Capítulo 72

Tanara's POV.

Novembro não poderia chegar de melhor forma. Dia 31/10, Luan faria um show no "Espaço das Américas", em São Paulo. E por ser em São Paulo, é claro que eu iria. Mas dessa vez ele me convidou de uma maneira diferente. Falou ansioso, misterioso... Como se fosse acontecer alguma coisa especial. E aconteceu. Rafa fez uma surpresa a todos. Dudu estava ali.  Claro que aquilo não daria certo! Luan Rafael e Eduardo Borges. Simplesmente cantaram a mais nova música de trabalho do cantor: Escreve aí. Eu havia ajudado sim, mas não sabia que ela ficaria tão linda daquele jeito. Escantada e embevecida. Chorei, confesso. Mas não que eu seja uma manteiga derretida, aquilo era muito emocionante. Ver e acompanhar meu amor dando passos importantes na carreira, era mágico. Aquela música com certeza entraria para a história do Luan Santana e meu Deus, poder ter ajudado de alguma forma era tão inacreditável... 
A reação de todos foi impressionante. Mal sabiam e já cantavam. Elas eram incríveis. A música era incrível. E aquilo era só o começo. Eu sabia, era só o começo. 
Quando o show acabou, eu corri para os seus braços. Estava tão feliz. Ele estava da mesma forma. Nosso abraço iluminou todo o lugar. Nossos corpos juntos. Nossas emoções e felicidades juntas. Aquela mistura fulgia. Lhe dei os parabéns, contei que me emocionei... E apenas me agradeceu. "Sem você não seria possível". Apenas aquelas palavras, foram gratificante o suficiente. 
Mas agora, estou fazendo um trabalho da faculdade em pleno sábado. Porém, o que me animava era... SHOW DO BRUNO E MARRONE NAQUELA NOITE. Sim! E o melhor de tudo era que meu namorado iria comigo. Estava viajando, mas viria. 
Ultimamente, ando sentindo umas tonturas e nesse exato momento, me ausento de onde meus colegas estão para vomitar o que eu acabara de comer. 

Luan's POV. 

Eu estava tão ansioso, feliz, animado, preocupado nesses meses perto da gravação do DVD. Mas confiante. Sim, muito confiante. Principalmente agora, depois de cantar a Escreve aí pela primeira vez. Estava sendo um sucesso. Fiz uma surpresa no show e todos já cantavam junto comigo. Minha namorada se emocionou e claro, me elogiou como sempre. Seu jeitinho feliz e ansioso como eu, me deixava mais animado. Mas claro, eu devia isso a ela. Ela me ajudou no refrão, o que foi essencial. A agradeci por isso e foram só sorrisos.

Mas algo me incomodava. Não tinha a ver com o DVD, mas não deixava de ser importante. Eu ainda não havia falado com nenhuma das duas sobre a decisão de Thomás. Vulgo, minha irmã e minha namorada. Boas amigas. Não sabia o que fazer. Como dizer? Qual seria a reação de Bruna? Por esse motivo, eu estava escondendo. Medo de intriga das duas e infelicidade de Bruna. Tudo culpa desse velho tarado! 
Acabei de acordar na cidade que eu fiz show na noite passada. Mas voltaria para casa ainda hoje. Prometi para a minha namorada que eu iria com ela para o show dos seus ídolos. Bruno e Marrone. Teria e ela não parava de falar nisso. 

Fui atualizar minhas mensagens e depois de fazer isso, percebi que seria melhor não ter visto o que eu vi. Ou ouvi. Tanto faz.

