terça-feira, 29 de setembro de 2015

Capítulo 76

- Quem fez isso, Tanara?
- Eu não sei, Rafa. Eu nem tinha percebido isso.
- Você não sabe quem deu um chupão que está no seu pescoço? Não me trata como idiota, eu não nasci ontem.
- Ninguém me deu chupão nenhum.
- E o que é isso?
- Eu não sei! Mas chupão não é. Só você poderia ter feito isso e não foi você...
- Tanara, me responde logo. Quem fez isso?
- Eu não sei, vei. Isso não é chupão, ninguém encostou em mim.
- Vai dizer que você bateu em algum lugar? Bateu o pescoço em algum lugar?
- Luan, acha mesmo que eu deixaria alguém me dar um chupão?
- Eu quero que você me responda, só isso. - bufei, tentando manter a calma.
- Eu não sei o que foi isso!
- Você é muito cara de pau, sabia? Aparece com um chupão e quer que eu acredite que não sabe quem foi? Por que você não abre o jogo pra mim? - meu tom de voz já estava elevado e mil coisas já passavam involuntariamente em minha cabeça. Ela não podia ter feito isso comigo, ela não pode ter me... traído.
- Luan, eu não sei quem foi.
- Ah, não?! O pescoço é meu por acaso? Não, Tanara. Mas é claro que você não vai me contar, vai continuar fingindo que não sabe de nada... Quem conta essas coisas, não é?! Ninguém.
- O que você tá insinuando?
- O que você quer que eu pense? HEIN CARALHO? APARECE UMA PORRA DE UM CHUPÃO NO SEU PESCOÇO E VOCÊ  DIZ NÃO SABER O QUE ACONTECEU.
- Não grita comigo, Luan. - falou calma e eu comecei a andar pelo quarto, buscando a sua mesma calma. Mas não estava dando, eu estava com medo, angústia, curiosidade, raiva... Porra! Por que ela não me fala logo? Não assume de uma vez que me traiu? Ela não seria capaz. Mas aquilo não apareceria ali do nada. DROGA, DROGA E DROGA! Dei um murro na porta do banheiro e ela se assustou.
- Eu não sei como isso apareceu aqui, mas nenhum homem chegou perto de mim, Luan... Deixa de ser louco!
- Louco? Eu sou o louco? Você não quer contar, Tanara, tudo bem. Mas não precisa mais olhar na minha cara. A partir de agora você pode receber quantos chupões quiser, porque não vai ter ninguém pra dar satisfação. - falei áspero e saí, batendo a porta do quarto.

Tanara's POV.

Depois de responder tudo, peguei meus fones e pus uma música calma, fechando os olhos em seguida. Rafa saiu do banheiro e cantou uma música linda para mim. Mas todo aquele clima de romance foi embora depois do momento que ele enxergou uma mancha roxa no meu pescoço. Simplesmente ficou transtornado. Perguntava quem foi, insinuava coisas e gritava, enquanto eu apenas falava a verdade: não tinha a menor ideia de como aquilo apareceu no meu pescoço. O que eu iria falar? Saiu batendo a porta, pronunciando palavras que significavam um término? O que estava acontecendo, meu Deus?

Me esforcei para lembrar o que havia sido aquilo, mas não conseguia. Apareceu do nada! Como ele pode pensar aquilo de mim? Infidelidade? Eu deixar um homem fazer aquilo comigo? Acabei soltando algumas lágrimas. A forma que ele falou comigo foi tão grossa, eu odiava pessoas ignorantes. O que insinuou foi tão ridículo, que me machucou de verdade. Já estava chorando. Merda. Não seja tão boba assim, Tanara. Mas como tudo podia piorar, agora, realmente eu comecei a ficar tonta. Uma fraqueza tão forte, que de repente meu corpo foi amolecendo e minha cabeça girando... Caí na cama e  tudo ficou preto.

Luan's POV.

Saí do quarto antes que eu gritasse mais e falasse mais insultos, era o que minha raiva fazia. Respirei fundo várias vezes, tentei descartar o que minha imaginação mostrava pra mim e tentei achar uma solução para aquilo. Mas não dava. Como aquilo foi parar ali? Por que ela não falava? Insistia em me enganar? Depois de um bom tempo tentando esfriar a cabeça, decidi encará-la novamente. Eu terminei com ela? Ela com certeza viria falar um monte e eu já nem sabia o que pensar. Só não queria aceitar aquela hipótese e nem... terminar. Falei totalmente da boca pra fora e o medo que ela acreditasse, já tomava conta de mim. Entrei devagar, procurando palavras, mas acabei sendo surpreendido. Ela já estava dormindo. Ela? Dormindo? Com a nossa discussão? Sem trocar de roupa? Achei completamente estranho, mas não a acordei. Quem sabe a noite seria o tempo suficiente para colocarmos a cabeça no lugar e ela ter uma explicação para aquilo. Ou, tempo suficiente para ela me falar a verdade e nós colocarmos um ponto final naquilo. Era dolorido pra mim, mas um chupão não era qualquer coisa.

Deitei ao seu lado e com um tempo, comecei a estranhar aquele sono. Ela estava pálida demais e não parecia respirar como se estivesse dormindo normalmente... Estava toda desajeitada na cama e não era a posição que ela gostava de dormir. O que estava acontecendo? Sentei novamente, encarando-a. Depois de muito a observar, fui me aproximando... A chamei uma vez, duas, três e na quarta, eu já estava preocupado. Peguei em seus braços e a sentei, mas ela nem se mexia. Parecia uma boneca, de tão mole que estava. Ela não estava dormindo, não era possível. Ela estava desmaiada!

Tanara's POV.

Abri meus olhos bem lentamente e percebi que não estava num lugar conhecido por mim. Parecia que eu havia dormido por anos. O que aconteceu? Olhei pra cima, pros lados... E só então pude ver meu namorado dormindo numa cadeira, ao lado da cama que eu estava deitada. Ele estava totalmente desajeitado, acredito que não estava sendo um sono tão confortante. E mesmo com tamanho desconforto, uma de suas mãos estava sobre a minha. Aquilo parecia um quarto de hospital... O que ele estava fazendo ali? O que eu estava fazendo ali? Após despertar totalmente, sentei-me e percebi também, quê, eu ainda estava com a roupa que fui para a festa. Tentei tirar sua mão delicadamente da minha, mas ele se mexeu e logo depois, seus olhos abriram, já me encarando.

- Amor, que bom você acordou. Nossa. - parecia aliviado. Ajeitou-se apressadamente naquela poltrona e alisou minha mão.
- O que aconteceu? - perguntei baixo.
- Você desmaiou. - sorriu de lado. - Eu te trouxe pra cá e... Enfim. - levantou.
- Eu não lembro de nada. - esforcei minha memória e lembrei da nossa discussão. Depois, lembrei apenas de ter sentido uma forte fraqueza. - Senti uma fraqueza e depois... Não sei.
- Quando eu cheguei, você já estava desmaiada. Pensei que estava dormindo, mas estava muito pálida e não acordava de jeito nenhum.
- Desmaiei de saudades do meu amante. Aquele que deixou um chupão no meu pescoço, sabe?! - ironizei e ele riu. Por que ele não vai brigar comigo? Estou num hospital, mas continuo com um "chupão".
- Você não muda nem doente. - riu fraco, pondo uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.
- Eu não estou doente. - falei o óbvio, sorrindo sem mostrar os dentes. Apenas havia desmaiado pelas fraquezas que vinham acontecendo frequentemente. Ele fez uma careta, passando a mão no cabelo. - Ou estou? - fiquei séria.
- Está, amor. Você...
- O que eu tenho? - arregalei os olhos.

Luan's POV

Porra, ela estava desmaiada! O que aconteceu? Desorientado, peguei uma bolsa na sua mala e pus nossos  documentos e o meu celular. A peguei no braço e desci, quase correndo devido ao meu tamanho desespero. Pedi ajuda à recepcionista do hotel e graças a Deus, ela arranjou um carro para nos levar para qualquer hospital. Nessas horas ser famoso é uma maravilha. O trânsito do Rio não estava tão 'caótico', mas pegamos alguns semáforos fechados, o que me causou raiva e alguns xingamentos, confesso. Ninguém nunca havia desmaiado assim, perto de mim. Quer dizer, algumas fãs já haviam. Mas sempre tinha um médico perto, quando era em shows, e sempre foi em shows. E claro, não era qualquer fã, era minha Tatá. O moço estacionou e logo em seguida informou que ali era um dos melhores hospitais do Rio de Janeiro. Ela não acordava de jeito nenhum! Vi alguns para-médicos na porta do hospital e os chamei,  apressado. Um dos enfermeiros me orientou, pedindo para que eu fosse fazer a sua fixa na recepção. Preenchi tudo e perguntei dela, mas fiquei sem respostas.

Me sentei e comecei a me perguntar o que teria acontecido. O que ela tinha? Será gravidez? Alguma doença? Bom... Ela havia feito o exame e não tinha dado nada, não é? Exames de sangue geralmente mostram tudo. Fiquei em torno de uma hora ali, esperando alguma notícia e nada. Tentei ligar para Cris e ela não atendeu. Carol a mesma coisa. Não adiantaria ligar para alguém de SP, então, decidi esperar.

Finamente, havia sido notado e um médico me chamou, perguntando se eu estava com a tal paciente. Deveria ter sido ele que cuidou dela. Afirmei prontamente.

- Ela está sentindo alguma coisa estranha ultimamente? - o médico me perguntou, já no corredor para ir ao quarto onde ela estava.
- Tonturas, enjoos... - falei cruzando meus braços.
- Ah, eu desconfio de anemia. - falou simples. - O exame de sangue dela sairá em uma hora, pedi para adiantarem. Ela vai ao medico frequentemente?
- Ela foi fazer um exame há pouco tempo. De sangue. Quer dizer, de gravidez. - acrescentei meio envergonhado.
- Ela desconfiava de gravidez? Geralmente é a primeira coisa que as mulheres pensam. - ele riu. - Ela está no quarto 122. Sedada e no soro. Peço cuidado e atenção. Hoje eu tenho plantão, então quando os exames sairem, eu lhe comunicarei.

Entrei e a vi dormindo, como ele havia falado. Me aproximei e fiquei encarando-a. Ela parecia tão frágil... E somente eu podia cuidá-la. Nem conseguia imaginar algum mal acontecendo com ela. Por que tudo aquilo? Estava tão preocupado, curioso... Lhe beijei na testa e depois sentei na poltrona que tinha ao lado da cama.

De repente, comecei a me culpar. Ela podia ter ficado nervosa e desmaiado. Não podia? Nervosa pela briga que tivemos. Mas eu não poderia ficar calmo diante uma marca tão evidente em seu pescoço. De onde aquela chupada tinha saído? Pensamentos iam e voltavam. Bateram na porta e o mesmo médico entrou, me fazendo levantar, meio desajeitado.

- Descobrimos! - fiquei mais nervoso.
- O que ela tem? - novamente cruzei meus braços, fechando meus punhos e a encarando. Queria reprimir aquele medo.
- Anemia hemolítica. - falou na lata, como se fosse algo comum. - Eu sabia, Sr. Luan. Era muito evidente. Você sabe se ela está com alguma mancha no corpo?
- Am... Sim. Eu percebi no pescoço e nas costas, não sei se tem mais.
- Entendo. São sintomas. - Ele falou aquilo  uma sensação mista percorreu meu corpo.  Sensação feliz, por não ser algo tão grave. Sensação triste, por estar com raiva de mim mesmo. Como fui otário! Desconfiei dela por causa de um hematoma, de uma doença que nem ela mesma sabia.
- Ela com certeza desmaiou devido à uma fraqueza forte.
- Como é isso, doutor? É sério?
- É uma anemia, requer cuidados. Mas não é tão grave. A hemolítica é tipo de anemia que produz anticorpos que destroem as células sanguíneas. Ela é mais comum em mulheres do que em homens e gera sintomas como palidez, tontura, marcas roxas na pele, olhos secos e outros. Felizmente, ela tem cura, que pode ser alcançada com medicamentos e, por vezes, é necessária a remoção do baço.
- Então se ela tomar os remédios...
- Sim, Seu Luan. Ela ficará boa.
- Graças a Deus.
- É bom que ela fique pelo menos até amanhã de manhã, recebendo o soro e descansando. - começou a escrever alguma coisa. - Esses são os remédios. Quanto mais rápido, melhor. - me entregou o papel.
- Obrigado. - li, não entendendo porra nenhuma.
- Qualquer coisa, pode me chamar.
- Acho que não vai ser necessário. - sorri sem graça.
- Você poderia tirar uma foto comigo? E me dar um autógrafo pra minha filha? - pediu e eu assenti. Tiramos a foto e eu perguntei o nome da filha, assinando um papel logo em seguida.
- Obrigado, Luan. Não se preocupe, sua mulher vai ficar boa logo.
- Quê isso. Se Deus quiser. - falei e ele saiu. Sentei na poltrona e encarei o papel. Então era mesmo uma anemia? De certa forma, eu estava sim mais aliviado. Agora só queria que o tempo passasse rápido para ela acordar, eu poder me desculpar e irmos para casa. Fiquei mexendo no celular, atrás de falar com a minha irmã, mas não obtive sucesso. Acabei pegando no sono.

Tanara's POV.

