Capítulo 81

- Tatá, você aceitaria casar comigo?
- Isso de novo? - ri e ele continuou sério. - Claro que eu aceitaria.
- Não, eu tô falando sério. Não brinca comigo.
- Mas eu não tô brincando, estou apenas respondendo sua pergunta.
- Casaria comigo? - sorriu e eu também.
- Claro. Quando tivermos um bom tempo de namoro, por que não? Não é assim que acontece? - ri novamente e ele entristeceu o olhar. Eu não estava entendendo.
- Por que esperar um bom tempo? Nos amamos, não é assim? Não tem certeza do que sente por mim?
- Amor, deixa de bobeira. Claro que eu tenho certeza do sinto por você! Eu te amo! Mas somos muito novos.
- Não tem idade pra isso. Meus pais se casaram e me tiverem novos, estão juntos até hoje.
- Ah Rafa, é diferente.
- Não é diferente. Você falou como se não quisesse...
- Mas agora eu não quero mesmo não.
- E você fala isso na minha cara?
- Oxe! Você também não quer, temos pensamentos iguais. E além do mais, eu não querer casar com você agora não significa que eu não te ame, não é?! Só nos acho muito novos. Eu completando 20 e você prestes a completar 24...
- Mas eu acho que o que importa é o amor. Eu te amo demais, o resto é resto.
- Tirou o dia pra falar isso? - o olhei encantada. - Meu amor. - cheirei sua barba. - Eu também te amo demais, mas pensa comigo... Imagine o que aconteceria! Suas fãs nos matariam, sua família nos matariam, minha família nos matariam...
- Minha família sabe que eu te amo, minhas fãs sempre souberam que uma hora isso ia acontecer e sua família... Bom, tirando minhas duas sogrinhas, também me matariam. Mas do seu lado eu enfrentava tudo.
- Tem razão, Rafa. Mas por que isso? Quer casar comigo, é?!
- Não, uai. Só tô falando...
- Poxa amor, me iludiu e agora fala isso? Chateada. - fiz bico e ele soltou aquela gargalhada gostosa.
- Falei porque sei que isso vai acontecer em uma hora e ninguém vai impedir. Ninguém.
- Como tem tanta certeza que uma hora isso vai acontecer? - o olhei sapeca. - E se nos separarmos antes disso?
- Não confia na gente?
- Confio. - sorri.
- Então! Vamos casar, escreve aí.
- Já pensou como seriam nossos filhos?
- Lindos. Porque eu sou gato e você é uma princesa.
- E você quer ter quantos?
- Quatro.
-Não era só três?
-Mudei de ideia.
- Nossa, amor. Pra quê tudo isso? Não, eu não vou parir isso tudo. - ri assustada.
- Por que não, muié? Vai ser bom demais, uai.
- Não é você que vai engordar e gritar de dor.
- Mas eu vou estar do seu lado.
- No máximo três, tá bom?
- Poxa, amor... Assim eu vou ter que ter um da minha amante.
- Ah, é?! - o olhei sorrindo irônica.
- É. - respondeu cínico e logo depois riu, vindo me beijar.
- Nunca vou te trair, sabia?
- Nisso nós combinamos. Traição é a pior coisa que existe. Se não quer, deixa.
- Exatamente.
- Você disse pra mim no começo de tudo que nunca tinha traído a Jade... - falei e ele logo soltou uma gargalhada. - Eu não acredito, Rafa! Você mentiu pra mim!
- Estávamos começando, pô. Além do mais, você tinha deixado bem claro que odiava isso... Então, como eu iria te ganhar falando que traía minha ex, quando você tinha acabado de ganhar um belo par de chifres?
- Ah, cretino. - o empurrei de leve e ele me abraçou, numa gargalhada profunda.

Ficamos namoramos por mais um tempo e logo ele avisou que teríamos que ir para a sua casa. Luan com suas teimosias, cismou que teria que ser o primeiro a entregar meu presente, mesmo quando podíamos passar a noite naquele paraíso. Nos arrumamos e voltamos, entre beijos.