No áudio, um homem falava "oi" rindo e ela pedia o celular de volta: "Me devolve, Rafael". Ele a pedia pra falar que ela o amava e confessou que foi ele quem escreveu a declaração. Ela continuava pedindo o celular e assim o áudio se encerrou. Fui trouxa e agora estava sendo zoado. Quem era aquele? A liguei imediatamente. Pode até parecer exagero, mas fiquei irritado. 
- Oi, amor. - falou carinhosa.
- Onde você tá? 
- Oi, Tatá. Tá tudo bem? - imitou minha voz. - Ah, tá tudo bem sim, lindo. 
- Quem foi aquele que digitou aquilo? Ele mexe no seu celular? Você deixa? Nem eu você deixa! - esbravejei e ela suspirou.
- É o Rafael. Ele é brincalhão, amor. - riu e eu continuei sério. 
- Ah... Ele pode mexer no seu celular e eu não? 
- Você mexe no meu celular, Luan. 
- Mas porque eu insisto. Senão, não saberia nem a senha. 
- Deixa de ser dramático. 
- E que intimidade é essa? Ele pedindo pra você dizer que ama ele? Posso saber onde você tá? 
- Valha meu Deus.
- Não vem com seus valha não. Eu tô falando sério. Onde você tá? 
- Tô fazendo um trabalho da faculdade. E ele estuda comigo. Pronto?
- Hum. - revirei os olhos e ela riu abafado.
- E você, meu amor, o que está fazendo?
- Eu tô deitado. Acabei de acordar. - falei ainda sério e ela riu novamente.
- Já acorda mal humorado assim?
- Estaria com um humor ótimo se aquele "Amo o Rafael" fosse você escrevendo, pra mim. - fiz bico.
- Ô amor, desculpa. Rafael te fez de trouxa, né? Mas não tem problema não. Vamos começar de novo: Bom dia, Rafa. Eu te amo. - falou meiga, como sempre, acalmando o meu coração e me causando um sorriso idiota. 
- Bom dia, minha linda. 
- Ciumento. Dramático. Sabia que eu ainda estou me acostumando com esses seus surtos de ciúmes? Nunca pensei que passaria por isso, acredita? 
- Isso não foi ciúmes. E nem drama. 
- Aham. - assentiu ironicamente e eu deixei escapar um riso leve. - Meu amor, você vem, não é?! Comprei os ingressos.
- Claro que vou. Só vou dar uma entrevista e viajamos. 
- Tudo bem. Estou te esperando, vem com Deus. Mas agora eu preciso desligar, senão eu não termino esse trabalho nunca.
- Tudo bem, Pikitinha. Fica com Ele e bom trabalho. Ah, cuidado com esse Rafael. Nada de mexer no seu celular, nada de eu amo o Rafa, nada de aproximação...- falei a policiando e ela riu.
- Como o senhor desejar. Eu te amo, beijo.
- Também te amo, beijo minha linda. - ouvi o estalo do seu beijo e desliguei, suspirando. 

Tanara's POV. 