- Hein, Luan? O que eu tenho? - repeti.
- Anemia hemolítica. Eu não sei explicar, mas não é algo tão grave. Com alguns medicamentos você vai ficar boa. - sorriu e eu juntei as sobrancelhas, tentando saber o significado daquela doença.
- Então eu já posso ir? - perguntei.
- Sim. Só precisa tirar esse soro e receber alta... - encarei o soro que estava ao meu lado e percebi que meu braço estava furado, com algo branco que me ligava ao soro. Que legal.
- Então chama o médico. Eu me sinto ótima. - sorri sem mostrar os dentes.
- Antes eu queria te pedir desculpas. Pelo chupão...
- Você não me deve desculpas. Apenas descobriu a verdade, meu amante.
- É sério. É um hematoma, e é um dos sintomas da doença. Eu já havia visto outro nas costas e bom, deve ter outros que você mesma não percebeu.
- Hum...- desviei o olhar.
- Me desculpa de verdade? Por ter insinuado aquelas coisas, ter gritado com você...
- Tá tudo bem, Luan. Mas você vai ter que prometer pra mim que vai parar com esses seus ciúmes. Olha... Eu tô até começando a preferir quando você escondia ou não tinha, sei lá o
que realmente acontecia.
- Eu vou parar, vou me controlar...
- Luan...
- É sério. Vou me esforçar.
- Sendo assim... - dei de ombros, sorrindo de lado.
- Posso te dar um beijo, minha doentinha? - sorriu tímido.
- Precisa perguntar? - me ajeitei na cama e ele se aproximou, me dando um ótimo beijo. Não conseguiria viver sem seus beijos. - É sério isso de anemia?
- Sim, mas não fica triste. Só precisa tomar os remédios direitinhos... Vamos comprar assim que sair daqui.
- E você, vai cuidar de mim?
- Vou. Assim, muito. - beijou meu rosto. - Ficar no seu pé.
- Ah, é?!
- É, uai. - cheirou meu pescoço. - Cê tem que tomar os remédios direitinho. Pra no nosso casamento, já estar boa.
- Casamento? Já está perto assim?
- Está sim.
- Ok. - concordei, rindo.
- Acho que você deveria parar com a academia, amor. Você faz muito esforço.
- Passei mal um dia desses, sabia?! Assim que comecei a malhar.
- Tá vendo?!
- Até parece que esse seu pedido não tem outro motivo.
- Ah, cala a boca. Mal sabia eu como eu era feliz com você sendo sedentária.
- Bem feito. - mostrei a língua e ele veio me beijar, rindo.
- Promete pensar? É pro seu bem.
- Prometo, amor. - assenti.

Recebi alta e após recomendações, voltamos para o hotel.

                               •

Depois do meu diagnóstico, Rafa havia ficado super cuidadoso. Ao chegarmos em São Paulo, não esperou nem eu dar a notícia para a minha família, mandou logo Rober comprar meus remédios. Minha mãe ficou preocupada e repetiu várias vezes que eu precisava me cuidar. Minha sogra fez a mesma coisa. Eu ria da preocupação das duas e sob a pressão do meu namorado, eu comecei a tomar os remédios imediatamente. Ele estava sendo um completo fofo. Mesmo com a gravação do seu projeto cada vez mais próxima, tirar seu tempo para pensar em mim. Estava de férias da faculdade, graças a Deus. Então tinha tempo para ficar por dentro de tudo do DVD. Já haviam soltado as prévias das músicas, mas eu só consegui ouvir três: Chuvas de Arroz, O Recado e Vergonha na Cara. Amei-as. Enchi meu namorado de elogios, estava num caso de amor com todas elas e mal podia esperar para o DVD. Rafa estava nervoso, muito nervoso. E ontem, ele tirou um tempinho para mim. Tentei ao máximo acalmá-lo e ele não parava de me contar sobre cada detalhe. Tomamos sorvete agarradinhos na minha cama, o que não acontecia há um bom tempo. Aquele momento foi muito útil para relaxá-lo. Conversamos muito, lhe passei tranquilidade e trocamos beijos e muitas carícias, mas não passou disso. Ele teve que ir para o estúdio VIP e tivemos que nos despedir, com muita dificuldade. Dentre nossas conversas, acabei lhe contando sobre um convite que eu tinha recebido. Recepcionar as pessoas em uma inauguração de uma loja famosa de roupas. Seria no dia do ensaio do DVD, mas eu era uma completa fã daquela loja e fiquei muito feliz com o convite. Já Rafa, não pareceu muito contente. Ficou calado e após eu dar minhas justificativas para querer ir, ele suspirou triste, dizendo secamente um "então vai". Não era em São Paulo, era em Campo Grande, justamente na sua cidade.

- Amor, eu vou... Mas eu volto logo, sabe?!
- Você vai perder o ensaio, Tanara.
- Mas amor... Olha, vai ser até melhor. Eu ver só no dia, ser uma surpresa. - sorri e ele continuou sério.
- Faz o que você quiser.
- Não, eu só vou se você prometer que não vai ficar chateado..
- Vai, Tatá. Eu não vou ficar chateado. Você volta pro DVD, não volta?
- Claro que volto, amor. Volto cedinho dia dezessete. - o abracei e ele suspirou pesado.
- Então vai. Não esquece os remédios, ok?! E cuidado.
- Pode deixar. - sorri satisfeita. Lhe dei um beijo calmo e ele que ir.

Voltei para o meu quarto e fui postar uma foto nossa que havíamos tirado.

tataccioly Te ver tão nervoso me enche de agonia. E eu tento te acalmar, te relaxar... Mas no fundo, eu sei que nada que eu fizer/dizer vai adiantar. Porque você vai ter que passar por esse nervosismo, mesmo sabendo que tudo vai da certo. Vai da tudo certo, meu amor. Você mesmo tão novo, é um artista completo e é competente em tudo que produz. Está tudo tão lindo, amor. Deus está te abençoando como sempre nesse seu caminho. E obviamente que  mais um dia especial na sua carreira, vai ser abençoado. Você merece, viu?! Luan Santana Acústico vai entrar para a história e eu vou estar pra sempre te aplaudindo, com esse ou com outros projetos. Tá chegando, meu cantor. E mesmo sabendo que você vai arrasar, queria te desejar sorte. Eu te amo, tá?! E estou muito feliz em pela primeira vez participar de um dos seus espetáculos. Parabéns à você antecipadamente e a todos os profissionais envolvidos. Apenas dois dias, melhor cantor do mundo. #DVDLuanSantanaAcustico ❤️ @luansantana




Fiquei vendo a repercussão daquela foto no meu Instagram e depois de um tempo, dormi. Teria um dia cheio amanhã e precisava descansar.

16 de dezembro de 2014.

Acordei cedo e comecei a arrumar minhas malas. Não iria só, minha mãe iria comigo. Depois tomei banho e me arrumei, comendo rápido e partindo para o aeroporto, enquanto minha mãe me repreendia, defendendo Rafa. Para ela, eu não deveria ir e sim, acompanhar o último ensaio do DVD do meu namorado. Ignorei, retrucando que estava fazendo aquilo com seu consentimento.

Antes de embarcamos, tirei uma foto, editei e postei.

tataccioly Hey, Campo Grande! Tô chegando!



Em segundos, milhares de pessoas comentavam que não estava entendendo. Eu indo para Campo Grande em véspera do DVD? Não respondi nenhum e fui para o Snap, convidá-los para comparecer na Forever 21.

A viagem foi tranquila e logo estávamos  no hotel. Liguei para Rafa e passamos um bom tempo conversando. Ele não parecia chateado comigo e isso me deixou contente. Falou que tinha uma surpresa pra mim e claro, eu fiquei bastante curiosa. Tentei, tentei... Mas não consegui arrancar nenhuma resposta sua. Falou que dia 17 eu iria ver e avisou que teria que desligar. Nos despedimos com um "beijo na boca", fazendo minha mãe se intrometer e começar uma brincadeira dos dois.

Acabei tendo uma ideia e depois de receber a opinião da minha mãe, saímos pelas ruas da cidade, atrás de colocá-la em prática.

                             •

O lançamento da loja foi um completo sucesso! Eu fui maravilhosamente tratada e me assustei ao ver o tanto de pessoas que estavam ali. Acredita que eu precisei até de seguranças? Mas mesmo assim, consegui atender todo mundo. A maioria eram fãs do meu namorado e me encheram de perguntas sobre o DVD. Se eu não iria, como estava... Respondi atenciosamente e elas não pouparam os flashs e os vídeos. Estávamos voltando para o hotel e minha mãe contava o quanto estava assustada com o tanto de pessoas que apareceram na loja. Eu ria dela, editando a legenda para postar uma foto que eu havia tirado há umas horas atrás.

tataccioly Miau! A inauguração foi um sucesso! Obrigada de verdade, suas lindas! (e lindos) #bombou #muitoamor




Fiquei vendo os comentários positivos das meninas que compareceram e foi impossível não rir. Era bom sentir que estava conseguindo conquistá-las. Era realmente muito bom ela conhecerem quem eu realmente sou.

Chegamos no hotel e após tomar banho, eu me joguei na cama. Como a inauguração começou tarde, eu acabei chegando tarde em casa também. Minha mãe já dormia e eu mexia no meu celular freneticamente, atrás de alguma notícia sobre o ensaio geral. Tinha passado um bom tempo sem pegar no celular e estava ansiosa. Mas acabei me arrependendo. Estava tendo um movimento muito estranho nos meus comentários. Me marcavam repetidamente em duas fotos e eu, decidi abrir.

Bruna, um homem e Jade. No ensaio. Sim, a vaca ex do meu namorado. Logo depois, as duas e outra mulher, que parecia ser a maquiadora que maquiou as duas. O que ela foi fazer no ensaio? Sua presença não faz sentido nenhum! E para piorar, já me zoavam. "Brilha Luade" "Cadê Lunara?" "Tanara corna ataca novamente" "ROLOU FLASHBACK"... E claro, tinha as que me defendia. Eu sem perceber, já bufava. Eu mataria o Luan, ah se eu mataria. Por que diabos ele permitiu a entrada desse travesti?




E para piorar, ele estava online, já que acabara de postar uma foto.

luansantana E o último ensaio foi perfeito! Pode vim amanhã pq tá tudo lindo! #DVDLuanSantanaAcústico @roberlelis @duduborgesvip




Eu o mataria, ah se mataria.



Não é leucemia genteney!!! Hahahahahahahahahahaha DVD é amanhã... E agora hein?! Jadoca no pedaço. Tatá um pouco (talvez muito) irritada... O que será que vai acontecer? Ahh e ela tá longe, né? Será que ela chega a tempo do DVD? E que ideia foi essa que ela teve? Comentem e beijos!

domingo, 27 de setembro de 2015

Capítulo 75

- Eu sabia, sabia. Eu te conheço, cara pálida. "Com ele você faz, não é?!" - imitou minha voz. - Você não esqueceu o que a gente conversou naquela noite, não é?!
- Como eu ia esquecer como você tirou sua virgindade?
- Deixa eu adivinhar... Você quer fazer no mesmo lugar que ele, pra ser melhor. - falou convicta e eu emburrei, virando o rosto. - Sabia. - se convenceu. Ela sabia decifrar todas as minhas expressões. Segurou meu rosto e me fez olhá-la.
- Não precisamos fazer no mesmo lugar que eu perdi minha virgindade com ele, pra você ser melhor. Foi especial por ser minha primeira vez. Mas com você é especial só por ser você. - falou serena e eu me segurei para não sorrir. Continuei com o semblante desgostoso. - Você é melhor em tudo, amor. Em me beijar, em fazer amor comigo, em me dar carinho, em se preocupar comigo, em ser meu amigo, em ser meu companheiro para todas as horas... Em me fazer feliz. Você não entende?! Vai morrer com esse ciúme desnecessário do Erick e eu vou ter que morrer dizendo que ele não foi nada perto do que você, é?! Que amo você? Sua insegurança é tão inútil, amor. Mal sabe você como eu sou completamente sua. - falou segurando meu queixo e desta vez eu não consegui controlar, sorri largamente.
- Por que você fala essas coisas? Única pessoa que consegue me iludir... - abaixei o olhar e ela riu, me puxando pra um abraço. - Não me ilude.
- Eu não tô te iludindo, dramático. E você sabe disso. - alisou meus cabelos. Minha cabeça já estava enfiada no seu pescoço, eu não conseguia desfazer meu sorriso. Ela sempre sabia as palavras certas. - Não vai falar nada?
- Você me deixou sem palavras. Tô me sentindo idiota por ter ficado com ciúmes, feliz por ter ouvido tudo isso... e tímido. Nada que eu falar vai superar você. - falei sincero e ela riu.
- Então vamos para a parte que paramos. - sussurrou, me surpreendendo.
- Você disse que não queria aqui... Quer ir pro quarto? - encarei-a.
- Não. Vai ser aqui. - me tomou para um beijo de repente e eu à correspondi, ainda surpreso. Essa mulher ainda vai me deixar louco. - Tem certeza que ninguém vai chegar? - interrompeu o beijo.
- Tenho. - encarei sua boca inchada e logo colei nossas bocas novamente. Ela sorriu durante o beijo e eu peguei na barra de sua blusa. Comecei a subir devagar e ela fez o mesmo com a minha. Logo estávamos sem elas. Seu sutiã era vermelho, encheu meus olhos de luxuria. Eu amava seu colo. Achava-o a coisa mais linda. Delicado, como todas as outras partes. Desci meus beijos para o seu pescoço e agora, minha mão já estava no seu short. Desabotoei depressa e ela se inclinou um pouco mais pra frente, com aquele toque. Rocei minha barba ainda no seu pescoço e ela riu fracamente, se curvando. Segurei seus cabelos fortemente, mantendo sua cabeça reta, para eu lhe tomar para outro beijo. Não um beijo tão comum. Fiquei sugando seu lábio inferior, bem devagar; o gosto da sua boca era o mais delicioso e aquele ato estava prazeiroso demais. Por conta dessa minha vontade, sua boca ficou entreaberta, a deixando mais linda ainda. Mudei para o lábio de cima e ousei abrir os olhos, ansioso para aquela cena. Era como imaginava. Estava de olhos fechados, totalmente entregue. Se eu tivesse como tirar uma foto naquele momento, eu colocaria em tudo, para eu poder ver a qualquer hora e me encantar a cada vez. Recomeço o beijo, agora, chupando gostosamente sua língua. Aquilo só estava aumentando o meu tesão. Meu volume já deveria estar imenso, mas eu queria curtir aquilo. Cortei o beijo e desci minha cabeça para seus seios, os mordendo enquanto abaixava finalmente seu short. Ela arfava e eu, deixei seu short escorregar.

- Gostosa. - sussurrei, ainda ocupado com seus delicados seios. Exatos para mim. Só para mim. Ela soltou um gemido baixinho como resposta e eu parei, para encará-la novamente. Continuava de olhos fechados e estava com a mesma expressão linda. Filha da puta linda.
- Fique exatamente assim. - falei um pouco rouco e ela nem se mexeu. Continuou da maneira que estava, me obedecendo. Por que aquilo? Simples, queria ficar olhando-a enquanto eu abaixava minha bermuda. Sua cara era totalmente excitante. E eu mordia os lábios, a olhando. Finalmente fiquei apenas de cueca e voltei a tomar conta da sua boca.