- Eu adoro essa música, sabia?! - sorri, ao ouvir o que tocava no seu carro. Estava tocando Nostalgia - Thaeme e Thiago.
- Hum... E o que ocê não adora? - riu, beijando minha mão.
- Luan Santana, odeio. - fiz cara feia e ele gargalhou.
- Já tinha seu repertório na cabeça, agora você me confundiu...
- Ah, é?! E qual seria?
- Bruno e Marrone, Zezé di Camargo e Luciano, Eduardo Costa...
- Inclui aí Thaeme e Thiago! - fiz cara de convencida e ele riu, assentindo.
- Sempre que eu ouvir vou ter que lembrar da gente?
- Isso mesmo, amor. Sempre! - sorri, ouvindo outra música começar. - Sinto saudade do domingo lá em casa sem ter nada pra fazer... Sinto saudade de deixar você prestando o quinto vestibular... Eu fiquei nervosa, torcendo, rezando pra você passar. Eu sinto saudade da nossa primeira vez no parque de diversão, eu tava com medo de ir no brinquedo e você segurou minha mão... Sinto saudade do nosso cinema, da cena do beijo roubado... Do frio na barriga e a mão gelada sabendo que tava ao seu lado. Eu sinto saudade... - cantei, o olhando.
- Essa música é linda.
- Demais, sou apaixonada.
- Mas é muito triste, amor. Eu não quero sentir saudade de você.
- E não vai, bobo. - ri. - Sabe o que isso me lembrou?
- O quê?
- Nossas lunarisses! Falou de brinquedo e eu lembrei do seu medo, sabe?
- Ah, amor, já fizemos muitas coisas. Deixa o resto pra depois!
- Mas ainda falta muita coisa também!
- Depois falamos disso, tá, senhora velha?
- Por que você não vai se foder? - sorri falso e ele me imitou, pegando no meu queixo e nos fazendo fazer uma careta. Depois selamos nossos lábios, rindo.

                             •

- Amor, eu acho que vamos acordar sua família. - estávamos prestes a entrar na sua casa, que parecia silenciosa.
- Que nada, amor. Não vamos fazer barulho! - sorriu e eu dei de ombros, concordando. Pegou na minha mão e entrou primeiro. Estava tudo escuro e ao descer o degrauzinho que existia na entrada, ele acendeu a luz, me fazendo levar um susto. De repente todos os meus amigos estavam ali e gritaram um "SURPRESA!". Minhas amigas estavam ali, junto com o seu fiel amigo: Marquinhos. As amigas de Bruna também e claro, meus sogros. Vieram me abraçar e cada uma falava uma coisa mais linda que a outra, me deixando toda boba! Estava tudo cheio de balões, a decoração estava muito alegre e linda. Eles usavam uns chapeuzinhos de festa e eu achei a coisa mais fofa do mundo. Bruna, me agarrou e não queria mais soltar. Seu Amarildo, um fofo, falou coisas lindas e também me apertou num abraço, finalizando com um beijo na testa. Minha sogra, tia Zete, conseguiu superar a fofura do marido, sendo mais linda ainda. Falou que me tinha como uma filha, menina que ela gostava muito e queria que meu relacionamento com Luan chegasse ao altar, pois eu tinha uma boa índole, bom caráter, "menina boa" e que ele ama demais. Preciso dizer que eu fiquei sem graça? Claro, desejaram todas aquelas coisas clichês de aniversário.

- Aê Tatá veia! Vintão, já? - Maquinhos chegou afastando Luan e me puxando pra um abraço. Rafa olhou feio e ele nem ligou, simplesmente me apertou tanto que eu quase fiquei sem ar. - A amizade que eu criei com você foi uma das melhores coisas da minha vida e independente do que acontecer, sei lá, você sabe que namoros não duram pra sempre... Eu quero continuar sendo seu amigo, tá? Empata foda. - beijou meu rosto e me apertou de novo.
- Obrigada Marquinhos, vou continuar te perturbando, tá?! Nem se preocupe. - respondi sorrindo, com meu queixo preso no seu ombro. Ele não me soltava.
- Cê sabe que eu te amo, né?! Então... - falou sem graça e eu achei a coisa mais fofa do mundo. Me derreti.
- Own, meu gordinho gostoso, eu também te amo.
- Feliz aniversário, anãzinha. Muitas alegrias, bênçãos... Tudo de bom procê.
- Obrigada. - ri, ainda abraçada.
- E parabéns pela sua maravilhosa bunda, tá? Não conta pro boi que eu disse isso. - beijou meu rosto de novo e dessa vez, me soltou. Enquanto eu gargalhava.
- Não sei pra quê esses agarrados. - Luan falou emburrado, de braços cruzados.
- Cala a boca, Boi. Não deixa nem a gente ter um caso em paz! - Marquinhos falou fingindo seriedade.
- Incrível como o Luan realmente consegue ter ciúmes do Marquinhos com a Tatá! - Cris falou, zoando meu namorado. Ela também havia me abraçado forte.
- Vai dizer que você não tem? - Rafa alfinetou.
- Não...
- Amor, sou eu e o Marquinhos.
- Exatamente, é a Tata e o Marquinhos, Luan! Você é louco.
- Eu não tenho ciúmes dele, eu só brinco. - balançou os ombros, como uma criança.
- Tá bom, Boi. - Marquinhos zoou e eu abracei meu Rafa, rindo.
- E vocês dois? Já ficaram de bem? - perguntei.
- Já. Perdoei ele por ter feito aquela putaria junto com vocês dois. - Cristina sorriu cínica e eu e Rafa rimos. Com certeza ela se referia à farra de Balneário Camboriú.
- Exatamente, estamos ótimos. Tchau pra vocês. - pegou na mão de Cris e saiu, arrastando-a. Virei de frente pra Luan e ele me puxou para um beijo.

