tudo, iríamos no shopping. Ela pulou de alegria, já indo pedir dinheiro a nossa mãe.
(...)
Como o prometido, depois de deixar meu quarto brilhando, fui tomar banho e me arrumar para ir no shopping.
Vesti uma blusa veste, que cobria os ombros um pouco e tinha mangas longas e um short jeans, que eu particularmente amava. Passei uma maquiagem bem de leve e calcei uma sapatilha. Desde que o Rafa havia me dado a capinha, eu não tinha postado nenhuma foto com ela. Então, hoje seria a vez. Me posicionei na frente do espelho e abri a boca, em um sorriso.
"Case linda né?! Ele tem bom gosto! Shops com a gatinha menor, hahaha."
Postei e ouvi os gritos de Gabriel, me apressando. Ele iria nos deixar lá.
(...)
O passeio no shopping foi tranquilo; levei a Duda para brincar em alguns lugares e depois fomos comer. Irmã de gorda, gordinha é! Aproveitei para entrar numa loja de roupas e me deparei com um boné lindo. Azul com o símbolo do "super homem". Inevitavelmente lembrei dele e comprei, ansiosa para saber se ele gostaria.
Passamos numa loja de brinquedos e Duda escolheu uma barbie, que eu também levei. Gabriel me ligou, avisando que já estava nos esperando do lado de fora e fomos ao seu encontro.
(...)
- Olha, mamãe, o que ganhei! - Duda saltitava pela casa, com a boneca.
- Gabriel já saiu? - Minha mãe perguntou, pegando a boneca. - Que linda, Du! Foi sua irmã que deu? - ela assentiu, sorrindo. - Que bom que você já tá arrumada, vamos ali comigo. - pegou as chaves do carro e a bolsa.
- Posso levar, mãe? - Duda perguntou, se referindo à boneca.
- Pode. - concordou e Duda comemorou, acenando pra mim. - Cuidado, voltamos logo...
- Traz chocolate pra mim. - pedi, me estirando no sofá.
- Tem na geladeira. - falou, fechando a porta.
- Eu quero branco! - gritei, mas ela já havia saído.
Fiquei mexendo no celular. O instagram estava uma graça, já começaram a falar coisas porque eu postei foto com a mesma case dele. Até montagens fizeram e eu curtia, rindo. Elas são espertas, muito espertas.
Ia responder uma pessoa no WhatsApp quando a campainha tocou. Não seria quem poderia ser, se minha mãe trancou e estava com a chave.
Abri e me deparei com a pessoa que eu mais quisesse que seja.
- Rafa? - sorri. - O que é isso? Seu louco! - ri, com as mãos na boca.
O que será? Hahahahahahah. Foi fofo? Legal? Eu tentei né! O capítulo preferido se aproximaaaaa... Mas esse é o começo dessa fase fofa - ou será triste? - :x Carol vai aprontar muito ainda... Carolzita e Cristirica, valeu pela ajuda! (no 11) (eu esqueci) Sem meta vocês comentam bem mais '0' Então deixa assim, sem meta... Mas comentem hein? É muito bom, ajuda demais! *---* bem-vindas leitoras novassssss! Gio Simon, você aqui? :o te falei que sua fanfic (o vento me trouxe até você) foi a culpada pelo meu vício em fanfics? Saudades ): Hahahahahaaha, é isso, beijos! :*
Aooo Tatah, ta me deixando cada dia mais apaixonada na sua Fanfic, sabia? To amando demais! E certeza que o Luan ta ai com o urso que disse que iria comprar ela.. To amando esses dois e confesso que morro de rir nesses capítulos em alguns diálogos haha, continua!
ResponderExcluirSuper fofo , muito love e selinhos . agoniada pra essa fase deles . #LaisAraujo
ResponderExcluirAmeeeeeeeeeeeei
ResponderExcluirbjs da kekel
continua ����
Minha escritora preferida ♥.♥ continua logo! Pirei o capitulo todo. Meu Deus Tatah como vc consegue fazer uma fic assim? Pqp é a melhor fic do mundo ! Ja te falei, se tu nao escrever um livro eu te mato! Bjs Diih ♥♡★☆
ResponderExcluir7 horas da manha e eu aqui comentando. Oq eu nao faço por vc ne dona Emily.
ResponderExcluirEu sei oq ele ta lero lero haha.
Continue e e e xuxuzinho
Beijinhos ❤
Eita que esses dois ainda me poem doida kkkkk como eu não sou nada exagerada‚ comcei a gritar nas partes fofas *--* continuaaa logo isso dona tanajura ❤ ❤ beijooos!
ResponderExcluirContinuaaa tatazinha foi bem fofo como você faloou so não nos deixe muito tempo curiosa #Gaabi
ResponderExcluirSera que finalmente o Luan comprou um urso bem grandão pra Tatah,um esse selinhos,beijinhos,visitinhas,dormindo juntos é igual a pegação na certa.Continua logooooooo
ResponderExcluirO tatah continua logo vá.
ResponderExcluirTô curiosa.
Beijos
Ameiii o capituloo tatah quanta fofura
ResponderExcluirAwnnn o Lu e a tatah q fofoos
Eu morro de rir com eles kkkkk
Aiin o q sera q o Lu trouxe com ele ? Acho q é um ursao
Ansiosa pelo proximo capituloo
Continua logoo bjoos tatah
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ResponderExcluirAmeeeeei, continua logo dona Tanara, acho que o Luan podia estar ou com um urso daqueles que ele ja postou foto, ou com um que fosse a imitação dele (sim, existe)!
ResponderExcluirLaura Araujo
Amei! Continua.
ResponderExcluirNicole
Entre dias de preguiças e mais preguiças, consegui acompanhar!! Já falei que sou sua fã né Tatah?! Luan levou o um urso novo pra ela ♥♥
ResponderExcluirO que será que o Luan fez??? Continuaaa
ResponderExcluirCooooontinua
ResponderExcluirBuquê? Urso ?
Aaaaai sem or continua logo ><
Meu nome é Bárbara , Comecei a ler hoje e ja to no cap 12 , não me aguentei haha . Fic perfeita , continua logo por favor , bjs
ResponderExcluirsó pra vc não dizer que eu nunca comento dona Tatah to aki kkkkk
ResponderExcluirprimeiro: não preciso nem dizer que amor a fic né? ou preciso? em todo o caso, EU AMO, EU VIVO ESSA FIC, esse mundo que você cria a cada palavra que escreve, a cada ideia nova que tem, não tem como viver sem, segundo: eu acho que o Luan levou um ursão pra Tatah pq ele destruiu o dele e como ela esta "encalhada" ele dara um ursão pra acompanhar as noites da Tatah kkkk, terceiro: não se acustume e não me mate por não comentar sempre, é que leio mais pelo cel do que pelo pc então la não da pra comentar, quarto (mas não menos importante) : CONTINUA LOGO
Vanessa Santos
Continue Tatah..amei o capitulo
ResponderExcluirKeeh
Olha eu aquiiiiii!! Eu disse que ia aparecer, não disse?? Então, to aqui! To amando super a fic muie, arrasou! Quero esses dois juntos logo, será que eh pedir muito? hahahahahahha continua, tatah!
ResponderExcluirO Rafa levou um ursinho pra ela tenho ctz aahsussh, Pq eles escondem um sentimento tão bonito???
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