- Desse jeito eu vou querer te comer pra sempre. - sussurrei em seu ouvido e ela riu levemente. - Não estou brincando.
- Queira, você poderá. - respondeu e eu passei a morder sua orelha. Não estava totalmente certo que ninguém chegaria ali, mas nem estava me importando. E além do mais, aquele perigo deixava tudo melhor. A empurrei contra mim fortemente,  fazendo seus seios baterem em meu peito, ainda cobertos pelo sutiã. Ela era tão pequena, que, sua intimidade não estava na altura suficiente para roçar no meu pau. E eu amava essa sua principal característica. Peguei em suas coxas e fiz menção para que ela entrelaçasse as pernas na minha cintura. Assim ela fez e eu agradeci. Já não estava mais sobre a mesa, estava agarrada em mim. Com uma mão a segurava e com a outra tirava seu sutiã. Eu era realmente muito bom nesses quesitos. Ele caiu e eu fui sorteado com a bela visão dos meus preferidos seios. São lindos. Como o seu colo, como ela. A subi mais para minha boca poder alcançá-los adequadamente e abocanhei-os. Ela gemia baixinho no meu ouvido, me deixando mais louco ainda. Aproveitei bastante aquela sua parte, mas parei, para poder dar atenção para um lugar melhor ainda. Toquei em sua intimidade por cima da calcinha e ela já se contorceu. Afastei sua calcinha para tocá-la de verdade e comecei a estimular seu clitóris com meu dedão. Ela começou a gemer mais e eu, por estar com todas minhas mãos ocupadas, tive que abafar seus gemidos com um beijo. Não era nada mau, mas se eu tivesse mais mãos, poderia beijar outras partes naquele momento. Judiei como pude e para ir acostumando-a, penetrei-a com um dedo, ainda a estimulando. Ela gemia descompensada. E eu não podia nem falar sacanagens no seu ouvido, já que se soltasse sua boca, seus gemidos poderiam ser ouvidos pela minha família. Estava sendo bem mau com ela, mas eu adorava vê-lá assim, morrendo de prazer. Conciliei os movimentos e ela foi regulando os gemidos. Mas como eu não presto, lhe enfiei outro dedo. Gemeu alto.

- Seu... Aah... filha da puta. - falou com dificuldade e eu soltei um sorriso, satisfeito. Aquela posição era uma das nossas preferidas, sempre a praticávamos. Virei-nos, me deixando de costas para a mesa. Tirei meus dedos de sua intimidade, precisava tirar minha cueca. Ela se acalmou e foi regulando a respiração. Mas parecia insatisfeita. É claro que ela não queria que eu parasse. Mas era preciso. Valeria a pena! Abaixei minha cueca e meu membro saltou. O coloquei em sua entrada e rocei-o. Ela arfou. E quando menos esperava, eu a penetrei com tudo. Foi tão de repente, que me deu a sensação de rasgá-la por inteiro.  Ela era muito apertada, merda. Soltou um gemido alto de prazer. Não importa quantas vezes transássemos, eu sempre a machucaria. (com boa intenção) Pus movimentos lentos, pelo o que eu acabara de fazer. Ela gemia tão gostosamente, que eu fui incapaz de atrapalha-la com a minha boca. Foda-se quem escutar. Vi que ela já estava chegando lá, então apressei os movimentos para ajudá-la a se derramar para mim. E assim aconteceu. Ela havia chegado ao seu ápice, mas eu ainda não eu. Mas como sempre, ela sabia e continuou a gemer no meu ouvido enquanto eu ainda a penetrava. Não demorou muito e eu também gozei. Dentro dela de novo, merda.
- A gente não pode ficar esquecendo a camisinha assim, Rafa. - falou retomando a respiração normal. - Eu não posso ficar tomando pílula.
- Eu quero ter um filho seu, amor. Não vai ter problema. - brinquei e ela riu.
- Você não fez de propósito, né?!
- Claro que não. Sou responsável. - tirei uma mecha do seu cabelo de seu rosto. Estávamos soados. - Viu, ninguém chegou. - a olhei nos olhos.
- Ainda. Vamos logo. - ia se mexer, mas eu selei nossos lábios, começando um beijo em seguida.
- Vamos, minha pequena. - beijei seu pescoço e ela sorriu. Vesti a cueca e ela ajeitou a calcinha. Peguei seu sutiã e ela pôs, enquanto eu vestia minha bermuda. A ajudei com o short e por fim, ela vestiu a blusa.

Saímos dali as pressas e quase, quase fomos pego no flagra, já que quando passávamos pela porta, demos de cara com minha mãe.
- Ah vocês estão aí... Pensei que estivessem dormindo e vim apagar a luz - ela falou e Tanara corou na hora. - Melhorou Tatá?
- Melhorei sim tia, obrigada pelo remédio.
- De nada - sorriu. - Estão sem sono?
- Na verdade eu estou exausto, quero cair naquela cama e acordar só amanhã de tarde - falei rindo e Tatá agarrou meu braço o apertando.
- Não pode fazer um churrasco que já fica assim?
- Pois é, cuidar de carne é complicado, mas poder comer compensa tudo - falei rindo e Tatá apertou as unhas no meu braço.
- Estava muito gostoso, filho.
- Eu que o diga - olhei pra Tatá que estava vermelhinha, com certeza querendo afundar a cabeça em algum buraco.
- Boa noite queridos. - minha mãe voltou a subir e eu fui apagando a luzes da casa para fazer a mesma coisa.

- Eu ainda te mato, Rafael - Tanara reclamou quando fechei a porta do quarto.
- Mas eu não fiz nada demais. - me defendi após deitar na cama.
- Não, eu que fiz - disse indo até o banheiro em seguida.
- Minha mãe não entendeu nada, relaxa. - falei rindo.
- Você que pensa. - disse insegura, como sempre é.

Entrou no banheiro, com certeza para tomar banho. Escutei o barulho do chuveiro e fechei os olhos, imaginando-a. O que acabamos de fazer sempre me deixava querendo mais; e com um humor maravilhoso. Ouvi seus passos e com certeza, estava apenas de toalha. Abri os olhos. Tanara se despiu da toalha e vestiu a calcinha, para vestir aquela camisola minúscula e linda, que servia como uma luva em seu corpo. Coloquei os braços atrás da cabeça e só fiquei a admirando, me sentindo o homem mais sortudo do mundo. Azar do Erick, que a perdeu pra mim. Eu agora a tinha e fazia por ela mais do que ele um dia. Com certeza, o sexo feito há pouco tempo seria tão inesquecível quanto a sua primeira vez. Tanara começou a tirar sua maquiagem e eu continuei encarando seu corpo, aquele corpo que eu amava me perder. Quando ela virou eu não escondi o sorriso.

- Um beijo pelos seus pensamentos - brincou guardando algumas coisas.
- Estou pensando em como sou o cara que tem mais sorte no mundo. - não precisei dizer mais nada. Ela havia entendido. Deitou do meu lado e me beijou, pousando a cabeça em meu peito e dormindo logo em seguida.

Tanara's POV.

Acordei no dia seguinte com beijos molhados no meu pescoço. Me curvei ficando arrepiada, principalmente com aquela barba dele. Mas jamais reclamaria, queria eu ser acordada assim todos os dias. Coloquei minha mão em cima da dele que estava em minha cintura e a puxei pra cima, beijando-a de leve.
- Bom dia meu amor - ele falou me dando outro beijo no pescoço.
- Bom dia, que horas são? - perguntei com a voz rouca.
- Acho que umas duas.
- Então boa tarde né? - sorri me aconchegando mais a ele.

Luan não disse mais nada, só começou a beijar meu pescoço e foi descendo a alça da minha camisola, beijando todas as partes do meu corpo que conseguia. Eu tinha acabado de acordar e ele já estava excitado de novo? Deixei que ele continuasse com os beijos até porque estava muito bom. Os dedos dele passaram vagarosamente pelas minhas costas e ouvi ele suspirar.
- Dói?
- Não, por quê?
- Tem um roxo aqui.
- Roxo? Sério? - me espantei.
- Sim, e eu não lembro de ter te dado um chupão ontem. Não nas costas.
- Devo ter batido em algum lugar - dei os ombros - Saí com pressa de casa ontem, queria te ver logo.- falei e ele riu; me abraçando mais forte. - Amor, hoje tive um sonho que me lembrou uma coisa. - falei e ele afrouxou o abraço.
- Mesmo? E o que foi?
- Já tínhamos feito sexo na cozinha..- mordi a boca envergonhada, me lembrando de tudo. Na época nem namorávamos mas tinha sido incrível. Quantas coisas não mudaram de lá pra cá... Antes eu era insegura quanto a ele não estar me usando e agora eu estava ciente do quando ele me amava, e do quando meu amor só aumentou.
- Puts, é verdade. - ele tirou a mão da minha cintura e passou no cabelo - Vem! Quero amar seu corpo inteiro. Namorar, sentir seu cheiro. Sem ter pressa pra acabar. Oh, ohhhh! - cantarolou com a voz rouca e eu fechei os olhos, sentindo as lembranças ainda mais vivas. - Vem! Que eu estou aqui sozinho, precisando de carinho, com vontade de te amar...
- Ai essa música - suspirei, sorrindo.
- Foi uma das nossas noites mais incríveis, eu nunca esqueci... exceto na brincadeira.- riu afundando o rosto no meu pescoço.
- Devia ter lembrado, assim eu não beberia sozinha.
- Aí eu não saberia que sua primeira vez foi numa cozinha, e a propósito, você também esqueceu. Do Erick você não esquece...
- Não começa Luan, mal acordamos e eu não quero brigar - falei me virando minha cabeça. - A nossa primeira vez eu também nunca me esqueci, você lembra? - vi ele fechar os olhos e depois me olhar sem jeito. - Você não lembra, Luan Rafael?
- Claro que lembro - riu voltando a passar a mão no cabelo, que estava todo fora do lugar.
- Eu lembro - ri sem graça. - Foi a primeira vez que eu fiz isso em alguém e naquela época você não me achou menininha. - fiz bico.
- Para, você mesma me disse que não era daquele jeito.
- Mas essa não foi nossa primeira vez de fato.
- Não, a nossa primeira vez mesmo foi no seu quarto, depois daquele jantar, em que você se declarou pra mim... - me olhou apaixonado.
- Muito bem, você se lembra mesmo. - falei, alisando seu rosto.
- E tem como esquecer? Aliás, você continua ótima nas chaves de coxa. - riu malicioso e eu corei envergonhada. Me beijou novamente e ficamos por um tempo ali, só nos beijando.
- Amor... Precisamos levantar. - falei assim que encerrei um dos beijos. - Já tá tarde e eu não me sinto bem fazendo essas coisas na sua casa. O que sua mãe vai pensar de mim?
- Que coisas? Dormir até tarde? Ela vai pensar o que pensa faz um ano.
- Daqui a pouco da 15:00 e vai lançar sua música, esqueceu?
- Tá, só venceu por isso. Eu vou ligar pra Jú. Já são quase três horas mesmo.
- Vai lá. - selou meus lábios e saiu.

Realmente logo deu 15:00 e eu que estava me arrumando, fui avisada pelo meu namorado. Assistimos juntos no seu canal e ele me abraçou, agradecendo. Estava lindo. Luan era o amante da história e imaginar a reação das pessoas me fez rir um pouco, já que pela música, todos esperavam que ele fosse o corno. Ideia minha. Nada de corno, melhor assim.

Rafa na mesma hora divulgou em seus perfis e suas fãs como sempre, não perdiam tempo.

luansantana Assista agora o videoclipe da música "Eu não merecia isso" com animação inspirada no movimento artístico PopArt, que surgiu na década de 50. Já estamos na vibe do DVD acústico, senhoras e senhores!! Bora conferir! Acesse: www.luansantana.com.br #EuNaoMereciaIsso



                              •

Com certeza, eu e Rafa estávamos numa fase muito feliz. Com o DVD e agora, com o meu mais novo trabalho: sou a nova cara de uma marca de sapatos. Sim, essa é a campanha de Thomás e eu estava empolgadíssima. Já havia fechado contrato e agora, acabo de chegar da gravação do comercial. Um dia cansativo e feliz, ao lado da minha mãe. Gravamos em um parque e durante a gravação, eu ia tirando e postando algumas fotos. Estava radiante! Havia também gravado o dia todo em vlog e no snap. Rafa me ligou o dia inteiro para saber do comercial e para contar mais alguma coisa do DVD. Este mês estava sendo uma correria pra ele, o que me dava até pena. Gravou o show da virada logo após o lançamento da música, gravou o comercial para o natal da Casas Bahia e fora os shows e os preparativos do DVD, estava realizando mais um sonho. Cantar com Roberto Carlos. Já era sem tempo! Não aguentava mais ele falando em toda entrevista. Eu tentava o acalmar, mas parecia impossível. Ele ria de algumas coisas que eu dizia e eu me contentava. Tínhamos uma festa para ir no Rio e mesmo atolado de compromissos, ele confirmou. O traje só poderia ser branco ou claro, o tema era esse devido ao Réveillon. Era das novas amigas de Cristina: atrizes da Globo. Larissa havia me ligado para perguntar se hoje iríamos para a academia e eu confirmei. Abri meu Instagram para postar outra foto do dia e antes, vi postagens de Priscila e meu amor.

lunara A linda estava gravando um comercial hoje!! Marca de sapatos!! Arrasou, hein?! O snap dela chegou a quase 2000 segundos e eu não preciso dizer que amei e gargalhei como nunca, né?! Ela avisou que gravou vlog e vai postar em breve. Quem aí tá ansioso?



Logo depois, a foto do meu namorado com Roberto Carlos.

luansantana @robertocarlosoficial sempre sonhei com este momento. Foi uma honra, um privilégio... melhor: uma dádiva. Arrepia sentir a essência da sua nobreza, Rei! Até segunda!




Comentei "você merece, meu amor" e logo fui postar minha foto.

tataccioly Mais uma de hoje! Dia lindo, lindo! Vlog em breve.




Tomei banho e fui me arrumar para a academia. Resolvi não passar nenhuma maquiagem, eu estava morrendo de preguiça e afinal, iria só malhar. Larissa me pegou em casa e seguimos caminho. Antes de começar, postei uma foto que Lare acabou saindo sem querer.

tataccioly Sem maquiagem e cheia de coragem (ou não) para mais um dia sendo fitness. #quemvêpensa #sedentarismonuncamais #távendoluan #naoarreguei




luansantana Quero ver até quando.. Kkkkkkk

Ri do seu comentário e levantei, indo guardar o celular para começar. Mal tinha começado e comecei a me sentir mal. Uma fraqueza horrível, novamente. Meu instrutor me ajudou e me trouxe água. Larissa se preocupou um pouco e perguntou se eu havia comido. Confirmei. Eu comi e não estava grávida. Por que estava sentindo aquilo tão frequentemente? Informei que eu já estava melhorando, deixando Larissa terminar os seus exercícios. Meu instrutor ficou ao meu lado, conversando comigo e me mandando ir no médico. Ele era um cara muito legal.

