quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Agradecimentos

 

“Tem coisa que não volta, por mais que a gente queira. Você pode até tentar voltar o disco, repetir a música, insistir na letra, cantar o mesmo refrão por mil e um minutos, fechar os olhos. Tem sentimento que não volta. Mesmo que você se esforce, recorde, tente voltar a página, refrescar o coração. Alguns sentimentos são bem pontuais: chegam, esperam pra ver se devem ficar e decidem partir ou continuar. -
Tati Bernardi” 

Como vocês já perceberam, o capítulo 100 foi o último capítulo dessa fanfic que eu tanto amei escrever. Já fui apedrejada, xingada e odiada. Eu sei, eu sei. Vocês nunca esperam um final triste, não é?! A vida já é muito difícil pra gente incluir dificuldades e sofrimentos em algo que podemos fazer um final feliz, algo que queremos ler para nos dar esperanças, ou simplesmente para nos distrair com a ilusão de que no final, tudo vai ficar bem. Vai ser um final feliz! Não é assim? 

Eu vou contar um pouco de como eu comecei a escrever. A primeira fanfic que eu li foi da Giovanna Simon (vocês logicamente conhecem), foi a "O vento me trouxe até você". Nossa, eu fiquei apaixonada! Não saía da frente do computador, tentando descobrir quem é ela, aquela menina que escreve tão bem. E então cismei: preciso de um negócio desse com o meu nome. Fui atrás dela e pedi: FAZ UMA FANFIC COM MEU NOME? Era tão boba, mas aquilo era muito encanto pra mim, algo nunca visto. Me acharia com ela escrevendo com o meu nome! Hahahaha Só que ela não respondeu, não lembro. E eu, agoniada, criei um blog. Na doida! Que nome eu dou pra essa fanfic? Não sei nem o que eu vou escrever, abordar, não sei. Eu tinha assistido um filme: PS: Eu te amo. E como era com o Luan, encaixei o "Eu te vivo". Pronto! PS.: Eu te vivo estava pronta. Só que isso foi em julho de 2013 e eu comecei a escrever sem saber o que colocar no capítulo seguinte, errando palavras, sem uma noção. A Nah Cardoso já estava incluída, sabia? Tenho certeza que algumas de vocês me acompanham desde esse tempo. E mesmo com aquela merda toda escrita, (era uma merda, gente) eu conquistei leitoras. Se eu for falar aqui, meu Deus, vai ficar mais longo que o capítulo 100 e eu não quero isso! Acreditem se quiser, passei 1 ano e meio escrevendo e demorava tanto, que só tinha 70 capítulos. JURO! Vocês reclamavam da minha demora nessa à toa, hein?! Só que um dia eu decidi apagar tudo. Apaguei blog! Estava lendo outras fanfics e estava apaixonada por elas, o que me fazia compará-las com a minha. Uma humilhação! Nossa, não, não e não. Pedi ajuda à uma amiga e colei todos os 70 capítulos nas minhas notas. Se caso eu me arrependesse, estariam lá, certo? Larissa era só mais uma leitora e  foi uma das leitoras que mais me xingou. Para algumas, mesmo sendo ruim, era a primeira fanfic que liam e por isso se tornava especial. Só que para acalma-las, eu resolvi recomeçar. Isso, recomeçar ajeitando os erros! POR ISSO O NOME DA MINHA PROTAGONISTA TEM O MEU NOME, gente. Elas não deixaram eu mudar/tirar nenhum personagem. Enfim. Criei esse blog, ajeitei tudo isso e escrevi uma batida de carro, escrevendo bem melhor (diante a antiga...) Sei lá, não sabia o porquê daquilo também. Aí a Larissa entrou! Muitas não sabem, mas a Larissa é minha co-escritora. Ela não escreve, mas dá ideias, discutimos e muitas vezes brigamos para chegar em um consenso. A Larissa para piorar é luade e eu, bom, como perceberam, não gosto da linda Jadelina. Pelas coisas que eu sei, como eu transcrevia usando a Priscila. Resolvemos mudar e começamos a planejar tudo que iria acontecer, bem antes. Tudo isso já estava planejado há meses, gente. Tudo era muito bem pensado pela gente, e modéstia parte, mais por mim. Mas as coisas que marcaram a fanfic não foi planejado perfeitamente. Os apelidos, a Priscila... Mas às vezes o que não é combinado dá mais certo, não é?! Sobre as montagens: FICO MUITO FELIZ EM TER SIDO A PRIMEIRA A USAR ISSO EM FANFICS. Nenhuma fanfic que eu lia tinha "protagonista fixa" e muito menos "montagem". Vi uma montagem do Luan com uma menina e fiquei: SERIA TÃO PERFEITO SE DESSE PRA FAZER COM A NAH. Eu SHIPPO muito eles, gente. Sou trouxa! Enfim, eu baixei aplicativo e fiz algumas. Aquilo tava ficando uma merda e adivinha? Eu postei mesmo estando merda! UHU! Lembram das primeiras? Eram bem mal feitas... Mas aí eu vi uma no Instagram e fui atrás da menina. Ari, só sei o apelido (olha como eu sou cara de pau) do nada pedi para ela fazer uma pra mim e ela arrasava nisso. NOSSA SENHORA MENINA! Vamos conversar! Ela fez mais umas três ou quatro e eu guardei, já incluindo nos planos da fanfic. Só que eu não sosseguei com essas, fui atrás de fazer mais e mais. Queria caprichar, não queria mal feitas como as primeiras que postei. E nisso, acabou dando certo. Design com personagem também! Eu acho que fui a primeira a usar e hoje em dia, todas usam. Fico muito orgulhosa, sério mesmo! De certo modo, com o meu casal, ter contribuído para o mundo das fanfics. Apesar de várias usarem montagens agora, eu não posso deixar de citar um gesto lindo: o da Bianca, que escreve "O Destino." Ela veio me comunicar que iria usar, que tinha achado minha ideia legal, perguntou até se eu me importava. Claro que não! Não sou ninguém para impedir alguém de usar algo na sua fanfic, mas como a primeira a usar isso, eu achei o gesto dela bem fofo! Você arrasa, Bia! Sou sua fã! Mas, eu também recebi muitas montagens de leitoras. Como as da Beatriz Lima, a da Micaella Pires, Eduarda Neves, Bia Evelyn... Obrigada meninas! Que bom que embarcaram nessa comigo.