- Você gostou? - tirou uma mecha do meu cabelo da frente do meu rosto.
- Do quê?
- De tudo.
- Ainda pergunta? Foi você que armou, amor?
- Acho que sim, né?! - se gabou.
- Que namorado eficiente esse meu! Gostei de ver, continue assim.
- As meninas me ajudaram, eu só paguei.
- Ah, claro. - ri do seu jeito.
- Boatos que sua sogra vai fazer um almoço pra você...
- Eu ia pra casa cedo, né?! Mas tudo bem!
- Quem disse? Cê só vai embora depois de amanhã.
- Como se eu tivesse roupa, né Rafa? Claro que eu vou pra casa.
- Uai, se eu tô falando que não, é porque cê não vai.
- Tá bom. - concordei irônica e ele riu. - Falando nisso, eu vou vestir um short. Tô me sentindo uma velha com essa calça enquanto todo mundo tá de short.
- Tava demorando pra você querer pôr aqueles trem tudo curto. - fez bico.
- Ih... Quê isso? Nunca implicou com roupa, amor.
- Nunca impliquei porque o gosto é seu e você sabe se vestir, fica linda de todo jeito... Mas o lance aí de short, eu nunca gostei não. Cê adora andar nua. - entortou a boca e eu arregalei os olhos, rindo.
- Minhas roupas nem são tão curtas, amor.
- Magina!
- Eu sou baixinha, amor. Não posso usar roupa comprida.
- Quero nem ver nessa viagem...
- Vou andar só de biquíni. - joguei o meu cabelo e ele revirou os olhos. - Amor... - virei de costas e ele entrelaçou as mãos na minha cintura. - A Dani é feia, né?! - falei venenosa, observando Daniela Torres, dançar com a Bruna e as outras meninas. Luan simplesmente soltou uma gargalhada, me deixando desentendida.
- Cê é uma cobra, muié.
- Eu tô mentindo? - arqueei as sobrancelhas e ele observou.
- Cê foi até boazinha chamando de feia. - distilou o veneno e foi minha vez de rir.
- Ah, só eu sou cobra? Você é pior que eu, Luan.
- Que nada, Tatá. Eu nem reparo nessas coisas.
- Magina! Só põe apelidos carinhosos nas pessoas... - falei e ele riu de novo.
- Nós dois, duas cobras. Deu foi certo!
- Ainda bem, né?! Tá vendo a Ana? Ela é a fim de mim, sabia? - falou, se referindo à Ana Torres.
- Quem não sabe? Já até falamos disso.
- Tadinha...
- Deixa de horrível, Luan. Ela pode nem gostar, sabia?
- Mas eu sempre tive essa impressão.
- Pior que eu também. - rimos sincronizados. - Vamos tirar a limpo, amor?
- Como?
- Vai lá, tenta dar um beijo nela.
- Tá doida? Eu namoro com cê, sabe?!
- E daí, amor. Eu deixo! Vai lá.
- Cê tá zoando com a minha cara? - riu, desacreditado.
- Eu confio no meu taco, ué. Além do mais eu só deixo se for só um selinho!
- Você é louca.
- Vai, amor!
- Cê deixa mesmo? Olha que eu vou.
- Deixo, não falei? - balancei os ombros.
- Eu não tenho coragem não. - riu, passando a mão no cabelo.
- Não tem coragem de dar selinho em outra, ou não tem coragem de dar um selinho nela?
- Nela. Se fosse em uma gata, daria de boa. - falou provocativo e minha vontade foi lhe dar um belo tapa, mas entrei no seu jogo.
- Verdade, amor. Qualquer dia desses eu dou consentimento pra uma gata! Mas também quero que você me deixe beijar o Caio Castro. - falei firme e ele me mostrou o dedo do meio.
- Poxa amor, você nem pra ter um ciuminho de mim... Me entregar de bandeja pra Ana?
- Era pra ter? Ia ser só um selinho.
- Era, né?! - fez bico, emburrado. - Saudade do seu ciúme, saudade de quando você gostava de mim.
- Desculpa aí, atorzinho dramático. - ri. - Vem cá, me dá um beijo, coisa carente. - virei, pegando em seu rosto.
- Não. Vai lá com o Caio Castro. Já cantei com ele, se quiser eu arrumo vocês dois.
- Ah, eu quero. - fingi animação e ele fechou ainda mais a cara. Fui beija-lo e ele levantou o rosto. Como ele era bem mais alto que eu, ficou impossível me aproximar da sua boca. Fiquei na ponta dos pés, me estiquei... E nada.
- Ah, amor. Você não sabe brincar. - me soltei dele e chamei a Bruna, para me dar um short. Subimos juntas.