Conseguimos terminar o trabalho antes das 18:00h e desde aquela ligação mais cedo, eu não conseguia falar com Rafa. Com certeza ele estava viajando. Estava tão ansiosa para aquele show! Amava tanto as músicas deles e finalmente escutá-las ao vivo, do lado do meu amor, não tinha preço. 
Já estava passando minha maquiagem, quando recebi mensagens do meu namorado. 
"Tô pronto amor"
"Já tá pronta? Tô indo te buscar" 
Respondi, imediatamente.
"To! Vem!!" 
Eu não estava pronta, mas o tempo que ele levaria para chegar, era exatamente o tempo que eu levaria para realmente estar pronta. Com uma rapidez diferente, consegui terminar a maquiagem rápido e quando estava rebocando meu batom, meu celular tocou. Corri para pegá-lo, na esperança de ser meu namorado avisando que já havia chegado. Mas não era. Era um número desconhecido. 
- Alô. 
- Tanara?
- Eu mesma. Quem é?
- Olá Tanara, tudo bom linda? É o Thomás. Lembra de mim?
- Oi, Thomás. - ri. - Nossa, tudo bem sim. E com você? Claro que lembro.
- Estou ótimo. Que bom que não me esqueceu! - riu. - E aí, pensou na proposta que seu namorado te fez? 
- Oi? Que proposta? 
- Como assim? Ele não te contou? 
- Contou o quê?
- Que eu a queria como a estrela da minha campanha, que seria a irmã dele. Pedi para ele te convencer, você é a pessoa ideal. 
- Sério? Nossa, eu nem sei o que dizer... - ri, sem graça. - Ele não me falou nada. 
- Mas já que você já sabe, você aceita? Olha, vai render um dinheiro muito bom e você realmente me encantou... Tenho certeza que não estou errando na pessoa. 
- Olha Thomás, eu não sei... Posso pensar?
- Claro que pode. Mas só pra você saber, sua cunhada estava louca para que eu fechasse contrato com ela, hein?! Mas fique a vontade. Por você eu espero!
- Muito obrigada, Thomás. Eu realmente preciso pensar.
- Então, eu preciso desligar. Espero que você pense com carinho. Gostei muito de você e seria perfeito. Um beijo, baixinha linda. 
- Tchau... - falei rindo e desliguei. 
Extasiada! Como assim? Ele resolveu trocar a Bruna por mim e pediu a ajuda do Luan? Por que ele não havia me contado? Bruna estava ansiosa pra isso... Será que ele ficou com raiva da escolha de Thomás e resolveu não me contar, para eu não fazer? Eu não acredito nisso! 
O celular tocou novamente e agora sim, era Luan Rafael. Já entendi e desci. Ele conversava algo com a minha mãe.
- Oi, amor. Você está linda, vamos? - falou carinhoso, se aproximando. 
- Eu queria te mostrar uma coisa lá no meu quarto, pode ser? Não vai atrasar a gente. 
- Claro. - assentiu e quando ia me dar um selinho, eu desviei. Sorri cínica e virei de costas, fazendo ele me  seguir.
Subimos até meu quarto calados e quando entramos, ele se sentou na cama.
- O que é que você queria me mostrar? - sorriu. Peguei a primeira coisa que eu vi, que era uma escova de cabelos.
- Isso aqui. - sorri, segurando-a.
- O que tem sua escova? - riu, desentendido. Joguei ela na sua direção, pegando fortemente no seu braço. Ele me olhou assustado.
- O que foi isso? Você tá louca?
- Não, estou totalmente normal! Só estou curiosa pra saber porque você me escondeu que o Thomás quer me colocar no lugar da Bruna! - falei mais alto e ele pareceu engolir seco. - Hein, Luan Rafael?
- Como você ficou sabendo disso?
- Ele me ligou, perguntando se eu já havia aceitado SUA proposta. Por que, Luan? Esconder isso de mim? - cruzei os braços, o encarando.
- A Bruna estava muito animada com isso, você sabe como ela sempre quis aparecer na mídia... Modelo, atriz, enfim! Seria um passo importante e de repente, ele resolve acabar com tudo e colocar você no lugar? - falou com a voz mais baixa.
- Eu não tive culpa, Luan. Eu não pedi isso a ele.
- Eu sei, amor. Eu sei.
- Mas é uma oportunidade incrível! Você tem noção? Não, você não tem noção! Você apenas pensou na sua irmã... "Se ela não for, você também não vai"? Me privar de algo tão bom?
- Eu não fiz isso.
- Ah, não?! Estava escondendo por que? Se o Thomás não me ligasse, passaria em branco e a sua irmã voltaria a ser a escolha dele. Não é?!
- Tatá... Eu não pensei assim... Eu só estava preparando o terreno.
- Preparando o terreno uma porra! Me privou sim! Só pensou nela! Mas não se preocupa, Luan. Agora eu vi o quanto você me apoia. - sorri cínica. - Muito obrigada, viu?! Mas fica tranquilo, a campanha era dela, Liga pra ele e fala que eu não aceitei. Vou conseguir as coisas com o meu esforço, não preciso de você e nem preciso tomar nada da sua irmã. Agora se quiser sair, eu agradeço.
- Tanara, para com isso... Você entendeu tudo errado!
- Sim, eu sempre entendo tudo errado. - sorri irônica.
- Vamos pro show e depois a gente conversa sobre isso... Pode ser?
- Não, não pode ser.
- Mas você queria tanto...
- Não quero mais. Eu quero que você vá embora, pode ser? Tchau, Luan Rafael. Tenho certeza que a Bruna vai ser uma ótima modelo, atriz... Porque ela merece e talvez tenha talento. Desejo boa sorte pra ela, de verdade. Agora sai daqui! - falei com raiva e ele saiu, sem insistir.

Que raiva! Que raiva! Logo ele, que eu sempre pensei que era um dos únicos que torcia pra mim... Mas não, pra não machucar a irmã, resolveu me privar, me esconder. Nem pensou que seria ótimo pra mim! Poxa, eu não tive culpa dele me escolher, mas seria maravilhoso, não seria? Por que ele não pensou assim? Por que ele não pensou em mim? Bati a porta com força e comecei a tirar a roupa. Estava com tanta raiva que até minha vontade de assistir o show ao seu lado, passou. Merda, merda e merda!

Luan's POV.

Cheguei de viagem, me arrumei e fui buscar minha namorada. Mas, tive uma bela surpresa. Ela acabara de descobrir a ideia de Thomás. Esse homem só atrapalha minha vida! Me acusou de ter escondido para privá-la do trabalho e para favorecer minha irmã. Merda. Agradeceu ironicamente e me expulsou do seu quarto. Agora, ela pensa que eu não pensei nela. Ela que sempre me apoiou em tudo, achar que eu não quis seu avanço, era muito doloroso pra mim. Ainda disse para eu não me preocupar, que ela não tomaria o lugar da minha irmã.