Mudando de assunto, eu queria citar outras pessoas. Eu não vou lembrar de todas, mas enfim: a Dessa! Nossa, a Dessa! Comecei até a chamá-la de minha assistente, ela se tornou fã da Nah por minha causa e era ela que me mandava todas as fotos da "Tatá" para usar aqui na fanfic. Obrigada viu? Por aguentar minhas perturbações! Mas não era só ela que ajudava. Fiquei sem internet em casa e a Giovanna (até então minha ídola que não me respondeu) passou a ser minha leitora e passou a postar pra mim. Eu era tão chata que ainda dava recomendações, obrigada viu Gi? Obrigada meixxxxmo. (E sim, ela atendeu meu pedido e fez uma fanfic com meu nome! Aê, Brasil!) Vocês são as melhores! Sério! A Camila Amorim, quando descobriu que a Nah iria para Recife, veio falar comigo. Gente, tão fofa! Falando que ia tentar vídeo pra mim, pra fic, iria atrás dela... Um amor! Fiquei encantada! E SIM, A NAH SOUBE DA FIC! AÊ! Natalia e Luan, o casal quase lá. Sempre frequentam os mesmos lugares, veem as mesmas pessoas, MAS NÃO SAI A PORRA DA FOTO! Frustrei ): Mila falou da fanfic e ela ficou surpresa, com aquele jeito paz e amor dela assumiu que não sabia o que era fanfic mas disse: QUE AMOR. Toda encantada! Bom, agora que a fanfic terminou, talvez saia fotos desses chatos. A Laixxxxxx Morais, também! Vai ver a Nah e vai tentar vídeozinho. Eu piro j gente? Vocês são as mais fofas do mundo! É muita gente pra agradecer, não dá! Até colocar créditos pra mim, colocaram, na curiosidade do 100. Ana Roberta sua linda, obrigada! Mas enfim, eu sou uma pessoa de pequenos gestos. E acreditem, cada comentário, cada mensagem no WhatsApp, cada ideia dada... Vocês são demais! Com certeza retribuíram o carinho e o envolvimento que eu tive com essa fanfic. Ahhhhh, mais uma coisa: obrigada também pela defesa quando algumas vieram criticar, o término dos dois no capítulo 83. Confiaram em mim e defenderam! 

Luan e Tatá, ou "lunara", foram um casal que se amaram apesar de tudo. Mas infelizmente os erros cometidos não foram capazes de fazê-los tentar de novo, recomeçar. Foram erros fatais para que eles se afastassem. Bom, vocês devem ter entendido os argumentos dela. Eu sei, entender sim, aceitar jamais. Vocês sempre vão querer um final clichê dos dois felizes por simplesmente ser uma fanfic e ter essa alternativa. Eu também sempre espero, no lugar de vocês, eu estaria "me" xingando bem mais. {Mirela sua louca, para de mandar áudio me chamando de vadia!}

A fanfic toda foi baseada em fatos reais e eu espero ter conseguido levar vocês pro mundinho delicioso da ficção. Pra vida desses dois, personagens fictícios que sempre se tornam pessoas reais e ganham nosso carinho. 

Encerramos a fanfic aqui com 327.828 visualizações e cerca de 2172 comentários, em apenas 100 capítulos. Até agora, não é?! Nunca imaginei tantos números, saio daqui muito feliz! De verdade! Não vou apagar o blog, para quem gostar, vir sempre aqui matar a saudade. Não esqueçam desses dois nunca, viu?! Foi uma história bonita, pelo menos eu acho. E bom, pelos comentários que vocês deixam, foram cativadas por lunara também. A fanfic não me dá nada, mas me trouxe amigas! Algo que valeu a pena. Se eu decepcionei alguém, peço desculpas. Por qualquer coisa! Desculpa pelas demoras e por trazer esse final triste pro nosso casal. Muito obrigada! Quem sabe com um tempo eu pense em escrever outra história? Se pudessem deixar algo escrito aqui nos comentários pra mim, eu ficaria bem feliz, já que fui bem sincera com vocês nesse texto! Amei ter vocês comigo durante esse 1 ano! Amo real vocês! Um enorme beijo, até mais! 



Tanara Muniz

Capítulo 100 - Por te amar demais...

Tanara's POV.