Ela me lembrou que eu sempre deixava shorts no quarto do irmão e bom, fomos conferir. Para nossa alegria, acabamos achando e ela desceu, após me dar outro abraço, toda animadinha. Vesti o short e decidi olhar meu celular. Sentei na cama do meu namorado e me assustei com o tanto de notificações que chegavam ao mesmo tempo! Meu WhatsApp travado, meu Instagram sem parar e meu Twitter, da mesma forma. Ousei abrir o Whats e meu Deus, estava ressurgindo gente de todo buraco para me dar parabéns. Priscila, era uma que mais tinha mensagem. Abri e vi que tinha um texto gigante e várias mensagens consecutivas, me pedindo pra aparecer e me perguntando o que estava acontecendo. Preciso falar que ela estava pensando em segundas intenções? Acabei me distraindo ali e nem percebi alguém adentrando no quarto.

- Posso saber com quem você veio falar, escondida? - escutei sua voz. Ele sentou, me encarando com um sorrisinho de lado.
- Hum... Bobo. - mostrei a conversa com a Priscila e ele riu, se aproximando.
- Seu celular tá travando?
- Demais. Única coisa que eu consegui ver foram as mensagens de Priscila. - ri, transparecendo surpresa.
- Vestiu o short que tanto queria? - encarou minha coxa.
- Tinha aqui nas suas coisas! - larguei o celular e me aproximei dele.
- Não olha as coisas que estão postando pra você não... Porque eu ainda não postei e queria que fosse o primeiro.
- Meu amor é filho da Xuxa?! - pus minhas mãos em sua face. Ele só riu, aproximando nossos rostos. Ficamos com as testas coladas e ele afundou as mãos em meu cabelo. Apenas nos olhando...
- Você é toda minha, sabia?!
- Eu sou?! Hum... - fiz charme e ele riu, alisando meu rosto.
- É sim. - falou entre dentes, selando nossos lábios e começando um beijo perfeito.
- Vamos descer? Minha mãe deve estar sentindo nossa falta. - sussurrou, enquanto nos abraçávamos.
- Vamos! Não quero que ela pense besteira. - levantei e ele me acompanhou. Me abraçou e fomos andando assim, até chegarmos na escada e eu ter outra surpresa. Estava um silêncio anormal, mas todos não estavam se divertindo? Com música alta? De repente, minha sogra apareceu segurando um bolo e o coro começou a cantar parabéns. Meu namorado, atrás de mim, também cantava e eu lhe empurrei de leve, o acusando de já saber de tudo. Terminamos de descer e eu me aproximei do bolo. Era lindo! Tinha um enorme “Hello Hello” e eu achei a coisa mais fofa do mundo. Terminaram de cantar tudo que se cantavam e logo começaram o "Com quem será..." Era meio infantil, o que nos fez soltar bastante gargalhadas.
- Vai depender se o Luan vai querer! - terminaram e meu namorado não demorou para se pronunciar.
- Eu quero, hein?! - falou alto e beijou meu rosto. Fui apagar a velinha e sem perceber, ela acabou sendo tirada após isso. Sorri, extasiada e só então senti minha cabeça ser empurrada contra o bolo. Ok, enfiaram minha cara dentro do bolo. Luan Rafael Domingos Santana. Havia me lambuzado toda, incluindo meu cabelo. Tentava tirar cobertura dos meus olhos, para poder enxergar, enquanto ouvia a gargalhada de todos. A mais alta, claro, era do meu namorado.

- Tá linda assim! - falou ainda rindo, tirando meu cabelo do meu rosto.
- Você vai ver, seu viado.
- Ver o quê? Cê toda sujinha assim? Hum... - tirou do meu rosto e colocou na boca, provando. Todos nos zoaram e minha sogra o repreendeu. Mesmo toda suja, eu tive que cortar os pedaços e dedicar para cada um ali. No primeiro pedaço, eu resolvi fazer uma brincadeira.