Jamais eu pensei assim. Só queria um tempo para dar a notícia para minha irmã, com medo até que elas se desentendesse.  Torço tanto por ela, que ela nem imagina. Mas agora, ela está chateada, com raiva de mim. Puta que pariu! Voltei pra casa e dei uma desculpa esfarrapada para minha mãe, que questionou o porquê de eu já estar voltando.

Tanara's POV.

Passei a noite pensando naquilo. Estava tão chateada. Não queria aceitar que meu Rafa havia feito aquilo comigo. Não mesmo. Domingo... Dia de acordar tarde... Ou não. Acordei com uma ligação de Cristina.
- Bom dia, Tatá! - falou animada.
- Bom dia. - respondi bocejando. - Alguém morreu?
- Não. - riu. - Por que?
- Você me ligando uma hora dessa...
- Ah, estava aqui no computador vendo uns capítulos da malhação que perdi, e resolvi te ligar. Carol arrasando...
- É, tô acompanhando. Quando você entra?
- Logo logo.
- Eu te conheço. Você não ligou a toa... Fala logo! - ri.
- Tem razão. É sobre o Marquinhos.
- Hum... Hum... Hum...
- Deixa de besteira! - riu. - Desde o dia que ficamos, a gente anda se falando...
- Eu sei.
- Então, a gente tava querendo se ver... Mas ele morando em Campo Grande e eu no Rio, não rola.
- Você quer minha ajuda?
- Aham. Tenho certeza que você e o Luan podem ajudar.
- Nem me fala em Luan hoje. Quero matar ele.
- Vocês brigando? Uau.
- É uma longa história...
- Eu tenho tempo, ok?! Pode começar. - falou mandona e eu assenti, rindo. Comecei a contar toda a história e ela, no final, como sempre, defendeu o Luan. Disse que ele só estava se preparando para dar a notícia pra irmã. Mesmo assim, não mudou minha concepção de tudo aquilo.
Desci para comer e vi que minha família toda tomava café. Me juntei a eles.
                                   
                                            •

Passei o dia em casa. Editando post's para o site, assistindo filmes, comendo besteiras, conversando com amigos e principalmente: pensando nele. Foi tão egoísta da sua parte. Ele que sempre me ajudou em tudo...

Estava já de pijama, assistindo o Domingão do Faustão, quando meu celular tocou. Era Larissa. Havia brigado com o Gabriel e me ligou, me chamando para uma balada. Gabriel com certeza não gostaria nada da ideia. Larissa era comprometida. E bom, eu também. Mas diferente de Gabriel, Luan não era ciumento ao ponto de se importar. E além do mais, estávamos brigados. Isso, estávamos brigado e o motivo foi culpa dele. Aceitei.

                                            •                             

- Ele te adorou, sabia?! Se você não namorasse, eu te pediria para fazê-lo gostar de mulher. - Larissa comentava. Um amigo seu, gay, nos acompanhava na tal balada. Realmente viemos. Alice tinha ficado com a avó materna.
- Ih, Lare. Acho que esse não tem jeito! - respondi venenosa e ela riu. - O Gabriel tá sabendo disso?
- Ele não precisa saber.
- A briga de vocês foi séria? - perguntei, bebendo um gole da minha bebida. Seria surpreende eu falar que estava na vodka? Com certeza me arrependeria depois.
- Foi. Muita. Se não fosse a Alice, eu tinha acabado com tudo na mesma hora.
- Mulher?
- Exatamente. Ele passou a noite bebendo, com amigos. - fez aspas com as mãos, na palavra "amigos". - Mas me disse que estava em casa.
- Sério?
- Sério. E depois, vi uma mensagem de uma piriguete, falando exatamente da noite de bebidas! Não tinha só essa piranha, mas sim várias. Jura que ele ficou só olhando? Não boto minha mão no fogo, Tatá. Homem é homem.
- E o que ele falou?
- Disse que os amigos estavam pegando elas, ele não.
- Lare, eu conheço o Gabriel. Ele te ama, deixa de bobeira. Com certeza ele não fez nada.
- Não boto minha mão no fogo, já disse. Mas e você e o gostoso? Ops, Luan. - brincou e eu revirei os olhos, rindo.
- O problema com o gostoso foi com mulher também.
- Sério?
- Mas, a mulher no caso é minha cunhada.
- O que tem a Bruna?
- Luan estava conversando com um empresário pra enfiar a Bruna em alguma coisa de moda, tevê... Eu, coincidentemente, conheci esse tal empresário num show e nós começamos a conversar. Muito gente boa. Luan até ficou com ciúmes.
- Sério?
- Aham, você precisava ver. Aí, parece que  ele gostou de mim e pediu pro Luan me convencer a fazer a campanha, porque não queria mais a Bruna e sim, eu.
- Mentira! - abriu a boca, surpreendida. - E aí?
- Aí, que, ele apenas me escondeu. Com certeza pra proteger o lugar da irmã. Thomás desistiria de mim e a Bruna voltaria para a sua preferência.
- O Luan fez isso? Não, claro que não.
- Fez sim.
- Mas Tatá, o apoio de vocês profissionalmente sempre foi recíproco. Eu sempre achei tão lindo.
- Pois é, mas ele fez isso. Eu nem julgo muito ele. É o sonho da irmã e ela é a pessoa mais importante pra ele. Por isso, eu não vou aceitar. Deixa ela fazer. Quando tiver que ser meu, vai ser. E não vai ser tomado da Bruna, por causa de Luan... Vai ser pelo meu esforço e com a ajuda de Deus. 
- Exatamente, amiga. Deixa isso pra lá! Vamos nos divertir. - levantou o copo e eu brindei, soltando um gritinho de animação. Aquilo não prestaria, eu estava sentindo. 