                              •

Após o último ensaio, meu namorado ficou ainda mais nervoso. Eu tentava o acalmar de todos os jeitos e ele parecia melhorar. Agora, estamos finalmente no camarim. O assistiria junto de sua família e ele não parava de roer as unhas. Sua mãe falava algo e eu conversava com Bruna, passando as fotos do meu feed sem muito interesse. Vi a dele e um sorriso brotou nos meus lábios.

luansantana Ta massa? Pronto pra mandar ver com o Rei! @robertocarlosoficial




Bruna se despediu de mim, dizendo que me esperaria na plateia. Só então notei que os três estavam saindo para nos deixar a sós.

- Tá massa. - me aproximei, sorrindo pra ele.
- O que? - riu.
- Tô respondendo sua pergunta. - alisei seu rosto, mostrando o celular ainda na sua foto. - Tá lindo, um gato. Top da balada.
- Top da balada. - repetiu o que disse, rindo. - Obrigado, minha gatinha. Você tá a coisa mais linda também.
- Você já falou isso um milhão de vezes.
- Sou um namorado babão, não pode?
- Pode. - ri.
- Tá chegando a hora... - levou uma mão para a boca, começando a roer as unhas.
- Amor, você vai ficar sem dedo desse jeito. - tirei sua mão. - Você vai arrasar, vai ver! Ele é o Rei e você é o príncipe. Não é assim?! Meu príncipe. - o abracei e ele me apertou. - Seu sonho vai se realizar e você é muito merecedor. Não precisa ficar nervoso. Se eu fosse o Roberto, eu ficaria nervoso de estar próximo a cantar com o grande Luan Santana. - aumentei seu ego e ele soltou uma gargalhada, que pareceu relaxá-lo um pouco.
- Você não existe, sabia? Nem minha mãe consegue me acalmar assim. - me apertou ainda mais.
- Eu arraso em tudo, viado. - falei debochada e ele riu mais ainda. - E você também. Por isso somos o casal mais arrasador da história e você não precisa ficar nervoso com isso.
- Tem razão... É só... Meu sonho. Besteira, não é?!
- Besteira. - fiz cara de desdém e rimos juntos, em seguida. - Você é o melhor cantor do mundo, não esquece. - alisei seus braços. - Eu te amo, viu?! Meu cantor. Se garanta. - falei o olhando.
- E você é a pessoa mais especial que eu já conheci em toda minha vida. Eu te amo muito. - segurou meu rosto e começou um beijo lento. - Vou mandar ver, só por você.
- E eu vou te aplaudir lindamente, como sempre. Esse é meu amor! - lhe dei um tapinha, fazendo-o sorrir mais ainda.
- Seu amor. Pra sempre seu amor. - começou outro beijo lento e foi chamado em seguida. Precisava me juntar a sua família na plateia e ele nunca deixava, sempre me puxando para mais um selinho.


Assistimos as outras apresentações na ansiedade da vez de Rafa chegar logo. E quando chegou, meu coração acelerou. Ele estava tão lindo e imagino que muito nervoso. Cantou lindamente a música "Lobo Mal" e eu sorria boba. Quando terminou, seu sorriso foi a coisa mais linda do mundo. Automaticamente sorri largamente também e logo ele se despediu, de um dos momentos mais felizes da sua carreira. Corri para o camarim e ele me tirou do chão, enquanto seu sorriso tirava meu ar. O elogiei tanto e ele só sabia me apertar no seu abraço. Foi tão incrível, que eu nem achei as palavras certas naquela hora. Eu estava emocionada. Ele também. Não esqueceria jamais. Jamais.

Luan's POV.

Depois de finalmente realizar meu sonho e receber os elogios das pessoas mais importantes da minha vida, fui para casa. Tão satisfeito, tão feliz... Minha namorada não escondia sua felicidade, o que me deixava mais feliz ainda. Ela torcia pelos meus sonhos, por mim. Parte da minha felicidade era devido à ela estar ao meu lado.

Terminamos a noite da melhor forma possível e naquele dia, eu era um homem realizado. Acordamos tarde e com pressa, iríamos para a tal festa no Rio. As malas dela já estava na minha casa e logo viajamos. Dessa vez, eu não quis ficar na casa das suas amigas e ficamos em um hotel. Aproveitamos o finalzinho do dia e quando foi se aproximando a hora da festa, ela começou a se arrumar. Sempre era a que demorava mais. Mulheres.

Vesti uma calça jeans e blusa branca, fiz meu famoso topete, me perfumei e já estava pronto. Ela fazia sua maquiagem e eu a olhava. Estava com um vestido branco longo e cheia de acessórios, como gostava.

- Quem vê pensa que é alta. - encarei seu salto e ela me mostrou o dedo do meio. - Anãzinha.
- Recalque.
- Amor, eu não aguento mais esperar. Da pra terminar isso aí? O que cê tanto passa na cara?
- Tô terminando, falta só o batom. - sorriu e eu revirei os olhos.
- Pra que cê passa isso se eu tiro todo?
- Ai, Rafa, espera mais um pouco.
- Já estamos atrasados. Cris não para de te mandar mensagens.
- Diz que já estamos indo.
- Mas você ainda tá na frente desse espelho.
- Amor, não complica. Mente aí. - neguei com a cabeça e comecei a digitar no seu celular, fazendo o que ela acabara de me pedir. Enviei e levantei, me aproximando dela.
- Deixa eu passar seu batom? - me pus frente a ela.
- Você não sabe.
- Uai, eu aprendo. Me dá. - estendi a mão e ela me entregou o batom, com uma cara hesitante. Abriu a boca e eu segurei em seu queixo, começando a passar bem leve, nunca tinha feito isso e acho que era assim, devagar. Sua boca era a coisa que eu mais amava e foi justamente ela que me fez roubar o nosso primeiro beijo. Aberta assim, ficava ainda mais convidativa e eu não resisti. Pus minha língua dentro e ela riu, enquanto eu tentava um beijo.

- Rafa, não. Estamos atrasados, você mesmo falou. Te pedi pra passar batom e não pra enfiar a língua na minha boca.
- Enfiar qualquer coisa em você é irresistível, desculpa. - falei cínico e ela riu, me empurrando e pegando o batom. Voltei para o modo de espera e graças a Deus, ela passou o bendito batom rápido. Mas, se não tirasse foto, não era minha namorada. Me pediu para tirar algumas fotos e uma, era justamente da sua (minha) boca.

Saímos do quarto abraçados e ela foi o caminho todo editando as tais fotos. Tanara.

Tanara's POV.

Depois de me arrumar sob as pressas do meu namorado, pedi que ele tirasse algumas fotos minhas e no caminho, fui editando. Escolhi uma que ele havia tirado dos meus acessórios, para ser a primeira.

tataccioly Details


Em seguida resolvi postar uma do meu look completo. Fiz uma montagem simples e postei.

tataccioly Apenas apaixonada nesse vestido maravilhoso!



Chegamos no local e como sempre, Rafa foi tietado. Encontramos Cristina, que estava sozinha naquele momento. Ela reclamou da nossa demora e Rafa jogou a culpa toda em cima de mim. Pedi que ela tirasse uma foto nossa e assim ela fez.

tataccioly Meu Rafa ❤️ #nemgostodetu @luansantana




Guardei o celular e Cris nos arrastou para conhecer suas amigas. Inclusa nelas, estava Bruna Marquerzine. Já havíamos feito uma campanha juntas e foi ótimo revê-la. Ela também pareceu gostar e nos abraçamos forte. Na hora de Rafa, eu fiquei um pouco incomodada. Ele foi simpático demais. Eu estava acostumada, claro. Sempre simpático, fofo... Mas aquela sensação dele brincar de dar em cima das mulheres, veio à tona em mim. Abraçou ela e nem disfarçou o olhar para as suas pernas. Elas nos deixaram a sós, afirmando que iriam dar uma volta pela festa.

- Cê e Cris são as mais anãzinhas. - comentou rindo e eu mostrei a língua. - Vai querer beber alguma coisa?
- Não. - sorri sem graça.
- Beleza... Sabe o que eu lembrei agora? Que eu e a Bruna quase ficamos. - falou rindo simples e meus olhos queriam arregalar, porém eu disfarcei. Por que ele está falando aquilo?
- Sério? Quando? - sorri falso e ele graças a Deus, não percebeu.
- Não lembro direito. 2010, 2011... Ela entrou no meu camarim e bom... Eu não sou besta, não é?! Gata demais, novinha... E eu já famoso... - falou convencido e minha vontade era bufar e lhe encher de tapas, mas eu me controlei, dando apenas um sorriso. - Conversamos, trocamos olhares...
- E por que não ficaram?
- Nem lembro agora. Ela mudou um pouco, tá mais... mulher, né?!
- Se você quer dizer que ela tá gostosa, pode dizer. Não precisa ficar disfarçando só porque está na minha frente. - falei séria e depois sorri irônica.
- Uai, ela é bem corpuda mesmo... Gata demais. - falou novamente NA MINHA FRENTE e nem pareceu provocativo. Falou sincero. FALOU SINCERO. Desgraçado. Eu poderia dizer "Vai lá ficar com ela, já que naquela época não deu certo", mas não. Eu me controlei. Engoli meu ciúmes e apenas concordei com ele.
- Ela é linda mesmo.
- Vamos pegar alguma bebida? - me abraçou por trás e beijou meu pescoço. Ai, merda.
- Não, vai você. - me soltei e ele balançou os ombros, concordando. Como ele tem coragem de comentar isso comigo? Ele não sabe que eu sou ciumenta? Não sabe que a Bruna é linda e perto dela eu não sou nada? Precisa me deixar insegura assim?

Luan estava demorando e alguns homens começaram a me chamar para dançar, eu apenas recusava. Fui atrás dele e vi a Cris.

- Você viu o Luan? - perguntei em seu ouvido, devido à música alta.
- Não é aquele ali? - falou depois de dar uma rápida procurada.
- Onde?
- Ali. - apontou e meu olhar seguiu seu dedo. Era ele mesmo. Tirando fotos com as amigas que Bruna estava acompanhada e obviamente, ela estava ali perto. Fiz uma careta e Cris riu. - Que foi? Não tá acostumada com isso?
- Não tô achando ruim as meninas tirando foto.
- E tá achando ruim o quê?
- Sabe o que ele veio me contar? - negou. - Que em um tempo aí, quase ficou com a Bruna.
- Eu lembro das fotos deles no camarim. - tinha esquecido que Cristina era fã juntamente comigo.
- Eu não lembro.
- E você tá com ciúmes? É isso?
- Não era pra tá, vei?! Ele quase babou nela na hora de cumprimentar. Agiu igualzinho agia com as mulheres quando me chamavam de corna e ainda encarou as coxas dela. Agora tá ali, do ladinho. Ah, vai se foder.
- Não acho que ele esteja fazendo isso por sem vergonhice, ele te ama.
- Ama e me deixou sozinha, enquanto ia pegar uma bebida. - fiz aspas com os dedos na hora de pronunciar bebida.
- Deixa de besteira.
- Não é besteira, é ciúmes mesmo. Olha a Bruna perto de mim! Alta, rica, famosa, gostosa e linda. Tem certeza que eu não deveria ficar com ciúmes? Vai dizer que você não ficaria?
- Eu ficaria. Mas esquece isso. Ele só está tirando fotos... Vamos dançar. - Cris me puxou e eu fui, mesmo sem muita vontade. Estava me sentindo tão inferior, tão insegura, tão mal e tão boba. Droga.

Dançamos, dançamos e nada do meu namorado vir falar comigo... Já estava com ódio. Fomos beber alguma coisa e só naquele momento, ele resolveu lembrar que tem uma namorada.

- Onde cê tava amor? Te procurei e não achei.
- No mesmo lugar que você me deixou plantada pra ficar de conversinha com outras. - sorri cínica e Cris saiu, levantando os braços em desentendimento.
- Do que você tá falando?
- Nada, Luan. Nada. Volta lá, tô muito bem sozinha.
- Que bicho te mordeu, muié?! - riu e eu só fiquei mais irritada. - Eu fui buscar as bebidas, mas me chamaram pra pedir foto e eu atendi.
- Esse tempo todo? Tirou foto com o Rio inteiro?
- Vish... Você tá assim por conta do que eu te falei, não é?!
- Deveria estar?
- Não precisa ficar com ciúmes. Só comentei, já passou.
- Quem tá com ciúmes aqui, Luan?! Tá louco? - neguei prontamente e passou a mão na cabeça, entortando a boca. - Só não gosto de ser largada sozinha no meio de uma festa, enquanto você fica de conversinha com outra. Vai dizer que esse tempo todo só estava tirando fotos?
- Eu estava conversando com ela, sim... Mas o que tem demais?
- O que tem demais? Ah Luan Rafael, vá se foder. - ia sair mas ele segurou meu braço.
- Você estava com a Cris, pensei que não teria problema.
- Pensou errado, Luan. Pensou errado.
- Mas minha nossa senhora... Sério que isso tudo é ciúmes? Até estava pensando que a Tanara ciumenta tinha morrido.
- Vai pra merda. Vai lá com a Bruna, tenta novamente o que não deu certo há um tempo atrás... Como você mesma diz, ela é gata, não é anã, não é mesmo? Com licença. - saí e dessa vez ele não me impediu. Estava com muita raiva. Não que eu fosse uma doente de ciúmes, mas aquilo me incomodou bastante. Ele age de uma forma que já tinha mudado (forma que me irritava e provocava meu ciúme), elogia em excesso e ainda me esquece na festa para ficar de conversinha com ela? Não estava com vontade nem de permanecer naquela festa.

Cristina me chamou para tirar algumas fotos e eu não hesitei. O problema foi que a Bruna estava presente em todas. Por mais que ela não tivesse culpa, eu estava com raiva dela. Fazer o quê, não sou eu, é minha insegurança. Já estava tarde, o tempo estava correndo...