Estava em um maravilhoso sono, estava até sonhando com o enredo dos filmes que eu assisti, quando escutei o barulho da campainha. Parecia estar longe, abafado, então eu ignorei e me aconcheguei mais na cama. Mas, em seguida, o barulho mudou, agora era o toque de chamada do meu celular. Mas que merda! Deve estar de madrugada, quem está me ligando numa hora dessas? Bufei, esticando minha mão para pega-lo. ROBER. Rober? O quê o Rober queria? Gelei. 

- Rober? - perguntei receosa.
- Oi, Tatá. Desculpa atrapalhar seu sono, desculpa mesmo. Mas é que... Eu tô em frente à sua casa.
- Aqui? Por quê? - sentei na cama. 
- O Luan quis vir, ele está tocando a campainha como um louco e... Vem aqui pelo menos pra mandar ele embora, Tatá. Ele precisa descansar pro show e disse que não sai até você aparecer. 
- Quê? - disse boquiaberta. - Isso não é uma brincadeira de mau gosto, não é?!
- Eu estou falando sério, Tatá. Me ajuda aqui! 
- Tá, tá... Eu vou descer. Fica calmo! - disse e desliguei. O que aquele louco queria? Olhei as horas no meu celular, já se passava das três da manhã. Amarrei meu cabelo num coque frouxo e coloquei um hobby por cima do meu vestido pequeno. Desci quase correndo, curiosa com a sua vinda ali. Talvez um pouco nervosa também. Peguei a chave e percebi que chovia. Estava fazendo muito frio. Abri, receosa com o que eu iria ver e quase caí pra trás. Luan estava ali, debaixo de chuva, completamente molhado.

- Luan! - arregalei meus olhos. - Você é louco?
- Tatá, como é bom te ver. - sorriu. 
- Você vai adoecer! Meu Deus! - fiquei sem reação. Ele precisava sair daquela chuva... Mas, o quê eu ia fazer? Olhei em volta e nesse curto tempo, ele já estava com uma mochila nas mãos.
- A gente precisa conversar. - falou com uma expressão de menino pidão. Abraçava a mochila e eu olhava pra ele, sem ação. Estiquei minha visão até a van, vendo Roberval.
- Vamos embora, cara! Olha a chuva que tu tá pegando! - Rober o repreendeu e ele ignorou. 
- Vai embora você, cara. Eu só vou sair daqui quando eu fizer o que eu vim fazer! 
- Sai dessa chuva, seu louco! - peguei no seu braço e o puxei para dentro. Roberval me lançou um olhar confuso e eu correspondi com o mesmo olhar. Eu não sabia o que fazer! Luan ficou me encarando, enquanto fazia sinais com a mão para van. Um "sai fora"? Logo Roberval fechou a porta da van, com uma expressão de desistência. Fechei a porta de casa e tranquei. 
- Qual o seu problema? - cruzei os braços, o encarando.
- Você. A gente precisa conversar! 
- Não temos nada para conversar. 

Andei até a outra porta e abri, acendendo as luzes da sala logo em seguida. Ele me seguiu e entrou, colocando a mochila em cima do sofá. Estava todo molhado e me deu até pena. 
- Vou pegar um toalha pra você. - fiz menção de andar e ele segurou meu braço. Sua mão estava tão gelada! 
- Espera... - nossos olhares se cruzaram e a frieza da sua mão estava me dando choques. Talvez não a frieza, mas sim aquela troca de olhares. Fazia tanto tempo que não nos víamos. 