- Por todos esses motivos, por amar tanto esse cara... O primeiro pedaço vai para... - olhei Luan, que já estava certo que era ele.
- Marquinhos! - virei para nosso amigo, que estava surpreso e rindo da cara de Luan.
- Como assim, vei?! Pra ele não! - disse emburrado.
- Cê quer, amor?!
- Era pra ser pra mim, né?!- Cruzou os braços.
- Ah, então vai ser seu... Já que você faz toda questão. Quer?
- Quero, uai. - se aproximou, sorrindo.
- Então toma. - sorri cínica e enfiei o pedaço de bolo na sua cara. Ele me olhou desacreditado e eu ria, juntamente de todos. Bruna gravava tudo pro seu snap e nem preciso dizer que agora nós dois estávamos do mesmo jeito, né?! Melados e feios. Vergonha alheia! Mesmo assim, acabamos trocando um beijo com bastante bolo, que também foi gravado. Ele me abraçou e eu continuei, distribuindo os pedaços e justificativas.

 - Cê gostou, amor?! - estava sentada no colo do meu namorado e ele me olhava com ternura.
- Eu amei, Rafa. Você que armou tudo?
- Com a ajuda da minha mãe e da Pi. Suas amigas também deram algumas dicas...
- Aí que fofo, meu amor. Eu amei tudo! Obrigada, tá?!
- Não precisa agradecer por nada que eu fizer pra você. - me puxou pra um beijo e só então percebemos um flash sobre nós.
- Bruna! - falamos juntos. Ela estava registrando tudo é claro, amava nos pegar de surpresa, principalmente quando estávamos trocando carícias. Nos zoava muito, afirmando que todo apaixonado é idiota.

De repente, a música alta foi desligada e todos pararam de dançar. Agora, estávamos sentados em uma roda e meu amor, tinha um violão sobre as pernas... Todos faziam pedidos e ele falou que iria cantar uma pra aniversariante. Começou a dedilhar e eu, curiosa, o olhava sorrindo tentando desvendar que música era aquela...

Moça eu não sei falar

Coisas bonitas pra te conquistar

Eu tenho só uma viola, moça

Eu só sei cantar...

Moça eu não tenho dinheiro

Minha riqueza eu vou te contar

É o braço da viola, moça

Eu só sei cantar.

Moça, se você parar um pouco pra me ouvir

Em alguns minutos vai me descobrir

E enxergar o fundo do meu coração

Moça, eu já sei que o papo agora é só ficar

Mas eu tô querendo mesmo é me casar

Se me achar careta eu te peço perdão,

Mas eu quero é falar com os seus pais, pedir a sua mão

E se você aceitar o amor de um violeiro

O seu coração vai ser meu paradeiro

Eu e a viola e uma eterna canção

Moça, eu não tenho pressa pra te conquistar

O braço da violão vai me consolar

Até você abrir de vez o seu coração.

Terminou me olhando e eu estava toda derretida. Soltou um sorriso lindo, enquanto todos assobiavam e falavam coisas para nos irritar... Me aproximei e selei nossos lábios.

- Melação Lunara agora não, gente! Canta outra aí. - Ana falou toda debochada e Rafa retrucou.

Rafa cantou "Nosso amor é ouro" e "É o amor", do Zezé, ainda olhando para mim. Depois "Agarrada em mim", "Programa de fim de semana", "Sonho Louco"... E meu Deus, vários outros sucessos dos cantores que eu admirava, me deixando boba.

- Eu senti uma indireta nessas músicas, Tatá. Luan quer casamento, hein?! - Carol falou e eu neguei, prontamente.
- Claro que não! - ri. - Quem sabe quando tivermos 5 anos de namoro...
- Se você for menos lesada, vai perceber isso. Ele gosta de você de verdade! Olha isso tudo que ele armou, amiga.
- Ele é um príncipe.
- Tem certeza que ele quer continuar em namoro?
- Casamento não combina com a gente... Não consigo nem imaginar, Carol! - ria.
- Até a irmã dele também percebeu. Tem certeza que ele não quer?
- Vocês estão loucas! - revirei os olhos. Marquinhos me chamou e eu fui. Tocava um forró e bom... Toda boa cearense sabia dançar, não é mesmo?! Me empurraram a missão de ensinar meu namorado, o que era bastante engraçado.

- Pega na minha cintura, amor. - instruía e ele fazia. - Dá a mão aqui - falei e ele ainda um pouco perdido segurou minha mão.

- Como que dança? Se as pernas que era pra ser dela, foram pra ele? - Marquinhos falou, fazendo todos rirem. Eu não ficava tão baixa nele... Apesar de ter só 1,58. Tá, eu ficava bastante baixa nele. No ombro, sem salto. Por isso que eu não vivia sem salto! Mas qual é, não éramos os primeiros namorados com essa diferença... Era até fofo, não era?!
- Agora dois pra cá e dois pra lá! Vai amor... - olhei pro chão, tentando nos encaixar.
No começo ele tinha um pouco de dificuldade, mas logo começamos uma dança sincronizada. Era uma dança que envolvia muita pegada e muito "pele na pele". Quem disse que achávamos ruim? Por sempre rebolar nos palcos, ele tinha um remexido na cintura e claro, favorecia a dança. Prestes à música acabar, já estávamos numa sincronia sem igual. Uma dança gostosa, divertida e bastante carinhosa. Depois fomos incluindo outros passos como rodar.