Luan's POV. 

Passei o dia pensando nas palavras que Tanara cuspiu para mim. Aquilo me deixou mal, bem mal. Procurava soluções para o meu vacilo, mas não vinha nenhuma. Pensei em falar com a Bruna logo, mas não precisava de outra discussão no mesmo final de semana. Pensei em ligar para o causador de discórdia, Thomás, e avisa-lo que quem faria a campanha era minha namorada, mas se eu não falasse com Bruna antes, seria trairagem. Merda. Mas não há nada que não possa piorar. Meus pais e Bruna haviam saído e eu estava sozinho em casa. Era um domingo à noite, eu também deveria ter saído, de preferência com ela. Enfim. Estava jogado na cama, coçando o saco e passando as fotos no Instagram, quando o meu eu foi atingido por uma curiosidade surreal. 

tataccioly Não mexa no meu silêncio, se não puder lidar com o meu barulho. 👠

Pra onde ela estava indo? Bufei triste, curtindo a porra da foto linda. A publicação já fazia tempo e logo, vi minha fãs comentando sobre outra foto, dela também. Entrei no user e me deparei com um IG de um homem. Mas sim, ela estava ali. Ela e Larissa. 

A legenda era "Donas da noite" e meu sangue ferveu. Quem era aquele? Por que ela havia saído com ele? Donas da noite? Então ele as admira assim? Eu estava tão estranho ultimamente. Ciúmes de uma foto, meu Deus. Eu não era assim. Não era mesmo. Mesmo com ela provocando meu ciúmes, eu não tinha. Agora, estou me roendo. Merda. Eu sou uma bosta com ciúmes. Minha vontade já é ligar, questionando, mas não posso parecer um doente. Mas eu sou. Mas ela não precisa saber. Ela odeia homens ciumentos, Luan. Segura sua onda! FODA-SE! O QUE ELA ACHA QUE É PRA SAIR PRA BALADA? Sozinha? Ela é comprometida, porra. Tá vendo?! Eu não sei me controlar. E quando  bloqueei o celular, realmente tentando me controlar... Chegou mensagens do Gabriel. O que ele queria? 

Tanara's POV. 

Música alta, pessoas bonitas... E eu tentava me enganar. Fingia me divertir e nem lembrar que tinha um namorado. Mas eu lembrava. E o problema, era: eu lembrava muito. Eu e a Larissa levamos cantadas o tempo todo e mesmo magoadas, não dávamos bola alegando sermos comprometidas. Graças a Deus, até agora, nenhum tinha sido abusado ao ponto de continuar insistindo mesmo depois de contarmos ou até mesmo, forçar a barra. Eu havia bebido. E continua bebendo. Mas ainda não me considerava bêbada. Nesse exato momento, tinha parado um pouco de dançar e acabara de começar outra bebida. Mas nem imaginava que aquele meu momento seria atrapalhado. Senti uma mão segurando forte meu braço, e prontamente virei, à procura do indivíduo que ousou a essa atitude.