- Me perdoa. - seu olhar penetrante me causou arrepios e logo tratei de soltar meu braço da sua mão. 
- Por que isso agora? Você estava bem sem pedir perdão. 
- Eu descobri tudo.
- Ah, descobriu? Que bom, seria uma pena se fosse tarde demais. - ia andar e novamente ele segurou meu braço.
- Não é tarde demais. Nunca é tarde demais. 
- Sua namoradinha sabe que você tá aqui? Me incomodando? 
- Eu vou te explicar tudo.
- Eu não quero ouvir nada.
- Eu tava com raiva de você, Tatá! Me entende, por favor. 
- Não dá, desculpa. Você é muito complexo. Não sou capaz. - me soltei e fui pegar a toalha. O entreguei e ele continuava me olhando calado. Eu já estava ficando sem graça, mas não tinha o que fazer. 
- Vai embora, Luan.
- Como eu vou embora se a van já foi? Não me crucifica, Tatá. Deixa eu me explicar, eu tenho esse direito.
- Agora é Tatá? Porque antes era falsa, fingida... Traíra! Eu já cansei dessa história, Luan. A gente já deu o que tinha que dar! Eu tô tão bem sem você. - suspirei. 
- Mas eu não tô.
- Tá sim, tá benzão. - sorri irônica. 
- A Bruna não me contou a verdade. Ela nem tentou, ela não me falou nada. Ela... - falou baixo, abaixando a cabeça. 
- Como não? 
- A Bruna foi falsa com você. 
- Você não vai limpar a sua barra, sujando a da sua irmã. 
- Eu tô falando sério! Ela falava pra eu te esquecer, que você era interesseira... Que eu mereci o chifre.
- NÃO TEVE CHIFRE, CARALHO! - esbravejei. 
- MAS ELA FALAVA ISSO! 
- Luan, na boa, me deixa em paz. Vai viver sua vida!
- Eu preciso do seu perdão. 
- Você não acha que já me machucou o suficiente? Lembra do que fez comigo no carnaval? Eu fui cheia de boas intenções.
- Eu estava cego de raiva! - se aproximou de mim.
- Pensei que conversaríamos...
- Eu estava sofrendo! - se aproximou ainda mais. Frente a frente comigo, toda minha mágoa aflorou. - Você me usou! - o encarei, com raiva da sua atitude tão canalha. 
- Me tratou como se eu fosse uma... - senti uma raiva me atingir. Uma raiva tão imensa, algo que nunca senti, nem  no dia que isso havia acontecido. - Prostituta! - terminei a frase. E por um impulso incontrolável, minha mão havia acertado em cheio sua face. Só acreditei quando o vi com a mão no rosto, enquanto a minha abaixava devagar e meus olhos continuavam arregalados. A fechei e abri minha boca algumas vezes, tentando pronunciar algo, em vão. O que eu fiz, meu Deus? Ele alisava e eu podia ver o lugar já vermelho. Me afastei, com medo da sua reação.
- Luan... - tentei me explicar. Mas nem eu sabia o porquê daquele ato. 
- Você me bateu, Tanara. - me olhou sério, enquanto ainda alisava o seu rosto, com certeza ardendo. 
- Desculpa, eu fiz sem pensar... - disse arrependida. 
- Nunca ninguém tocou em mim, Tanara. Quem você acha que é?! - falou bravo e eu me assustei. 
- Vai embora Luan, isso não vai nos levar a nada. - bufou, se aproximado de mim e pegando meus dois braços. Estava vermelho mesmo, oh droga. Agora ele me espancaria. Claro que ele me espancaria! Nenhum homem gosta de receber tapa na cara e digamos que eu criei uma força que não tinha. Apertou meus braços e eu fiquei com mais medo ainda (qual é, vocês já viram o tamanho do Luan? E aqueles braços? Luan brigando com alguém eu dispensaria ver). Além do mais quando esse alguém sou eu, quando essa briga é injusta e quando eu sou uma pobre garota fraca. Garota não, mulher. Se eu frisar isso, será que ele esquece e me larga? Ele não seria covarde à esse ponto, não é?!
- Estou brincando, medrosa. - sorriu cínico, afrouxando meus braços.
- Idiota. - me soltei irritada. Transpareci medo, algo que não era viável naquele momento.
- Doeu. 
- Você mereceu.
- Não sabia que você se vingava assim. Violenta hein, baixinha?
- Por que você não vai à merda? 
- Eu prefiro ficar aqui esperando seu pedido de desculpas e, um beijo pra sarar. 
- Pede pra Jade. - desviei dele, o que foi em vão, já que ele impediu minha passagem.
- Você tá cometendo o mesmo erro que eu cometi com você. Não querer escutar, não dar chances pra explicações. Eu tenho meus argumentos! Não fui um canalha à toa. - pareceu estar sendo sincero e eu analisei sua sugestão. Realmente, eu estava fazendo a mesma coisa que ele fez comigo e sei como era ruim. Não quero errar como ele, eu tenho que me mostrar diferente. Superior! Certo?
- Tudo bem, Luan. - suspirei. - Espero que você seja rápido. - o olhei rapidamente e fui para o sofá, sentando e esperando que ele começasse.
Ele se sentou do meu lado e passou a me olhar, enquanto eu fazia de tudo para não correspondê-lo. 
- Eu errei, eu sei. Eu fui um idiota, imbecil... Mas sou um imbecil que te ama tanto, Tatá. - ouvi seu suspiro. Ele não vai me ganhar com essa declaração barata! - A Flávia ligou pra contar, a Bruna ficava me chamando de corno... Eu estava surdo, você não me traiu, mas eu achava isso. É muito difícil. Feriu meu orgulho. 
- Custava me ouvir? 
- Eu te perguntei se era verdade, Tatá. Você chorou... Pra mim foi como uma acusação. Eu nunca sofri assim por mulher nenhuma! Imaginar você e o Erick. Imaginar vocês dois nas minhas costas...
- Não existe eu e o Erick, não existe Erick, Luan. 
- Agora eu sei, mas só agora eu pude abrir meus olhos. - saiu do sofá, se ajoelhando na minha frente. Meu coração deu um solavanco. Apoiou as mãos nas minhas coxas e tornou a falar. - Me perdoa. Mas eu fiz tudo isso por desespero. - falava baixo, parecia mesmo arrependido. Merda! Para, Tanara. Ele errou muito feio com você, não pode perdoa-lo assim. Não olha pra ele, não olha. Aqueles olhos vesgos poderiam ser fatais. 
- Você não queria sair de mim, eu queria te machucar a todo custo. Só pra você sentir o que eu estava sentindo. Foi por desespero! Olha pra mim, Tatá. Acredita em mim! - foi atrás da minha mão e a alisou. Então eu o olhei, fingindo frieza. - Eu briguei com o Marquinhos, com o Rober, até com os meus pais. Eu vou enlouquecer, Tatá. Volta pra mim.
- Me humilhar, sair pegando todas... Pegar a Flávia, Luan! A Flávia! - falei e o vi entortar o nariz. - Nada disso doeu tanto como a sua volta com a Jade. Você tem noção? O quanto falaram mal de mim? O quanto eu fui taxada de trouxa? 
- Ninguém tem nada a ver com isso! Mas eu assumo meu erro. Foi um erro grave!
- Foi! E você já tinha errado demais pra cometer mais esse com essa gravidade. - tentei levantar e ele pôs força nas minhas coxas, me mantendo ali. 
- Eu sou humano, eu erro. Eu fiz isso por ciúmes, só pra te causar ciúmes. Eu fui um moleque, eu sei. Mas me entende...
- Não, não dá pra te entender! Voltar com a Jade? Sua ex? É como se eu voltasse com o Erick.
- Foi assim que eu me senti! Foi isso que eu imaginei, eu só queria te fazer sentir a mesma coisa. Mas eu descobri tudo, e estou aqui, esquecendo meu orgulho, te implorando o perdão... Me perdoa? - pediu e seus olhos encheram-se de lágrimas. Luan chorando era demais pra mim. Elas escorreram pelo seu rosto e eu limpei-as, alisando onde eu havia machucado. Ele fechou os olhos, sentindo o toque da minha mão. Me senti frágil naquele momento.