- Tatá você tá bem? Tá pálida. - Cris comentou e assenti.
- Quero ir embora.
- Brigou com o Luan?
- Nem tanto. Sou uma idiota com esse meu ciúme...
- Você não pode se sentir inferior, isso é bobeira. Ele mesmo falou que já passou! Ele tava conversando com ela porque o Luan é muito atencioso, você sabe. Ela pediu foto e eles engataram um papo, só isso.
- Eu sei. Mas não é algo que eu controle, sabe?!
- Sei. Mas não fica assim não...
- Você avisa a ele que eu já fui? Não quero ficar dando uma de chata, como já fiz.
- Tatá, ele não vai gostar.
- Ele quem? - Luan chegou por trás de mim.
- Você. - Cris respondeu e eu fiz careta.
- Não vou gostar do quê?
- Que a Tatá vá embora sozinha.
- Uai? Por que?
- Eu quero ir, Rafa. Só isso.
- Tá com aquelas tonturas de novo?
- Tontura? De novo? - Cris arregalou os olhos.
- Não é gravidez. - respondemos juntos e ela riu, concordando.
- Você precisa ir no médico então.
- Já falei pra ela fazer isso, mas ela é teimosa. - me abraçou e eu me senti mais confortável com aquele abraço. - Você quer ir? Então vamos.
- Tchau, Cris. - acenei pra minha amiga. - Juízo.
- Juízo muié, ô o Marquinhos aí. - meu namorado zoou e ela riu, negando.


Fomos o caminho inteiro calados. Ele sabia que aquilo não era tontura nenhuma, ele me conhecia perfeitamente. Mas os sorrisos que ele soltavam ao me olhar, me fazia pensar que ele estava gostando daquilo. Ele sempre detestou meus ciúmes, o que deu nele?

- A ciumenta melhorou da tontura?
- Eu não estava tonta, só queria vir embora. - sentei na cama.
- Queria porque estava morrendo de ciúmes da Bruna. - falei convicto e eu ri, nervosa.
- Claro que não. Eu tinha motivos?
- O fato de eu ter quase ficado com ela, ter a elogiado e... Ter ficado conversando com ela. - riu e eu deitei, olhando meu celular.
- Então você fez de propósito? - o encarei.
- Não. Não preciso provocar seu ciúme, as muié já faz isso por mim. - riu debochado novamente e eu sentei, pondo com as pernas em posição de índio.
- Você se acha, não é?! - cerrei meus olhos.
- Eu sou, é diferente.
- Você é um idiota, isso sim. Ficar elogiando ela... É claro que ela é superior, você não precisa ficar esfregando na minha cara. - virei o rosto.
- Você tá louca? - se aproximou, cruzando os braços. - Eu elogiei ela porque ela é bonita, mas em nenhum momento quis falar que ela era superior a você. Ela não é superior a você. Nem em beleza, nem em altura... - sentou. - Você com essa insegurança com si mesma, fica imaginando essas besteiras. Quando você vai se convencer que você é linda? Muito mais linda que a Bruna. Sua altura é proporcional à você. Só te deixa mais meiga, mais boneca. E eu amo cada característica sua. Elas contribuem nos motivos do meu amor por você. E você é uma boba. Por mais que eu ache outras mulheres bonitas, pra mim você é sempre mais. Eu amo você.
- Amar é uma palavra muito forte.
- E eu amo você. - falou mais sério. - Você tem que parar de duvidar disso.
- Eu sou uma idiota, não é?! Estraguei nossa noite por bobeira. - enfiei a cara no travesseiro e logo após senti ele puxar-me pelos ombros. Colocou minha cabeça em seu peito e beijou minha testa, alisando meu braço.

- Posso confessar uma coisa? - sussurrou.
- Pode.
- Já estava com saudade dos seus ciúmes. - falou baixo e eu o apertei, rindo.
- Você não percebe o quanto mudamos de um tempo pra cá? - o olhei nos olhos.
- Como assim? - franziu as sobrancelhas e  eu me ajeitei meu tronco.
- Antigamente, você não tinha ciúmes de mim. - falei vagamente e ele assentiu.
- Eu até tinha, mas escondia.
- Então... Eu morria de ciúmes e você não gostava disso. E agora, ficou de sorrisinho. Antigamente, você não era tão fofo, cuidadoso e prestativo em relação a datas como está sendo atualmente... O que causou essa mudança de Luan Rafael?
- Eu não sei. Realmente não sei. Quer dizer, eu acho que sei.
- Sabe?
- Lembra quando eu esqueci do aniversário do nosso nono mês?
- Lembro.
- A gente não estava tão bem... E eu acho que a partir dali, fui acordando.
- É... Realmente, as coisas batem. Ainda bem que você acordou, não é?! Senão eu estaria com outro boy.
- Meu pau. - falou sério e eu ri.
- Não passa pela sua cabeça um dia a gente terminar, amor? Arranjarmos outra pessoa?
- Não, nunca passou. Por que na sua passa? Quer terminar?
- Não, besta. Eu sempre imagino de tudo. Imagina aí também...
- Eu com outra e você com outro? E nós sendo ex's?
- É. - ri.
- Deixa eu ver... Você vai ser um modelo fotográfica famosa e eu vou continuar sendo o cantor do momento.
- Convencido. - lhe empurrei de leve.
- Eu vou estar com uma loira alta, assim, bem gostosa... E você...
- E eu?
- Eu não consigo imaginar você com outro cara. - suspirou.
- Como não?
- Não consigo... Eu acho que se um dia nós terminarmos e você seguisse em frente... Eu não aguentaria calado. Se eu te visse em algum lugar com ele... Eu não sei, acho que sairia de mim.
- Nossa, amor. Sério isso?
- Sério. Mas isso não vai acontecer, não é mesmo?!
- Não vai. - o abracei novamente. - Amor.
- Oi.
- Eu nunca vou te esquecer, tá bom?!
- Por que você tá falando isso agora? - riu.
- Não sei, só não esquece isso nunca. Por mais que a vida mude, eu me relacione com outros, eu viaje pra bem longe de você... Mesmo que o tempo passe, eu nunca vou te esquecer. Você acredita em único amor da vida?
- Acredito.
- Meu amor é você.
- E se você casar com o Fernando? Tiver filhos? Ficar gagá?
- Ainda vou lembrar do meu vesgo mais lindo e ainda vou estar amando ele, com certeza arrependida por não ter vivido tudo isso com ele.
- Que linda, amor. Eu também não, viu?! Acho que ocê me amarrou de vez.
- Que nada. Dizia "eu te amo eternamente" pra outra e agora tá comigo.
- Era pra rimar, pô. - rimos. - Eu gostei um pouco da Jade sim, mas amar não...
- Eu não via gostar de nenhuma das partes. - falei sincera e ele riu.
- Tá vendo?!
- Você com a Jade e eu com o Erick, nem sonhávamos em nos conhecer...
- Terminamos no mesmo tempo... É o destino.
- Será?
- Sim. Os planos de Deus... - sorri e selei seus lábios. Ele abriu a boca e eu dei passagem para a sua língua. Finalizou com selinhos. - 1 ano já... Você não acha que já podemos pensar em casamento? - ingadou sério e eu soltei uma gargalhada.
- Não era você que ia casar com 32 anos?
- 9 anos a menos não é nada, né não?!
- Claro. - concordei ironicamente.
- Sério amor, temos que ir pensando. Você quer casar quando?
- Quando fizer 5 anos que nos conhecemos.
- Tá louca, muié? É muito.
- Amor, que eu saiba o homem que não gosta de casamento... Você tá achando muito?
- Eu quero casar logo. Não pode?! Já sei que você é a mulher certa, a que eu amo... E eu quero ter 3 filhos com você.
- A bebida tá te fazendo mal, amor?
- Você grávida vai ser a coisa mais linda do mundo. Já tô com vontade... Vamos casar amanhã?
- Claro, por que não?
- Olha que ocê com essas ironias me faz levar a sério... Quer ou não?
- Quando eu tiver 23 anos, estiver formada... Você faz o pedido oficial e casamos, tá bom?
- Tá bom. Eu quero numa fazenda... Depois, casamos na igreja. E você? Quais seus pedidos?
- Ah, eu não sei... Casar com você já é bastante o pra mim. Já estarei completamente feliz e completa, mesmo que casemos dentro de um barraco de favela.
- Vou anotar isso para gente ir agilizando..
- Louco. - ri.
- Vou tomar banho, vem comigo? - levantou.
- Vou responder umas mensagens, pode ser?!
- Não, vem comigo amor.
- É sério, amor. Eu tô com preguiça agora. Vai primeiro...
- Tá, chata. - mostrou a língua e eu soltei beijo.
- Gostoso!!! - praticamente gritei, quando ele começou a tirar a blusa. Ele fez uma dancinha, tirando os botões da camisa e eu imitava os gritos alucinados de suas fãs. Tirou a blusa toda e jogou pra mim. Peguei, gargalhando junto com ele. - Delícia!!

Ainda rindo, abri meu Instagram. 

Ia responder minhas mensagens, quando vi o user de Priscila brilhando na minha tela.

lunara O CASAL ESTAVA NA FESTA QUE ESTAVA ADIANTANDO A VIBE DO ANO NOVO!!!! Lindos!!!!! "Meu Rafa": EU NÃO AGUENTO ISSO NÃO. Fiquem com essas fotos porque Priscila esta desmaiada, adeus.



Luan's POV.

Depois de vermos a Bruna Marquezine, eu inocentemente contei para minha namorada que no passado quase ficamos. Ela de primeira pareceu normal, mas só depois começou a mostrar que não havia gostado nada. Simplesmente ficou morrendo de ciúmes... Ciúmes até da altura de Bruna. Eu sempre a zoava por ser baixinha, mas não era uma coisa que eu desgostasse nela, eu só gostava de irritá-la. Quis vir embora por conta disso e sinceramente, eu achei um máximo. Há um bom tempo que ela não demonstrava ciúmes de mim e isso fazia eu me sentir gostado. Conversamos bastante e eu fui tomar banho, rindo do que acabara de acontecer. Como ela pode pensar que eu ao menos olho para outra mulher? Não está na cara que eu sou completamente louco por ela? No banho, acabei lembrando de uma música ideal para aquele momento. Forcei minha memória musical e consegui lembrar toda a letra. Saí apenas de toalha e ela estava com seus fones, de olhos fechados. Vesti a roupa que eu dormiria sem fazer barulho e ela nem percebeu minha presença. Apenas de bermuda, passei a toalha em meu cabelo e depois disso, resolvi cantar a música pensada no banho.

Me aproximei e tirei seus fones, ela me olhou e sorriu, sentando.

- Já?! Nossa. - sentei também, assentindo.
- Tenho uma música pra cantar pra você.
- Alguma outra nova do DVD?
- Não, dessa vez não. Vem cá. - a chamei para o meu peito e ela pôs a cabeça, me obedecendo. Logo comecei a cantar, bem baixinho.

Eu te conheci assim num dia 
Meio nada a ver 
Passou por mim parou
Me deu um "oi" fiquei sem saber o que fazer.
E agora estou gostando e não sei como vou dizer
Por isso fiz essa canção
Que é pra te fazer entender...
Que apesar de tudo e todas ainda prefiro você
Mesmo me ignorando as vezes isso eu consigo entender
Sei que não acredita em mim
E diz que homem é tudo igual
Vou te fazer pensar pra frente
E te provar que é real.
Na sua cabeça eu não presto
Eu não sou santo, eu confesso
O que eu quero é você
E não tô nem aí pro resto (uôoo ôhh)
Eu vou te fazer se apaixonar por mim
Ouvir você dizer que vai até o fim comigo e que não se arrependeu de confiar
E de mãos dadas vamos andar e pro resto não vai ligar
A nossa idade não importa o que interessa é o coração
Quando te vi na minha frente eu fiquei sem reação
Baixinha linda eu te quero e o meu sonho é
Pra me beijar te ver ficar na pontinha do pé.
Eu vou te fazer se apaixonar por mim
Ouvir você dizer que vai até o fim comigo e que não se arrependeu de confiar
E de mãos dadas vamos andar  e pro resto não vai ligar
A nossa idade não importa o que interessa é o coração
Quando te vi na minha frente eu fiquei sem reação
Baixinha linda eu te quero e o meu sonho é
Pra me beijar te ver ficar na pontinha do pé...

- Por que você sempre faz isso? - sorriu, me abraçando.
- Te deixei mais segura? - alisei seu rosto.
- Deixou sim. Você é perfeito. Mas agora, é a minha vez de tomar banho...
- Não, não vai agora não.
- Por que? - riu.
- Porque agora nós vamos fazer outra coisa... Eu vou curtir minha baixinha linda, não pode?! - selei seus lábios e a ajeitei no meu colo. Ela correspondeu ao beijo que eu acabara de formar e depois de um bom tempo ali, fui para o seu pescoço. Segurei firme em seus cabelos e intensifiquei os beijos ali. Mas ao abrir os olhos, acabei vendo algo que me tirou toda a concentração.

- O que é isso no seu pescoço? - parei imediatamente. Havia uma mancha roxa ali.
- Isso o quê? - perguntou desentendida, me encarando e passando a mão no local.
- Tem uma marca roxa, que mais parece um chupão... - falei sério, ainda olhando para aquilo. - Eu não fiz isso.
- Nossa, sério? - pegou o celular e pôs na câmera frontal, tentando ver.
- Quem fez isso, Tanara? - levantei, tentando não imaginar besteiras. Mas era quase impossível, eu tinha a absoluta certeza que não foi eu. Aquilo era um chupão. Quem deu um chupão nela?