-Ó, eu tô aprendendo.
-Não precisa ser tão devagar - ri dele quando voltei a me juntar ao seu corpo.
-Tem coisa que eu sei fazer melhor - me encarou mais sério, me girou mais rápido e me puxou forte, me beijando em seguida.

Depois disso voltamos a dançar, agora a gente ia com os pés pra trás e pra frente... Virei de costas e dançamos enquanto ele entrelaçava as mãos na minhas, me abraçando. Eu estava amando e ele com certeza adorou a novidade... Tinha um sorriso feliz sempre que nos olhávamos e eu também não segurava a gargalhada. Ele não perdia a oportunidade de me dar 'cheiros', trazendo o carinho que eu acabei de citar. Estava tocando seu amigo, Wesley Safadão, que eu particularmente amava. Paramos por cansaço e ele me tomou em um outro beijo. Marquinhos veio todo sapeca pro nosso lado e logo entendemos sua cara quando ele pediu para eu também ensiná-lo a dançar. Devido ao modo que se dançava aquele ritmo, o que vocês acham que meu namorado respondeu? Exatamente, um enorme não. Afirmou que não deixaria Marquinhos ficar se roçando em mim. Eu e Cristina soltamos uma gargalhada e pensando bem, ele tinha razão. A dança era realmente isso...

- Então vocês estavam se roçando, Luan?! - Cristina alfinetou.
- Nós estávamos dançando. E se roçar faz parte... E somos namorados, podemos nos roçar o quanto quisermos. Deixa de querer me infernizar e vai dançar com a Cris, Marquinhos. - respondeu e eles dois fizeram o que meu namorado sugeriu.

Bebemos um pouco de whisky e ele se admirou com a minha coragem. Ele mesmo odiando quando eu bebo, não falou nada. E logo retomamos a dança, voltando a nos roçar, como meu namorado prefere.

Luan's POV.

Tudo que eu armei para Tatá tinha dado mais que certo é bom, ela pareceu amar. Estava muito feliz. Detalhes a faziam feliz. Dançamos forró e eu adorei aquela experiência. Mas o ritmo da música mudou, agora o que predominava era o funk. Eu e minha namorada estávamos num lugar mais reservado e um pouco escuro. Eu estava sentado, conversando com Daniela, que não curtia muito dançar, como todas as outras pessoas faziam um pouco afastadas. Tatá estava sentada no meu colo, mexendo em meus cabelos e cantando baixinho todos os funks que tocavam.
Dani, se tocou que estava segurando vela e acabou saindo, um pouco sem graça. Começou a tocar “Menina Má” da Anitta e Tatá afirmou que amava aquela música e estava louca para dançar. Se posicionou na minha frente. Olhei para ela sorrindo que nem um idiota e ela começou a dançar de um jeito envolvente, sedutor. Ela dançava me olhando e eu sustentei o olhar. As vezes reservava entre seus olhos e o seu corpo. Mais em seu corpo, confesso. Ela rebolava freneticamente e aquilo estava mexendo com a minha cabeça, melhor dizendo: as duas cabeças. Eu estava ficando excitado e hesitava em tirar ela dali. Levar ela pro quarto era um ótima opção, mas perder aquela dança seria um desperdício. Parecia saber todos os passos da música, já que tudo que dançava combinava perfeitamente. Nas frases da música, muito sugestivas, ela se aproximava de mim e roçava nossas bocas, me dando a indireta.
- Agora eu vou me vingar, menina má... Vou provocar, vou descer, vou instigar.. - rebolou me fazendo me perder definitivamente no seu corpo. Eu não sabia nem onde estava! - Me pede um beijo, desejo... - aproximava nossas bocas. - Não vou beijar! - colocou o dedo na minha boca. - Pode sonhar, sou uma menina má. - pôs minhas mãos na sua cintura e fez aquele trem do quadradinho, bem rápido. O que aquela mulher tinha naquela cintura? Pelo amor de Deus. Bem molinha, com o espaço suficiente para eu encaixar minhas mãos ali... Apertei, lhe olhando com sorriso safado. Ela sem querer, conseguiu me provocar direitinho. Nunca a vi daquela forma... Dançando uma música sensual pra mim. E mesmo já sabendo que ela era, percebi que ela era mais gostosa e mais irresistível ainda. Não aguentando mais, levei minhas mãos para sua bunda e me levantei, rapidamente. Ela se assustou com aquela pegada e eu já estava com nossos corpos colados.
- O que foi isso?
- Você provocou, agora aguenta. - mordi seu pescoço.
- Eu não fiz nada. Eu gosto dessa música...
- Menina má, não é?! Eu senti a indireta.
- Claro que não tem a ver com você me chamar de menina, Rafa. - respondeu irônica e eu mordi seu pescoço forte, a fazendo gemer baixinho. - Ai, amor. Com carinho...
- Só porque é seu aniversário. - tomei seus lábios e a beijei com carinho, mesmo quase explodindo dentro das calças. Sem demora, a guiei para o quarto e os beijos que eu comecei com carinho, já tinham muito fogo...
Fui logo encostando Tanara na parede. Ela agora aguentaria as consequências.