- Vem tomar banho, você tá todo molhado. - Levantei, estendendo a mão para ajudá-lo a levantar. Ele aceitou minha ajuda. Segurou na minha mão e levantou. Pegou a mochila e eu subi as escadas, percebendo-o me seguir. O levei para o meu quarto e ele se surpreendeu, já que fez uma cara de surpresa. Mas também não disse nada. Era melhor assim! Também não sabia por que trazê-lo para o meu quarto, quando tinha outros banheiros pela casa. Lhe avisei que ali tinha tudo que ele precisaria e perguntei se ele havia trago outra roupa, tendo um sim como resposta. Enquanto ele tomava banho, eu fui preparar algo quente para ele beber. Café não! Ele precisava dormir. Chocolate quente? É, era uma boa ideia. Eu o vi tão sincero, tão arrependido, tão humilde, tão triste, tão mal... Que me deu vontade de cuida-lo. Luan sempre cuidou de mim, talvez agora seja a minha vez de retribuir. Mas por outro lado, eu lembrava do que ele havia feito e lembrava das minhas noites de choro, da minha mágoa e do meu sofrimento. Não poderia perdoa-lo tão fácil. Estava definitivamente numa enrascada. Merda. 

Preparei o chocolate e levei. Quando entrei no quarto ele estava só de bermuda, guardando as coisas. Será que ele tinha preparado aquela mochila certo que dormiria aqui? Será que ele imaginou que eu cederia tão fácil? Eu não cederia. Pelo menos não tão fácil. Tanara, não seja burra. Nada de coração mole agora! O ofereci o chocolate e ele aceitou. Pegou muita chuva, lhe faria bem. 

- Tem algum problema, eu ficar assim? - perguntou, bebendo o chocolate sentado em um dos meus novos puf's. 
- Assim como? 
- Sem camisa?
- Claro que não. - respondi e ele deu de ombros. 
- Cadê sua avó? 
- Viajou. 
- Então você tá sozinha? 
- Sim. 
- Não é perigoso?
- Acho que não. - foi minha vez de dar de ombros. 
- Seu quarto ficou lindo.
- Obrigada. - sorri de lado. E depois daí o silêncio reinou. Meu estômago revirava, estava totalmente sem graça. Não falávamos nada. Eu o olhava, e quando ele ia me olhar, eu desviava. E assim ia revezando. Ele terminou de beber e levantou, pegando o celular na mochila.
- Vou ligar pro Rober, pra vir me buscar. Não precisa se preocupar! - sorriu sem mostrar os dentes e começou a mexer no celular. Ele estava tão lindo de cabelos molhados e sem camisa. Esse é o momento, Tanara. Enchi meu pulmão de ar e me pronunciei:
- Luan, dorme aqui. Já são quatro da manhã, o Rober já parecia estar irritado com você e bom, eu acho que ele está dormindo. 
- Mas ele é meu funcionário, não tem que se irritar. 
- Você é um metido! Só porque é seu funcionário tem que aguentar seus abusos? - me aproximei. - Dorme aqui, é bom que eu não durmo sozinha. - puxei seu celular e ele me olhou com uma expressão duvidosa. Aí meu Deus! 
- Cê tá falando sério?
- Tô. Mas se você quiser, claro... Senão, pode ligar pro Rober. - devolvi o celular, sorrindo amarelo.
- Pode ser, eu durmo aqui com você. Não vou deixar uma menina dormindo sozinha nessa casa enorme.
- Eu não sou menina. - ri fraco. - Mas que bom que você vai ficar pra me proteger. Uma ótima proteção.
- Tô acostumado a cuidar de você. - semi-cerrei meus olhos nele e ele sorriu sem graça, levantando os braços em rendição. 
- Vou arrumar o quarto de hóspedes pra você. 
- Certo. - concordou e eu saí. Ajeitei bem bonitinho, ficou tudo arrumadinho e preparado. Quando voltei, vi algo que me deixou desentendida. Luan procurava algo nas minhas coisas. Mas o quê?
- Luan? - chamei, o assustando. 
- Oi. - virou, tentando disfarçar. 
- O quê você tá procurando? 
- Nossa foto, de 2010.
- Eu te dei uma. - olhei desconfiada.
- Eu rasguei. 
- Você rasgou a nossa foto?
- Foi na hora da raiva, desculpa. Tentei colar e não consegui. Me dá a sua? - que descarado! 
- Não. 
- Morre de amores por essa foto nossa, não é?! - sorriu convencido.
- Não! Aliás, se você quer tanto assim, pode ficar. - dei de ombros.
- Eu quero. 
- Amanhã eu te dou. Já arrumei o quarto pra você...
- Então eu já vou, boa noite. - se despediu, indo até a porta em seguida. 
- Luan! - o chamei novamente. Merda, Tanara. Se controle. 
- Oi? - virou-se, respondendo-me. E agora? Qual desculpa eu dou?
- Ér... Eu queria que você me contasse a história da Bruna. Não entendi muito bem.
- É longa.
- Você já me acordou mesmo, daqui a pouco amanhece. Mas se você quiser ir dormir, não tem problema.
- Não, eu também perdi o sono. Aliás, faz um bom tempo que eu nem durmo. - fechou a porta. 
- Senta aí. - apontei pra cama. Ele sentou numa ponta e eu na outra.
- Ela nunca tentou me falar nada da sua história. Nunca, nunca mesmo! Ela falava o contrário; que você era uma falsa mesmo, que você não me merecia, que você era interesseira...
- Nossa. Sério?
- Sim. Uma vez eu cheguei em casa e ela estava ao amassos, com um carinha qualquer. Eu briguei e como defesa, ela ficou te chamando de puta...
- Eu? Por quê? - estava boquiaberta.
- Porque eu te levava pra lá, e bom, eu estava brigando porque ela tinha levado um homem. Enfim, Tatá, ela foi falsa com nós dois. Tudo isso por ciúmes.
- Ciúmes de você? 
- Sim. Disse que eu não dava atenção pra ela, disse que eu a esqueci quando comecei a te dar mais valor.
- Se bem que no aniversário da Duda, ela estava evitando que eu e a Tia Zete nos falássemos. - lembrei.
- Sim, minha mãe já estava desconfiada de tudo. Só eu era o cego.
- Tô me sentindo uma boba. Eu considerava muito a Bruna, como amiga mesmo. Gostava muito dela.
- Não fica assim, a gente se engana com as pessoas... 
- E como vocês estão? 
- Mal. Não nos falamos desde o dia que eu descobri.
- Ela é sua irmã, daqui a pouco você perdoa. Foi uma bobagem.
- Tirar você de mim não é bobagem. - falou sério, me encarando. Fiquei totalmente sem graça e antes que eu buscasse palavras para respondê-lo ou simplesmente mudar de assunto, tudo ficou escuro.