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Capítulo 74

- Eu nunca beijei o Luan. - Cristina falou, sorrindo maléfica pra mim.
- Af, Cris. - reclamei, indo pegar o copo.
- Quero você bêbada, lindinha. - respondeu piscando o olho e eu pus no meu copo, vendo que a Carol também se inclinava para pegar um copo. Lembrei da sua história com o Rafa e revirei os olhos, fazendo todos rir, inclusive ele. Bebemos juntas e eu fiz careta, após engolir tudo.
- Eu nunca beijei um homem. - Marquinhos falou e nós três fomos pegar o copo novamente. - E você, Luan, não vai beber? Tem que beber! - zoou meu namorado e eu o olhei rindo.
- Essas coisas eu guardo debaixo de sete chaves. - Rafa falou com uma voz afeminada e eu bebi de uma vez, fazendo uma careta. - Cês vão embebedar minha Pikitinha. - segurou minha mão, beijando-a em seguida. Assenti fazendo bico e todos soltaram um "own", nos zoando.
- Eu nunca empatei nenhuma foda. - Carol falou venenosa e eu abri a boca, indignada.
- Isso não vale! - reclamei, sob as risadas de todos. Bebi mais uma vez, contra minha vontade.
- Vai, amor. Você.
- Eu nunca... Fiquei com mais de dois em uma noite. - falei sorrindo envergonhada e exatamente TODOS prepararam os copos.
- Vocês são uns cachorros e vocês umas putas. - me defendi e meu namorado me abraçou, rindo. Beijou minha testa, como se estivesse gostado daquilo.
- Eu nunca fiz menage. - Marquinhos falou rindo e meu namorado e Dudu beberam. Revirei os olhos, sorrindo.
- Eu nunca transei com três mulheres. - meu namorado falou e ninguém se moveu.
- Ah, você acha duas pouco? - cruzei os braços, o encarando. - Você é um cachorro. - cerrei os olhos e ele ficou calado, rindo.
- Sem DR, Tatá. Você sabe que o Luan é o Mr Catra. - Cris falou e eu ataquei o Mr Catra com um tapa no braço. Ele riu e nós continuamos a brincadeira. Luan, Carol e Marquinhos eram o que mais falavam putaria e graças a Deus, eu não bebi mais.
- Eu nunca ganhei coisas do Luan do meu namorado, quando eu era fã. - Cris falou e todos fizeram cara de desentendidos.
- Quem vai beber nessa? - Dudu perguntou rindo e eu passei a mão no cabelo, indo em direção ao copo. Me olharam surpresos e Cris caiu na gargalhada.
- O ex dela comprava tudo. Do barato ao mais caro... - explicou e o Luan me encarou, com um semblante um pouco sério.
- Que irônico. - Marquinhos comentou e eu sorri sem graça, olhando pro meu namorado.
- Eu nunca transei num jatinho! - Dudu se pronunciou e todos riram, olhando pro meu namorado. Ele bebeu, ainda um pouco sério pro meu lado. O que eu fiz?
- Eu nunca transei numa cozinha. - Carol falou e eu arregalei os olhos. Não acredito que ele tinha feito isso! Ninguém se moveu e novamente, eu fui ao encontro do copo.
- Não vai beber, Luan?! - Marquinhos perguntou e ele negou, me olhando sem entender.
- Não transamos numa cozinha. - falou sem entender e eu bebi, sem encará-lo.
- Não foi com você. - sorri fraco. Ele fechou a cara, entendendo tudo. Havia sido com o Erick e foi totalmente desnecessário ele descobrir aquilo. Seus amigos perceberam o clima que acabara de se formar e logo trataram de retomar a brincadeira. Muitas doses, muitas revelações... E todos já estavam bêbados. Menos eu, modéstia parte. Eu me sentia bem. Eu e Rafa, aliás. Ele mal bebeu. Só continuava me encarando feio e falando as brincadeiras com o resto do pessoal. Muitas putarias ditas e finalmente, Cris beijou Marquinhos. Comecei a me sentir fraca, uma tontura horrível... Dei a desculpa que iria na cozinha e todos assentiram. Fui para o quarto e praticamente cai na cama. O que era aquilo? Pus o braço sobre a testa e fiquei alguns minutos ali, esperando que passasse. Enxerguei a luz invadindo o quarto pela porta e me esforcei para olhar, era ele.

- O que aconteceu? - perguntou, sentando.
- Fiquei tonta novamente. Me deu um fraqueza e... Eu não tenho forças pra levantar.
- Amor... Se isso não é gravidez, o que é?! Não é normal, poxa. Você quer água? Eu pego pra você.
- Quero.- respondi e ele beijou meu rosto, saindo em seguida. Logo depois voltou a minha água e eu sentei, para beber.
- Tá melhor?
- Unrum. Pode voltar pra lá, eu vou ficar aqui. - sorri fraco e ele negou, com a cabeça. Deitou na cama, ficando do meu lado e me encarando.
- O que foi? - ri.
- Por que nunca me falou que já tinha transado numa cozinha...? Pensei que era romântica. - fez careta e eu ri mais ainda.
- Foi a minha primeira vez, amor.
- Numa cozinha, Tatá! - falou indignado. - Nem eu...
- Foi na mesa. - segurei o riso e ele arregalou os olhos.
- Ah, velho! - revirou os olhos.
- Ele foi cuidadoso, já falei. Foi romântico.
- Sei. - virou o rosto pro outro lado, me dando as costas. - Você sabe tudo sobre mim e nunca, nunca mesmo, me conta nada! - falou chateado e eu peguei em seu rosto.
- Eu só não queria lembrar. Se eu tô com você, por que vou ficar falando do que aconteceu entre eu e meu ex? - falei calma, alisando seu rosto.
- Você tinha quantos anos?
- Quase 18. - ri do seu jeito de falar. - Eu fui lenta, não é?! - falei envergonhada e finalmente ele me olhou.
- Não... - passou a mão na cabeça. - Se você quisesse ter continuado virgem até a gente se conhecer, podia. - me olhou fofo e eu lhe empurrei de leve, rindo.
- Por que vocês homens são assim, hein?! Deixa de implicância.
- Eu queria ter sido seu primeiro, já falei. É uma coisa especial e...
- Awn, amor! Você anda muito fofo, mas não precisa disso, vai?! Eu estava com ele e bom, tinha que acontecer. Nem sempre o cara que tira a virgindade da mulher é o que ela casa, fica pra vida toda...
- Espera. - sorriu. - Então você tá dizendo que...
- Ele foi quem tirou, mas, é com você que eu vou praticar a vida toda. - falei e ele riu, fofo. - É com você que eu vou ficar... Assim, pra sempre. - o encarei e ele mudou sua expressão. Já sorria.
- Eu te amo, sabia?! Muito. - veio para cima de mim e começamos um beijo. - Minha linda.
- Sabia. - sorri preenchida.
- Vem cá, minha doentinha da cozinha. - fez menção que para eu deitar em seu peito e eu deitei, lhe repreendendo pelo o que acabara de zoar.
- Por isso eu não queria que você soubesse... - expliquei e ele riu mais ainda, mexendo em meus cabelos.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Vocês ficaram namorando 3 anos, certo?! - assenti. - dos seus 15 aos 18.
- Sim.
- Com esse tempo todo, como só foi rolar no finalzinho? Você não mentiu pra mim, não é?!
- Não, amor. Eu iria completar 18 mesmo. Completei, ficamos mais alguns meses juntos e terminamos. Ai eu te conheci.
- Ai você me conheceu. E assim, foi a melhor coisa das nossas vidas, não foi?!
- Foi sim. - sorri. - Mas deixa eu terminar. Estávamos juntos desde os meus 15, mas ele tem a sua idade. Ou seja... Ele tinha 19. E ele foi muito respeitoso. Passou dois anos namorando comigo sem tentar nada, respeitou meu tempo.
- Sério? Nadinha?
- Sim, amor. - ri. - Ai com 17, eu me senti pronta e bom... Rolou.
- Mas você não suspeitava que ele tinha outras? Dois anos, amor, é muito. Ele é homem. Homem tem necessidade e ele não vai ser diferente...
- Devia ter, não é?! Mas não importava pra mim. Eu pensava nesse hipótese e não ligava muito. Ele estava respeitando meu tempo, isso já era o suficiente. O Erick, amor, é uma pessoa boa. Por mais que você o odeie. O defeito dele foi a infidelidade, apenas. Devia ter me traído quando eu não podia satisfazer ele e eu realmente não estava nem aí, mas dessa vez eu descobri e pus um fim.
- Nisso aí, ele foi homem, não foi moleque... Você sabe que eu só implico porque eu tenho ciúmes. Só isso.
- Eu sei.. - alisei seu rosto.
- E você, só tem ele pra implicar. Ou tem outro?
- Só ele, amor. Só ele. - ri.
- Aquele irmão dele, vive te jogando pra ele na minha cara. Eu vou quebrar ele, aquele viado.
- Vai, amor? Tão violento esse menino. - rimos juntos.
- E a história das minhas coisas, era verdade?
- Era. Ele me dava tudo seu.
- Otário. Alimentou esse amor e agora você tá aqui, deitadinha no meu peito. - falou superior e eu ri, novamente.
- Se ele não aceitasse, eu terminaria com ele. Amor de fã em primeiro lugar.
- Ah, é?! E se eu não aceitar sua relação com algum ídolo? Vai me largar?
- Vou. - fechei os olhos, convencida.
- Beleza. - me mostrou o dedo do meio e eu ri.
- Eu não era uma simples fã, amor. Você era meu ídolo. Meu único ídolo. Meu amor.  Eu era completamente louca por você. Fanatismo!
- Era? Não é?!
- Idiota. - lhe dei um tapinha e foi sua vez de rir.
- Graças a Deus, meu amor. Graças a Deus que minha van bateu no seu carro... Graças a Deus que discutimos, que você não foi uma fã naquela hora...
- Você pensou em mim a noite toda, não é?! Fala aí. - o olhei convencida e ele soltou aquela gargalhada gostosa.
- Não é só pra te agradar, mas eu fiquei pensando sim. Primeira fã que me desafia assim e ainda recusou o camarim. Eu achei que você não era fã nenhuma, era uma metida. E ainda não apareceu! Eu fiquei puto da vida. Quem essa anã pensa que é?! - gargalhei, lembrando da história.
- Minha vó passou mal, amor. Eu não fui por isso! E poxa, fiquei brava... O carro nem era meu, vocês tinham que aceitar.
- É, mas isso já passou. Agora você é minha anã e está doentinha. O que será que cê tem, hein?! Não me dá susto, muié. Não sei ficar sem você.
- Credo, amor! Eu não vou morrer não. Você vai me suportar por muito tempo ainda! Não deve ser nada.
- Eu quero que você vá atrás. Não pode ficar sentindo isso, assim.
- Eu sei, amor. Prometo que vou me consultar.
- Promete mesmo?
- Prometo, meu amor. Prometo. - beijei seu peito.
- Cê viu a Carol e o Dudu?
- Vi. Se bons já estavam assanhados, imagine bêbados. Vai rolar de tudo ali. - respondi sincera e ele sorriu, concordando. - Cris e Marquinhos estão bem parados.
- Ela é muito tímida.
- Pois é, acho que não vai passar de beijos.
- Ah, eu não acho não. Vai rolar que nem a Carol! Eles estão bêbados, amor. Daqui a pouco vão tá se comendo, você vai ver.
- Será? Eu acho que não.
- Eu tenho certeza que sim. Conheço.
- Como você pode ter tanta certeza?
- Sou homem.
- Se eu bebesse, não daria fácil assim.
- Talvez sim, talvez não...
- Amor! - o olhei indignada.
- Quer apostar como rola entre eles?
- Apostar o quê?
- Se não rolar, eu vou num parque de diversões com você e ando nos trem que eu tenho medo.
- Sério???
- Sério. Mas, se rolar... Você vai ter que começar a fazer academia.
- Você tá me chamando de gorda?
- Não. - ri. - Você não precisa, mas é preguiçosa e várias vezes se matriculou e não tem coragem de ir. Por isso, que dessa vez, você vai ter que fazer.
- Amor... - respondi fazendo bico. Cretino! Estava fazendo só para implicar.
- Topa ou não?
- Topo.
- Então cê vai ver. Melhorou?
- Aham. Ainda, no seu colo... É impossível não melhorar.
- Pois vem cá, já que já melhorou... Vem me dar uns beijos. - me levantou um pouco, me pondo numa posição confortável e com as mãos firmes no meu cabelo, começando um beijo calmo, gostoso. Gostoso demais... Que ele apenas interrompeu para fechar e trancar a porta. Voltou com um sorrisinho safado e se inclinou entre minhas pernas. Eu era pequena e consequentemente, suas pernas estavam um pouco pra fora. As minhas, entrelaçadas na sua barriga. Fomos dando intensidade ao beijo e não demorou muito para nossas roupas estarem jogadas. Toda aquela tontura já tinha ido embora, mas agora, foi totalmente. Não importa se fazia pouco tempo que nós nos tocamos, eu sempre vou estar morrendo de saudade do meu Rafa.

                               •

Acordei tarde, mas ainda sim primeiro que meu namorado. Tomei banho e vesti uma roupa simples, passaríamos o dia ali. Depois de arrumada, eu fui olhar minhas redes sociais.

lunara: OLÁ OLÁ OLÁ!!!! PRIMEIRAMENTE BOA NOITE!!!! (Ou boa madrugada) Gente, venho contar um babado baphoooooo! Tatá postou essa foto e parece que foi buscar o cantor de moto 👀 Ela e Cris, buscaram ele e Marquinhos. (Não estou inventando, está no snap de Cris) Mas não para por aí! Quem também estava lá era Carolina e Dudu. Três amigos, três amigas... Lunara bancando de cupido? Ou apenas uma suruba louca? Pra piorar tudo.... Tem no snap da Cris TAMBÉM vídeos um pouco comprometedores. Cris do lado de Marquinhos, música boa, Carol e Dudu - MUITO ÍNTIMOS, ali rolou - e meu casal aos beijos. 😍 Tenho certeza que eles não perceberam, porque geralmente não gostam dessa exposição... Principalmente o Loam! Não consegui baixar os vídeos, mas vou descrever a cena: ele sentado em um sofá, ela em cima dele. Ele segurando em sua cintura e ela com a cabeça deitada em seu ombro. Nos outros eles estão se beijando, trocando carinhos e rindo de algo que eu NÃO entendi (perdoem-me) Estavam matando a saudade, não é?! Fofos!!! Mas acho que a noite rendeu bem mais que alguns beijos... - PARA TODOS -  E claro, uma ressaca básica...
E @detalhadamente, obrigada pelo seu amor por mim e pelas minhas informações. SIGAM GENTE! Notícia quente dos famosos! Incluindo nosso casal!!! Hahahahahahahaha Divirtam-se! @tataccioly @luansantana @duduborgesvip @carolandrade @crislopes @marquinhosewf


Aquela Priscila não existia. Ri sozinha e saí do quarto, vendo Marquinhos sozinho no sofá.

- Bom dia! - Falei, chegando por trás e fazendo ele se virar.
- Oi Tatá, bom dia! - disse animado e eu o olhei desconfiado. - Dormiu bem?
- Maravilhosamente! E você?
- Também. Só a gente acordou?
- Acho que sim. O mais novo casal está dormindo. - me referi à Carol e Dudu, e ele riu.
- Cris também tá dormindo. - balançou os ombros.
- Rafa também. Mas me diz, você dormiu no quarto dela?
- Dormi. - olhou pra cima e eu ri, lhe jogando uma almofada.
- Não acredito! Sério?
- Sério. Mas relaxa, não vou só usar sua amiga... Eu quero algo sério. Só não sei se ela quer.
- Eu acho que ela quer sim! Mas você vai ter que ter paciência.
- Eu sei... Mas por ela, toda a paciência do mundo. Acho que estou gostando dela.
- Own!!!! Que fofo. Foi assim que eu e o Luan começamos, viu?!
- Deve ser um máximo te aguentar por tanto tempo! Luan é um vencedor! Um ano e pouco.
- Vai se foder, ok? Não está com fome?
- Eu tô. E você?
- Também.
- Prepara uma tapioca pra mim, Tatázinha?
- Agora é Tatázinha, não é?! Vem, vamos ver qual recheio tem. - o chamei e ele me seguiu, até a cozinha.