- Você me deixa louco, Tanara. – falei entre nossos beijos e ela sorriu safada, levantando minha blusa.
- Tanara? - perguntou com uma voz bem sexy.
- Tanara! - sorri, puxando seu lábio inferior. Ao pronunciar seu nome, acabei lembrando do seu presente. Seria bem sacana da minha parte parar o que estávamos fazendo, mas era preciso. Me afastei dela já sem camisa e ela me fitou com um olhar matador. – O seu presente!
- Luan, agora não! - veio para cima de mim e eu a afastei.
- Por favor? É algo importante... – sorri, indo em direção a uma gaveta. Ela me olhava impaciente. Odiava quando eu a cortava. Peguei uma caixinha e a entreguei. – Abre! – ela abriu a caixa sorrindo de lado e ao ver o que era, ajeitou o sorriso.
- Eu não acredito que além daquela festa toda você ainda lembrou de um presente! E muito lindo por sinal. Obrigada! - disse boquiaberta.
- Ele vai ficar lindo em você! - Era um colar bem delicado e eu peguei, pedindo para por em seu pescoço. Carregava seu nome na frente, numa letra linda. Era todo de ouro e modéstia parte, eu tinha um ótimo gosto.- Depois você põe, meu amor. - riu, desacreditada.
- Eu amei demais, Rafa. Já posso por? Tem meu nome, nem eu sabia que meu nome era bonito assim... - falou Tanarisse e eu não controlei minha gargalhada.
- Seu nome é lindo e único, assim como você. Agora a gente pode guardar ele, sabe?! - o guardei na caixa, lhe olhando sugestivo. Ela negou, com um sorriso maroto nos lábios. O guardei por completo e eu nem precisei tomar iniciativa. Virei e ela já vinha em minha direção, começando a me beijar. Eu já estava excitado e não demorei para voltar a ficar mais duro que o normal. Aquela mulher mexia comigo de todas as formas.

Tanara’s POV

Depois do forró, começou a tocar a música “Menina Má” da Anitta e decidi provocá-lo. Que mal tinha? Parei em sua frente e ele me olhou sorrindo. Comecei a dançar e ele não tirou mais os olhos de mim. Seus olhos carregavam desejo e aquilo me incentivava a dançar e seduzir mais ainda. Pelo menos eu tentava. Nunca tinha feito isso! Rebolava de um jeito envolvente e confesso que não sabia que tinha aquele “rebolado”. Quando a música estava quase no fim ele se levantou, chegando perto de mim, me dando uma juntada. Começamos com um beijo carinhoso... Mas só começamos. Fomos para o seu quarto, na maior pegação e após tirar sua camisa e falarmos o meu nome, ele me cortou. Não entendi. Mas aquilo me trouxe uma imensa raiva. Queria matá-lo, para ser sincera. Logo ele se explicou e me entregou meu presente. Fiquei surpresa por ainda ter mais alguma coisa e feliz por dentro. Era um colar lindo e delicado. Tinha meu nome na frente e eu fiquei literalmente de queixo caído. Era de ouro, com certeza. Era muito lindo! Eu não tinha nem palavras para agradecê-lo... Mas tentei e ele parecia satisfeito, assim como eu. Meu namorado é o melhor do mundo, fala sério! Ele queria por em mim, mas eu não aguentaria mais. Eu queria ele. Eu precisava dele. Então, neguei e após guardar o meu presente, nós voltamos para os nossos beijos.


Não deu em outra, fizemos amor a noite toda, ou o resto da madrugada... Como preferirem. Melhor aniversário! Eu o amava demais e era recíproco. Eu sentia, eu via... Nosso amor era ouro, assim como meu presente, como a música que ele cantou... Eu cuidaria pra sempre. Por mais que as pessoas quisessem estragar, por mais que as coisas acontecessem... Ninguém me tiraria dele. Nem que fosse preciso eu lutar com unhas e dentes.