- O que foi isso? Você apagou a luz, Luan?
- Não. Por que eu faria isso?
- Sei lá. Mas...
- Pode ter sido um blackout. 
- Acho pouco provável. 
- Então o que foi? 
- Ótima hora pra ter apagão, cidade linda. 
- Eu também achei, uma ótima hora. - falou e eu senti sua voz mais perto de mim. 
- O que você acha que tá fazendo?
- Nada, uai. Relaxa. - riu e eu tentei enxerga-lo, não dava. - Tem medo?
- Não, claro que não. 
- Pois eu tenho. Medo de lobisomem!
- E...?
- Preciso de alguém pra me abraçar. No escuro, assim. Quando eu era pequeno era a Xumba.
- Vai se foder, Luan. - me afastei, sem levantar na cama. 
- Calma, Tatá. Eu não mordo. A não ser que você queira! - segurou na minha cintura e meu coração acelerou.
- Sai, Luan. - tirei suas mãos e sua boca entrou em contato com o meu ombro. Mais precisamente na minha tatuagem. 
- Isso me lembrou a música que eu fiz pra você. Só no meio da semana eu ainda sobrevivo... - cantarolou perto do meu ouvido, me causando arrepios. 
- É melhor você parar. 
- Para você, eu sei que você quer. Eu estou arrependido de ter te machucado e sei que se você estivesse me odiando tanto assim, não teria me trago para o seu quarto. Não teria se preocupado comigo... - sussurrou.
- Eu gosto de você. Apesar de tudo.
- Eu sei. Mas gostar é muito pouco pro que eu sinto, eu amo você. Você sabe disso! 
- Eu não sei disso. 
- Sabe, sabe sim. - deixou beijos calmos e molhados, naquela minha extensão. - Vem, quero amar seu corpo inteiro... Namorar, sentir seu cheiro sem ter pressa de acabar, ôuô... Vem, que eu estou aqui sozinho, precisando de carinho, com vontade de te amar. - cantou em sussurro. Cantar nossas músicas era golpe baixo. A quem eu estava tentando enganar? Eu o amava, eu estava louca para me entregar de uma vez. E naquele momento, eu tomei uma decisão: me entregaria. O amaria naquela madrugada. Mas não por ser fácil, e sim por não ser tão forte. Depois eu pensaria no que fazer com a nossa história. Mas só depois, agora eu queria matar toda a saudade que eu estava sentindo. Ah, Canalha. Ah se você soubesse o poder que tem sobre mim. Fechei os olhos para sentir aquela sensação e me deixei levar pelos seus beijos, que agora estavam na minha orelha. Segurou meu rosto para sua própria assistência e foi deslocando seus lábios. Beijou meu olho, minha bochecha, e agora, o canto da minha boca. Ok, finalmente toquei em seus lábios finos. Pediu passagem para a sua língua e eu permiti, totalmente dele. Sou uma trouxa mesmo. Uma trouxa muito apaixonada. 

Um beijo cheio de saudade e carinho. O qual ele se aproveitou para tirar meu hobby e me centralizar na cama. Ajeitou-me ali e em seguida se livrou da sua bermuda, me dando a bela visão da sua maravilhosa cueca preta. Nem tão bela assim, por minha visão estar prejudicada pelo escuro. Que coincidência. Minha calcinha e eu meu vestido também eram da cor preta. 