Olhamos a geladeira, pegamos o que precisaríamos e ficamos conversando, enquanto eu fazia as tapiocas. Ri da minha aposta com Luan. Eu havia perdido e agora, teria que fazer academia. Coragem, Tanara. Coragem.

- Bom dia. - escutamos uma voz, atrapalhando nossas risadas. Era Rafa.
- Oi, amor. - disse doce, o vendo apenas de bermuda, com o cabelo molhado e com a maior cara de sono. Acho que o banho não adiantou muito.
- E aí, boi.
- O que cês tão fazendo aqui? - puxou uma cadeira e sentou, ao lado do amigo.
- Nos pegando. Não está vendo? Você atrapalhou tudo. Combinamos tudo ontem! Acordar mais cedo e tals... - Marquinhos brincou e eu ri, pondo mais uma tapioca feita no prato.
- Os primeiros a acordar, Rafa. Tá com fome também?
- Tô morto de fome. - respondeu pegando uma das tapiocas.
- Amor, tem que rechear. - falei e ele ignorou, abocanhando-a sem recheio mesmo.

Eles começaram a conversar entre si e eu só ouvia, terminando de preparar o café da manhã. Recheei todas com o que tínhamos pegado e preparei suco de laranja. O resto do pessoal acordou logo em seguida e por sorte eu fiz muitas, já que não sobrou nenhuma.

Passamos o dia em paz, apenas entre conversas. Fomos no supermercado para comprar coisas para um "churrasco" e depois, passamos o dia só curtindo. Já havia contado ao meu namorado sobre a aposta e ele comemorou a vitória, afirmando já saber. Aproveitei a desocupação para postar o editorial que eu já havia mostrado no meu IG e novamente, o divulguei.

tataccioly: Já está no site! Vamos dar uma olhadinha? Vamos sim! Apaixonada pela paisagem...



Não parei para ver comentários e sim, para ver o que estavam postando.

lunara: A Verdinhaaaa no periscope hoje. Contou onde estava e obrigou o Luan a aparecer. "Eu não quero, amor" (QUE FOFO PORRA) Ele acabou conversando um pouco também e não preciso dizer que esses dois juntos não presta, não é?! Zoando o pobre do Marquinhos! Kkkkkkkk
E claro, muita fofisse. Trocaram beijitos... Lunara começando a perder a vergonha de mostrar o que casais REALMENTE fazem, hein?! As crianças fãs do Luan precisam entender isso de uma vez, estão certíssimos. O relacionamento de vocês está amadurecendo (ou não, de acordo com alguns snaps sabe) e felicidade está nítida no olhar dos dois. Saber que eu vi isso nascer e fui uma das únicas a apostar... É muito gratificante. Amo vocês, não esqueçam. Brilha meu casal! #Lunara4ever ❤️


Curti, toda encantada com suas citações.

                              •

Infelizmente, Rafa tinha show próximo ao Rio e não deu para estendermos nossa curtição. Mas a parte boa era que todo iríamos. Foi incrível. Na hora de atender as fãs, umas gritavam meu nome, me chamando. Quando ele pegou o celular de uma, ela me chamou para a foto e brinquei, entrando e fazendo pose. O show foi incrível como sempre e logo após ele, fomos para casa.

                              •

Minha segunda começou muito bem, mas ela não seria como as outras. Fui para a faculdade e de tarde, além das minhas cosias rotina, eu tive que adicionar uma atividade ao meu dia. Me matricular na academia! Sim, meu namorado realmente me obrigou. E também, fui ao salão. Não só cuidar das unhas, mas sim, tirar meu verdinho. Rafa pediu muito para que eu não tirasse e eu fiquei até com dó de contrariá-lo. Ele realmente tinha gostado! Mas eu era preciso e assim fiz.

lunara: Luan tirou a foto e digitou isso. Será que ele gostou? SERÁ? Mas agora ela já tirou ): #choremos #voltaverdinha




Na terça, eu já fazia a aula experimental e como gostei, começaria de fato na quarta. Rafa continuava nervoso com a chegada do DVD e agora, sua preocupação era outra: clipe para a Eu não merecia isso. Queria algo no estilo do DVD: anos 50/60. Mas novamente, pude ajudá-lo. Passamos a noite trocando ideias pelo WhatsApp. Umas ruim que nos fazia rir, umas boas que não eram o suficiente... Simplesmente levamos a noite toda! Mas, conseguimos. Havia dado uma ideia e ele, já se animou. O tempo já estava se esgotando e ele precisava de uma ideia urgentemente. Nos despedimos com ele falando que contaria a ideia para os envolvidos e que tinha certeza que eles iam amar e colocar em prática. Pedi que ele se acalmasse, que tudo daria certo e depois de um "Dorme com Deus", nós dois fomos dormir.

Acordei morrendo de sono, já que havia perdido a noite toda, mas feliz. Luan sempre sabia o que agradaria e tenho a certeza que ele vai lapidar minha ideia e fazer ficar incrível. De tarde, fui cumprir minha palavra: finamente academia. Conheci meu instrutor e ele parecia ser muito gente boa. Conversamos sobre o que eu precisava e logo depois, começamos com os exercícios. Larissa estava indo comigo, já que ela afirmava que precisava, já que ser mãe tinha acabado com ela. Tirou uma foto minha e após me mostrar, eu decidi postar.

tataccioly: Seu filha da mãe 👊 @luansantana



Todos começaram a especular o porquê da minha legenda e o seu comentário foi varias carinhas de riso. Atualizei meu feed e vi que ele acabara de postar uma foto nossa.

luansantana Tudo que eu amo em só uma foto..  @tataccioly


Acabara de curti, sorrindo, quando meu celular tocou. Era ele.

- Oi, meu amor. - falei.
- Oi, Pikitinha. Cê foi malhar mesmo? - riu.
- Fui. Eu sou mulher de palavra, ok?
- Assim que eu gosto, obedecendo.
- Seu rabo. - retruquei e ele riu.
- Amor, eu falei com a Bruna.
- Falou? O quê? - perguntei um pouco receosa.
- Sobre o Thomás.
- E aí?
- Eu expliquei tudo e ela pareceu entender, mas ficou triste, eu conheço ela. Mas disse que infelizmente a escolha era dele e torcia por você.
- Poxa amor... Eu realmente não queria que fosse assim, mas eu não tenho culpa...
- Eu sei, minha linda. Acho melhor vocês duas conversarem, pro clima não ficar chato.
- Tem razão. Eu vou lá!
- Vai sim. Mas agora eu vou ter que desligar, minha ex verdinha. Um beijo na boca.
- Beijo. - ri, finalizando a chamada em seguida.

 Olhei a hora e chamei Larissa para irmos. Precisava de um banho e ir conversar com a minha cunhada. Não queria ela triste ou chateada comigo... Ela era minha amiga e eu a considerava bastante. Minha Naná.
Larissa me deixou em casa (eu preciso urgentemente de um carro) e fui direto para o banheiro. Estava toda dolorida, mas meu instrutor afirmava que era normal.

Fui rápida e logo estava arrumada. Blusinha listrada, short curto e um tênis. Fiz uma make leve e tirei uma selfie da mesma. Mas não postei. Encarei o espelho e resolvi fazer uma pose diferente. Sentei e tirei assim mesmo. Gostei da imagem e depois de uma leve edição, postei.

tataccioly: Ver a Naná! Me espera @brusantanareal


Peguei minha bolsa e saí, como sempre usaria o carro da minha mãe. Odeio essa dependência!

O caminho não era tão longo e eu logo estava na casa dos Santana. Marizete me recebeu cheia de simpatia e pareceu feliz com a minha visita. Ela sempre me cobrava. Expliquei que vim ver minha amiga e logo Bruna apareceu, me cumprimentando como sempre. Subimos para o seu quarto e depois de trocarmos algumas palavras, eu entrei no assunto que interessava. Ela me disse que entendeu e que só estava um pouco triste, mas que eu deveria fazer e arrasar. Me desculpei e expliquei tudo da forma mais detalhada, para que ela não se magoasse, e ela riu, me mandando relaxar. Fiquei aliviada, já que ela realmente parecia não me culpar/odiar. Ficamos escutando algumas musicas e eu contei da novidade, a academia. Dona Marizete se juntou a nós e as três mulheres de Rafa conversavam comendo um dos melhores bolos: o da tia Zete.

brusantanareal: Nanás firmes e fortes, pra sempre. Te amo, louquinha. ❤️



Fiquei surpreendida com a sua postagem e comentei coisas fofas, realmente feliz por isso não ter interferido na nossa amizade. Nanás, firmes e fortes.

Voltei pra minha casa com uma sensação boa, feliz por tudo estar dando certo. Aproveitei meu bom humor e tirei outra foto, a postei logo em seguida .

tataccioly: Onde quer que você vá. Vá com o coração...



Luan's POV.

Com a ajuda da minha namorada, consegui um clipe do jeito que eu imaginava para minha nova música. Eu não merecia isso! Tinha que ser algo de acordo com o DVD, tema dos anos 50 e 60. Estava tão nervoso. Faltando muito menos de um mês, ainda faltava música e isso era um dos motivos de eu não sair do estúdio VIP. Queria mostrar em primeira mão o clipe para Pikitinha, a responsável por isso... Mas não foi possível. Estava muito ocupado e pelo visto, só voltaria para casa e poderia vê-la depois do lançamento. Mesmo muito ocupado, eu não parava de pensar nela. E agora, estava paranóico com duas coisas ditas na nossa brincadeira entre amigos, o "Eu nunca". O fato de todas suas coisas minhas terem sido presentes do seu ex e, a sua primeira vez. Não que eu estivesse com ciúmes, longe disso, mas eu tinha ideias. E uma, eu consegui colocar em prática e em pouco tempo saberia sua reação.

Tanara's POV.

Tinha acabado de chegar da academia e estava apenas de lingerie e roupão, mexendo no site. Respondendo comentários, já que antes de sair, eu havia postado o segundo editorial que fiz com cabelo verde. Peguei uma foto no meu celular e divulguei no Instagram, como sempre.

tataccioly: Hello, hello! De volta com um editorial novo no site: ainda verdinha hahahahahaha Acessem lá! Espero que gostem!



Vi a postagem da central de fãs do meu namorado e resolvi pegar a foto que divulgava o lançamento do clipe em que eu e Rafa passamos a noite quebrando a cabeça.

tataccioly: Falta pouquinho  #arrasaney




Postei, vesti uma roupa e desci.

- Tô com fome, mãe. - falei, ao ver minha mãe assistindo alguma de suas novelas.
- Tenho cara de comida?
- Nossa, grossa. - reclamei e ela riu.
- Isso aí chegou pra você. - apontou com a cabeça para uma caixa grande, em cima do sofá desocupado.
- Pra mim? - perguntei me aproximando. Olhei para ver se tinha algo escrito e informava que era da central de fãs do meu namorado. O que era aquilo?

Curiosa, me apressei em abrir e levei um susto ao ver que era exatamente TUDO que o Luan já havia lançado ou personalizado. Meu Deus! Todos os CDs, DVDs, camisas... TUDO que eu tinha, ou até mais que eu tinha. Tudo tinha seu autografo: "Com muito amor pra minha Piktinha ❤️". Até o Duetos, o novo, tinha. Esse homem era louco. Minha mãe ao me ver rindo, veio se informar do que se tratava e ficou sem entender.

- Luan te deu isso? Mas você já não tinha?
- Deu. Ele é louco. - ri, já discando seu número. Chamou uma vez e na segunda ele já atendeu.
- Você é louco?
- Uai, por que? - riu. - Oi também, amor.
- Isso aqui que chegou em casa... Não foi você? Com amor pra minha Pikitinha? - imitei sua voz e ele soltou uma risada suave.
- Não gostou, Pikitinha?
- Eu amei, tem todos os CDs e DVDs... - falei admirada. - Mas por que isso?
- Fiquei sabendo que seu ex era quem te dava essas coisas, agora você pode jogar no lixo tudo que veio do dinheiro dele. - explicou e foi minha vez de gargalhar. Sua implicância era sem limites.
- Você tá falando sério?
- Tô sim. Não quero mais essas coisas aí...
- Você é louco. Ai amor, que fofo! Eu não acredito. Meu ao vivo em Campo Grande tinha sumido e...
- Agora você tem tudo, muié! Pode me amar, eu deixo.
- Que vontade de te apertar.
- Eu também, minha pequena. Mas amanhã eu tô chegando... Você vai poder me apertar, quem sabe fazer outras coisas...
- Idiota. - ri. - Eu tô com fome, vou desligar aqui pra comer.
- Como tá a academia? - perguntou rindo e eu imaginei como ele devia estar me zoando por ter acabado com a minha vida de sendentarismo.
- Eu tô gostando, se você quer saber. Mas tô acabada, amor. Toda dolorida.
- Primeiros dias é assim mesmo. Quando eu chegar eu faço uma massagem em você, pode ser?
- Claro que pode. Esperando ansiosamente! E agora eu vou comer, beijo.
- Beijo, gorda. - desliguei, guardando as coisas no meu quarto e indo finamente comer. Como é bom comer.

Luan's POV

Um dia antes do lançamento de Eu Não Merecia Isso, a Central teve a ideia de fazer uma twitcam. Fazia tempo que eu não fazia algo parecido e as minhas fãs cobravam muito, então eu gostei da ideia. Faria na minha casa mesmo, um pouco antes do churrasco marcado pra mais tarde.

Resolvi pegar meu celular e avisar minha namorada que já estava em casa, tinha muitos planos pras nós dois, então tinha que avisá-la pra levar roupa.



O tempo passou rápido e eu logo comecei a me arrumar para a tão esperada twitcam, até porque ela tinha que começar em ponto. Estava um calor do cão e eu peguei uma blusa mais fresca. Já pronto, liguei o computador e peguei meu violão sentando com ele no meu colo.

-Vamos só tirar uma foto sua pra postar e avisar que tá tudo pronto - Juliana falou pegando meu celular e eu fiz pose. - Toma, avisa pra elas mandarem a pergunta com a hashtag. - ordenou me devolvendo o celular. Assenti começando a digitar.

luansantana: To prontoo amrs! Bora pro twitter.. vai rolar uma transmissão AGORAA! Mandem suas perguntas usando #twitcamLUANSANTANAhoje17h


Entrei no meu twitter e dei início a twitcam. Ou acho que dei início...