Ao acordarmos, eu recebi um lindo café da manhã na cama. Tinha tudo que eu gostava e como sempre, meu namorado foi um príncipe. Às vezes eu custava a acreditar que ele era de verdade, que eu não estava vivendo um conto de fadas.

Eu tinha que ir pra casa, era meu aniversário e minha mãe já ligara, cobrando minha presença. Rafa acabou levando eu e minhas amigas. Tinha que aproveitar meu aniversário ao lado da minha família e claro, arrumar minhas malas. Iríamos para o Caribe, bebê!

Nem preciso dizer que fui muito mimada, né?! Muitos abraços, muitos beijos e claro, muitos presentes. Minha vózinha ligou toda carinhosa e minha vontade foi chorar. Era meu segundo aniversario longe dela e era muito difícil pra mim conviver com essa distância entre a gente. Meu primo, meu tio... Meus outros primos que eu nem tinha tanto contato, meus tios... Amigos de Fortaleza, amigos da faculdade, amigos do blogger e claro, pessoas que eu conheci em eventos. Equipe de Luan também. Parei para ler todos os textos só de noite, ao lado do meu namorado. Comecei pelo WhatsApp e achei que nunca fosse acabar. Fiquei emocionada com algumas coisas que li e meu namorado riu de mim. Fui para o Instagram e comecei por alguns fã clubes de Rafa, fã clubes meus... Enfim! Terminei lendo o das minhas amigas e Rafa estava todo admirado com o texto que Naná havia feito. Amei todos e tentei responder à altura. Minha mãe havia postado também, mesmo sem gostar muito dessas coisas. Rimos dela e eu, que estava tão sensível naquele dia especial, fiquei toda boba. Mas ainda faltava um e talvez o mais importante pra mim. Ano passado, Rafa esqueceu meu aniversário. Me machucou de uma forma que eu não sei descrever... Mas durante nosso relacionamento, ele mudou. Com toda certeza do mundo nosso sentimento se fortificou e nesse ano, diferentemente, ele fez mais até do que deveria. Festa, presente, surpresa... Não precisava nem postar nada, sabe?! Mas me surpreendendo novamente, ele postou. Uma das coisas mais lindas das inúmeras coisas que eu já li, só hoje.


luansantana Entre tantas pessoas que conheço na vida, uma tem uma alegria tão contagiante que não existem palavras para quantificar ou qualificar. Aliás, ela é sinônimo de tudo o que lembra felicidade: olhos brilhantes, sorriso leve e largo, gargalhada espontânea, gestos e brincadeiras de quem está sempre de bem com a vida...E é bela, charmosa e encantadora. Falar de você faz bem pra alma... É fácil olhar para você e ver a pessoa que você é. A mulher que você vem se formando. A sua alegria, o seu carisma, o seu jeito de fazer as coisas. Encantadora é a palavra certa para você. Ninguém tem a forma de me tirar uma gargalhada como você... Eu só tenho que agradecer a Deus, por ter te colocado no meu caminho. Independentemente se você gosta ou não, eu repito: você é minha menina. Por mais que casemos, tivermos filhos... Você vai continuar sendo minha menina. Menina desastrada e dramática. Não poderia ter escolhido companheira melhor para passar a vida ao lado. Não, não... Desculpe-me; eu não escolhi nada. Tudo é Deus. Principalmente as coisas maravilhosas, como foi o nosso encontro. Pessoas se enganam, namoros acabam em menos de um mês... Eu sei, acontece. Mas eu tenho certeza que não estou me precipitando em afirmar isso. Por mais que sejamos novos, nosso sentimento é tão lindo que merece ser tratado como algo real, algo maduro, algo firme... Eu tenho certeza que mais do que minha menina, eu vou te fazer ser minha mulher. Obrigada por me deixar dividir esses dois anos ao seu lado. Eu te amo demais, minha Pikitinha. Que Deus te abençoe sempre, tudo de bom pra você. Feliz aniversário! ❤️

Agora eu vou me vingar, menina má (8 Vai Luan, chama ela de menina de novo... Só amor, né gente?! Era pra ter outros acontecimentos, tipo assim, uma certa viagem para o Caribe... Mas relaxem, ficaria grande demais e chato de ler, então deixei pro 82. Mas essa parte já está pronta! E aí, gostaram da surpresa? Quem quer um Luan? Perceberam algo no que eles falavam? Parecia algo? Eu não sei de nada... Só queria dizer que To nostálgica e bem chorosa ao terminar de escrever o 82. Beijos!!!! • PERDOEM A DEMORA