 - A porta, Luan. É melhor trancar, alguém pode entrar. - sugeri, enquanto ele subia em cima de mim, olhando-me apaixonado. 
- Relaxa, a única empata foda é você. - respondeu, apenas alargando seu sorriso cafajeste antes de novamente unir seus lábios aos meus num beijo cheio de empolgação. Apertei seus cabelos úmidos em minha mão, retribuindo as carícias ávidas de sua língua e afastando qualquer negatividade restante em meus pensamentos de uma vez por todas. Não havia mal que durasse muito tempo quando ele me beijava, daquele jeito que só nós dois sabíamos fazer. 
Uma de suas pernas estava entre as minhas, e eu desejei que minha roupa e aquela maldita cueca evaporassem naquele mesmo instante para poder sentir cada centímetro de contato entre nós sem nenhuma barreira. 
O relevo de suas costas deslizando sob as palmas de minhas mãos fez meus olhos revirarem lentamente, num gesto de boas-vindas a todas as sensações que ele me causava. Seu peso sobre mim só parecia intensificar o calor que emanava de cada poro de nossos corpos, ainda mais quando sua respiração ruidosa se confundia com um gemido baixo perto de meu ouvido ao dirigir sua mão a meu seio e sentir meu mamilo se enrijecer sob seu toque. Minha cabeça rodopiava, minha consciência flutuando em meio à névoa de prazer que aos poucos se apoderava de mim. Mordi meu lábio para prender um suspiro ao senti-lo pressionar sua pélvis contra a minha, me fazendo sentir a alta prioridade de sua necessidade. Minhas costas se arquearam de leve numa demonstração clara de que meu corpo não queria se afastar do dele, o que arrancou um riso rouco de sua garganta. Sua mão subiu por minhas costas, levando consigo meu curtíssimo baby doll, e eu me desfiz dele sem hesitar quando ele me deu espaço, aliviada por estarmos diminuindo a quantidade de tecido entre nós. Voltando a beijar meus lábios com fúria, ele levou suas mãos a meus seios imediatamente, apertando-os com uma força deliciosa. Gemi baixo, sentindo o interior de minha calcinha cada vez mais úmido, e joguei a cabeça para trás conforme Luan descia seus beijos mais uma vez, agora avançando por meu colo. Tomou um de meus mamilos em sua boca, alternando entre circulá-lo com a ponta de sua língua e sugá-lo, mordiscando-o algumas vezes enquanto sua mão brincava com o outro. Estava cada vez mais difícil ficar quieta, e eu mantive meu lábio inferior sob meus dentes para evitar algum acidente sonoro. A expressão concentrada em seu rosto, como se nada mais importasse a não ser me satisfazer, só tornava tudo ainda mais intenso e excitante. 
Sua mão livre desenhou a curva de minha cintura, acariciando vagarosamente a região entre minhas pernas. Meu corpo se retesou sob sua palma, movendo-se sem pressa, apenas me instigando, e arrancou um suspiro ruidoso de meus pulmões.
 - Que saudade de você, minha pequena. - ele sorriu, beijando minha barriga. Fechei fortemente os olhos, rompendo contato com os dele, extremamente luxuriosos. Ele sabia que estava me torturando, e como era de se esperar, estava amando a ideia. Luan se ajoelhou entre minhas pernas, despindo-me também da calcinha, e eu apenas o observei me olhar com um desejo insano antes de se colocar sobre mim novamente. Recebi seus lábios com a mesma devoção que os dele ao nos beijarmos mais uma vez, e sem rodeios, me livrei da cueca que o cobria, envolvendo seu membro com uma mão e sentindo seu corpo responder ao meu toque. 
 - Faça o que quiser comigo. - lhe avisei, num sussurro. 
Ambos sorrimos ao relembrarmos o que aquela frase significava, e sem mais delongas, ele encaixou seu corpo ao meu devagar, saboreando cada segundo. Calei nossos gemidos com um beijo que não durou muito, pois logo Luan estava investindo depressa, retirando-se por completo e voltando a me preencher num ritmo alucinante. Contraí todos os músculos de meu corpo para não gritar conforme o prazer crescia dentro de mim, e ele parecia não estar tendo muito sucesso, grunhindo baixo contra meu pescoço. 
Um leve cansaço começou a se manifestar após longos minutos de êxtase, sinal de que logo chegaria ao ápice; a julgar pelo quão saltadas as veias de seu pescoço estavam, era bem provável que ele só estivesse me esperando para atingi-lo. O que estava prestes a acontecer, considerando-se que sua mão escorregou por meu tronco até atingir minha intimidade com seu dedo e friccioná-la circularmente. 
Logo estremeci sob seu corpo, relaxando em alívio e sendo rapidamente seguida por ele, desmontando sobre mim algumas investidas depois. Fechei os olhos, ambos nos concentrando em respirar e normalizar meus batimentos cardíacos disparados. 

Puxei o lençol, para cobrir-me. Podia escutar nossas respirações já normalizadas. Não ousávamos falar nada, talvez não existiam palavras cabíveis para o que acabou de acontecer. Éramos complexos. Nos odiamos por todo esse tempo e bastou uma primeira aproximação para não resistirmos, para abraçarmos o nosso desejo. Desejo insano que sentíamos pelo outro. Como se tivéssemos um ímã. Como se encaixar-nos fosse uma necessidade. 