-Acho que começou - falei pra Juliana que estava abrindo no computador dela para verificar se tinha dado certo - Será que tá dando? - perguntei e comecei a ouvir umas risadas vindo do lado de fora. Tanara tinha chegado - Acho que a pikitinha chegou - falei e a Juliana assentiu.
-Sério? - ouvi a Bruna perguntar, elas já estavam perto da porta.
-Sério, meu instrutor é muito gato, você tem que ir malhar comigo - disse rindo e entrou me olhando surpresa.
-Já começou? - ela perguntou.
-Acho que sim - sorri sem graça. Então quer dizer que ela acha o instrutor dela um gato? E o que ele não deve achar dela? Ainda mais vendo ela em vários ângulos possíveis. Em minha cabeça começou a aparecer ela malhando glúteo e ele atrás, olhando ou auxiliando. DROGA, aquilo ia ficar martelando na minha cabeça agora.
-Tá rolando Luan - Juliana falou e eu voltei a encarar o computador, sem me dar conta que antes eu encarava um nada.
-Oi meus amores - falei tentando parecer animado, mas completamente desanimado depois do que eu tinha ouvido - Cheeeguei - sorri forçado - Oia já tem 5 mil pessoas assistindo - falei lendo o que elas falavam e mandando beijo a medida que pediam - Pois é, a gente tá aqui em casa, Tatá ta aqui só expiado - falei vendo que muitas pessoas perguntavam dela. - Vamos falar da música? Amanhã é o lançamento oficial da Eu Não Merecia isso, e o clipe novo.. tem muita gente perguntando pra mim toda vez que eu entro, no instragram, no twitter, como vai ser... porque tem umas "artizinhas", é meio que uma animação e que linha que esse clipe vai seguir... Então na verdade, como nosso DVD, eu posso falar aqui do DVD já? - perguntei pra Ju.
-Pode.
- O DVD ele vai ter uma temática anos 60, anos 60 /70. Época dos Beatles, do Elvis Presley, época de ouro da música mundial. Então tudo vai girar em cima dessa época. O jeito que eu vou me vestir, o jeito que a galera vai vestida.
-O jeito que vai arrumar seu topete. - a Tatá se intrometeu e eu ri, ainda encucado.
-Fica quieta - falei rindo e ela fez bico fazendo drama. Aff. Por que tão linda? Se ela fosse feia os outros homens não olhariam pra ela... - Continuando, vai todo mundo se vestir igual a década de 60, pra gente relembrar um pouco a época, enfim ta tudo muito ligado a isso. Então é isso o DVD, o que eu tava falando mesmo? - perguntei rindo olhando pra Juliana - Essa muié me atrapaiou e eu esqueci tudo - falei apontando pra Tatá e a Ju me lembrou - Ah é, do clipe.. Então a gente queria alguma coisa pro clipe que já remetesse essa época, então a década de 50 foi o surgimento da pop art, que foi um movimento artístico em que os artistas começaram a pintar um pouco de forma parecida, e esse movimento se denominou pop art. Então a gente fez esse clipe todo em pop art, e é uma história baseada na música, cês vão gostar. E é amanha as 15 horas no nosso site oficial. Agora antes das perguntas eu vou fazer um pedacinho da música nova - falei fazendo o toque no violão cantando pras minhas neguinhas. - Cê já decorou né? - perguntei olhando pra Tatá e ela riu assentindo - Cê aprende rápido. Aliás gente, a Tatá me ajudou muito com a ideia do clipe, vamos agradecer ela pela ajuda - falei rindo e ela sorriu. Merda de sorriso que também encanta a todos.

Respondi as perguntas que fizeram e logo dei um jeito de encerrar a twitcam, minha cabeça ainda fervilhava com o lance do instrutor gato. Além disso, a internet estava caindo muito e estava realmente complicado. Desliguei o computador e Tatá veio pra cima de mim assim que ficamos sozinhos.

-Agora sim posso falar com meu namorado direito - me deu um selinho - Eu tava com saudade.
-Eu também - sorri mexendo em seu cabelo.
-Mesmo? Você parece incomodado. - ela me conhecia, não dava nem pra disfarçar.
-Não é nada demais.
-Foi por causa da internet? Não fica assim não, vamos fazer uma vaquinha para pagar uma internet boa. - sorriu e eu ri, sabia que ela queria me animar.
- Tá difícil viu, dinheiro anda faltando - entrei na brincadeira - Vamos lá na área de lazer.. - falei e ela deu de ombros, levantando e segurando minha mão.
-Você que vai fazer o churrasco? Ou  vai ser seu pai?
-Vai ser eu.
-Hummm, meu garoto prendado.- falou se sentando com o celular na mão enquanto eu fui começar acender a churrasqueira. Ficamos em silêncio por um tempo, até ela se manifestar.- Ah então é isso.
-Do que cê tá falando? - olhei pra ela.
-Da sua cara séria, só porque eu disse que meu instrutor era gato.
-Quem te falou isso?
-A Pri postou no lunara.- mostrou o celular pra mim e eu fui ler o que ela tinha postado.

lunara: Quem assistiu a twitcam? Eu assisti e amei, ainda mais quando ouvi o Luan falando no começo "Acho que a pikitinha chegou". MORRI DE AMOOOORES. Mas não sei se perceberam o que aconteceu. A Tatá chegou com a Bruna e lá no fundo, bem baixinho, deu pra ouvir ela falando "meu instrutor é muito gato, você tem que malhar comigo". Foi bem baixinho mesmo, mas deu pra ouvir e depois disso o Luan ficou encarando o nada um tempão, acho que ele também ouviu e ficou com um pinguinho de ciúmes. Deu pra ver ele todo sem jeito a twitcam inteira, não sei se só eu reparei, mas achei a coisa mais linda ele com ciúmes dela. Quero dizer, ver ele com ciúmes é engraçado e fofo. E antes que falem que a Tatá não tinha "direito" de chamar outro homem de gato na frente dele, eu já aviso que isso é super normal e ela estava falando pra cunhada dela, então não venham me encher com isso. Falei aqui pra todos porque eu particularmente achei a coisa mais linda ver ele com ciuminho. E fora isso foi lindo, estou ansiosa pro clipe que a primeira dama ajudou a planejar. A propósito, ele olhando pra ela e rindo também foi a coisa mais fofa do mundo. Amo muito esse casal. SOS. Tipo nesse print aqui! "Fica quieta" hahahaha


-Essa Pri repara tudo - falei coçando a nuca sem graça
-Ainda bem né?! Se não eu ia ficar sem entender essa cara brava que você tá.
-Eu disse que era bobagem minha.
-Você não era assim Luan, antes não tinha um pingo de ciúmes.
-Eu sou assim Tatá, um cara cheio de ciúmes, até tentei controlar por você, mas atualmente tá meio complicado pra mim, é muita gente dando em cima de você, muita gente te elogiando. Minha cabeça chega a doer imaginando o que os homens pensam quando te olhar, imaginando eles te desejando.
-Isso tá errado e não é legal, você tem que se controlar. Eu não tô gostando - falou séria e eu acabei me irritando.
-Não tá gostando termina comigo, simples. - percebi que ela ficou surpresa - Esse sou eu, e eu tenho ciúmes, desculpa. Se você quiser ficar comigo vai ter que aguentar o que eu sou. Já conversamos sobre isso, Tanara. - virei de costas voltando a cuidar da churrasqueira.
-Então é assim?
- É, se tiver muito chato pra você, é só terminar comigo e ficar com seu instrutor gato. - joguei o pacote de carvão no chão e saí dali antes que me estressasse mais.

Sei que podia estar passando dos limites mas eu não podia controlar, sempre fui ciumento, controlava isso no começo mas só eu sei como era difícil pra mim. Já se passou 1 ano e lógico que eu não controlaria por muito tempo, e além disso, estava na hora da Tanara conhecer esse meu lado, já que ela tem o direito de saber como realmente sou. Que homem gosta de saber que a namorada acha outro bonito? E pior, um cara que está mais com ela do que eu mesmo, vendo ela com roupas coladas... Só de pensar nisso de novo me batia uma  raiva incontrolável.

Apesar de tudo não dava pra cancelar o churrasco e eu tive que voltar a cuidar da churrasqueira, ela já nem estava mais lá, e eu achei melhor assim, sabia que ela não iria embora pois as amigas dela também iria, e a propósito, deviam estar a caminho. Coloquei as carnes para assar e o pessoal começou a chegar.

Durante todo o churrasco não cheguei perto da minha namorada, e nem ela perto de mim, agíamos normalmente, como se nada estivesse acontecido, mas continuávamos cada um em seu canto. Apesar de tudo, eu continuava mal, tinha acabado de chegar de viagem e não gostava desse clima entre a gente.

No fim da noite, percebi ela ficar mais quieta, sozinha. Vi de longe ela colocando a mão na cabeça e se sentando com pressa, fiquei preocupado, devia ser suas tonturas de novo. Engoli o meu orgulho e me aproximei.
- Tá sentindo alguma coisa?
- Resolveu falar comigo?
-Não quer falar comigo? Ótimo - cruzei os braços
-Para com isso Luan, tá parecendo criança birrenta. Chega a me dar mais dor de cabeça. - reclamou voltando a por a mão na testa.
-Seu instrutor não deve ser uma criança birrenta, porque não vai lá agora e aproveita pra passar a noite malhando?
-Você tá zoando com minha cara, né?! Quem quis que eu entrasse numa academia foi você, então vê se não me enche.
-E você agora tá toda animadinha né? Graças a seu...
-Eu cansei Luan. Eu não tô me sentindo bem e você tá piorando tudo. Pode por favor me deixar sozinha? - falou mais calma e só então eu lembrei que ela estava meio doentinha.

Saí dali e fui atrás da minha mãe, falei pra ela o que Tatá andava sentindo e ela me olhou assustada, também achando que ela estava grávida. Falei que ela já tinha feito o teste e tinha dado negativo, o que fez minha mãe respirar aliviada. Depois, ela me entregou um remédio dizendo que ia fazer a dor de cabeça da Tatá passar.

Voltei pra onde Tanara estava e entreguei o copo com água junto ao comprimido.
-Toma.- ela assentiu e tomou, se deitando no sofá em seguida. Peguei a cabeça dela e ajeitei no meu colo, alisando seus cabelos devagar.
-Bipolar- ela falou e eu acabei rindo.
-Bipolar, ciumento... prazer, Luan Rafael.
-Isso não fazia parte do pacote - ela brincou, e eu ri de novo.
-Agora já era, o prazo pra devolução acabou.
-Tem certeza? Nem se eu alegar que veio com defeito?
-Outra pessoa ia querer comprar rapidinho, quer devolver mesmo?
-Ia é Rafael? - ela me olhou e eu ri dela.
-Pelo visto não sou o único ciumento da relação.
-Mas é o mais - ela voltou e se deitar de lado.
-Vamos evitar esse assunto né?
-Melhor - ela fechou os olhos.
- Ainda está dolorida? - mudei de assunto.
-Muito - fez careta.
-Então deixa eu fazer a massagem que eu prometi.

Levantei e depois fiquei de joelho no chão. Não pude evitar olhar pra sua bunda, a mesma bunda que o instrutor dela devia ficar babando. Viado! Comecei a massagear a panturrilha dela devagar, que é uma das áreas que mais doem quando começamos a nos exercitar e em seguida massageei sua coxa. Logo um calor começou a me subir.

-Tatá, vamos pra outro lugar? Meu joelho já está doendo.
-Ajoelhou tem que rezar.
-É sério sua malvada, vamos sair daqui.
-Vamos - ela falou se levantando - Pra onde?
-Vem comigo - peguei ela pela mão e levei pra área onde tinha acontecido o churrasco mais cedo. Todos já tinham ido embora - Senta aí - apontei pra mesa e ela me olhou negando - Minha mãe limpou, pode sentar. - expliquei e ela me lançou um olhar hesitante, me fazendo rir. - É mais fácil para alcançar seus ombros e ninguém vem mais aqui.
Convencida, ela deitou e eu voltei a massageá-la. Minhas mãos apertavam levemente seus ombros delicados. Seu cheiro já estava me embriagando como sempre e logo minha mão fugia para sua nuca. Ela não percebia e já me vinha  a vontade de rir. Ela com certeza estava dolorida e consequentemente, cansada. Além da dor de cabeça, que era um dos sintomas atuais que estava me preocupando. Com pena da minha pequena, inclinei-me para baixo e comecei a beijar sua nuca, na tentativa de fazê-la relaxar ainda mais.
-Tá doendo muito, baixinha?
-Tá, amor. Nem sei se quero continuar. - falou manhosa e um sorriso involuntário se formou no meu rosto. Ela abandonando a academia, abandonaria o instrutor viado gato. Pensei em comentar algo concordando, mas sabia que ela deduziria que era ciúmes e atrevida do jeito que é, era capaz de continuar apenas para me contrariar.
-Não amor, é só os primeiros dias. Você vai ver. Não pode parar... - incentivei e ela me lançou um olhar confuso.
-Você anda muito bipolar, amor. Isso tudo é nervosismo pro DVD?
-Também.- ri continuando os beijos. Ela já estava se arrepiando e começou a se curvar,  tentando me parar.- Só quero te fazer relaxar e esquecer essas dores.
-Você disse que ia fazer só uma massagem, amor.. - riu fraco.
-Mudança de planos, não pode? - afastei ainda mais seus cabelos, fazendo uma trilha de beijos até sua orelha.
-Então vamos pro seu quarto. - falou tímida e safada ao mesmo tempo.
-Não... Aqui está bom, não está?!
-Luan! Essa é a mesa que você come churrasco com os seus amigos. Tá louco?
-Ué, e hoje a carne vai ser você. - falei simples e ela arregalou os olhos, abrindo a boca em uma risada sem som.
-Tá falando que eu sou apenas um pedaço de carne que seus amigos também podem comer? - cerrou seus olhos nos meus.
-Tá louca? Você é minha carne exclusiva. Ninguém pode nem chegar perto! Principalmente instrutores viados.
-Tá me chamando de vaca? - perguntou rindo e eu me permiti gargalhar, ela não estava entendendo errado. - Vamos pro seu quarto, vai. Aqui não.
-Aqui sim.
-Isso é uma mesa de... cozinha Luan! Não vamos transar aqui.
-Por que não? Não vai aparecer ninguém.
-Isso é... Estranho. Eu não vou fazer isso.
-Mas com o Erick você faz, não é?! - soltei-a e ela virou o rosto, me olhando surpresa e certa do que estava acontecendo. Ela havia sacado, merda.