- Foi bom pra você? - descontraiu, me arrancando um riso frouxo. 
- Idiota.
- Já está me xingando? Pensei que isso significasse o meu perdão. 
- Qual a graça de não te xingar?
- Poder me chamar de coisas fofas. 
- Tipo?
- Bebê, neném, amor... - respondeu, se aproximando. 
- Não faz o nosso tipo. - respondi, sentindo sua mão alisar meu rosto com um carinho de saudade. 
- Tem certeza, minha bebê? Ou melhor, minha neném. 
- Tudo bem. Eu tentei, mas assim é impossível. Vai embora. Neném não dá. - retruquei, sob meus próprios risos.
- Você é uma insensível, eu aqui todo fofo. 
- E você é um otário. 
- Otária. Está bom para você? 
- É, eu acho que pode dormir comigo. - me gabei, arrancando seu riso. 
- Mudou de assunto, então eu pensei errado quanto a seu perdão? 
- Talvez um pouco. É melhor irmos com calma! - puxou o lençol, cobrindo da sua cintura para baixo. 
- Então eu devo só esperar o sol para ir embora? Você só quis abusar do meu corpinho?
- Talvez. - dei de ombros.
- Você realmente se transformou numa insensível. 
- Achou mesmo que só porque nós transamos eu iria te perdoar?
- Sinceramente? Achei. 
- Eu me machuquei, você se machucou. É complexo, sabe?! Precisamos desse tempo, dessa calma. Não posso te perdoar assim. - pude imaginar sua cara de decepção consigo mesmo. - Não pense que estou passando na sua cara, eu não estou.
- Eu sei que não. Eu errei, tenho que aceitar. - alisou meu braço. 
- Então vamos com calma?
- Em oito meses tivemos tanta calma.
- Mas nesses oitos meses não sabíamos o que sabemos agora. 
- Você está me deixando confuso. Não vai me perdoar, mas também não vai me mandar embora? Quer abusar mais de mim?
- Exatamente. - respondi, fazendo ele rir. 
- Estou me sentindo muito mal, agora. Um garoto de programa. 
- Que dó! - alisei seu rosto, enquanto ele me aconchegava mais em seu peito. - Mas só posso fazer isso se sua namorada não se importar, claro. Não quero ser a outra.
- Se o problema for esse, eu termino com ela. Não se preocupe! 
- Sério? Então termine, não nasci para ser a outra. Mas acho que vão desconfiar, se você terminar justo quando chega em Fortaleza. 
- Eu também acho. Então posso deixar isso pra depois? E matar minha saudade de você, com seu consentimento?
- Pode, mas só porque eu estou muito boazinha. - disse e ele beijou meu olho, depois minha testa.
- Tá amanhecendo. - comentou, enquanto eu tinha minha mão sobre seu peito, ainda no escuro. - O tempo passa rápido quando eu estou com você.
- Infelizmente. - suspirei. - Vou tomar banho, precisamos dormir. Você tem que descansar! 
- Eu não preciso descansar, estou ótimo. Você que se cansa rápido, não acha? 
- Não, não acho.
- Então podemos aproveitar o amanhecer, aproveitar que já estamos sem nada, para nos amarmos outra vez. O quê acha?
- Acho que você é um tarado. E admito, estou cansada mesmo. Você atrapalhou meu sono, poxa. 
- Ah, me desculpe. Então devo te deixar dormir? 
- Deve. 
- Mas não precisa tomar banho, fica aqui abraçadinha comigo. Estava morrendo de saudade de te ter agarrada em mim.
- Me convenceu. - me olhou sorrindo e eu estava da mesma maneira. Nos calamos, apenas trocando carícias até pegarmos no sono. Seu peito sempre foi o melhor travesseiro. 

Luan's POV.

Depois de pegar chuva, apanhar e me explicar, Tatá cedeu um pouco. Me levou para tomar banho no seu quarto e eu percebi que ela estava amolecendo. Tomei banho e fui cuidado com um chocolate quente. Minha menina ainda se preocupa comigo. Avisei que ligaria para Roberval e ele me convidou para dormir ali com ela. Ok, eu estava te sacando, Tanara Accioly. Estávamos conversando sobre a Bruna, quando a luz se apagou. Chutamos ser um blackout e tendo a certeza que só voltaria de manhã, eu confesso: me aproveitei. Me aproximei na tentativa de amolece-la e puta que pariu, eu acertei em cheio. Toca-lá de novo era a melhor sensação que eu podia sentir. Fizemos amor, um amor delicioso, que só nós dois sabíamos fazer. Tanara ficava cada vez melhor em todos os sentidos e conseguia me deixar ainda mais louco por ela. Pensei que aquilo era finalmente meu perdão, mas me enganei. Ela foi bem sincera, não conseguiria me perdoar agora. Mas, eu não devia entender aquilo como um fora. Passaríamos esse tempo juntos. Eu conquistaria seu perdão. Não me importei de não o ter de imediato, correria atrás; e da melhor maneira possível: ficando ao seu lado por esses três dias. 

Dormimos juntos, com ela novamente agarrada em mim. Estava completo, pelo menos por enquanto. Ela preenchia o meu vazio. Despertei sentindo o cheiro que há oito meses não sentia, sorri, mas não a senti ali. Será que foi um sonho? Apalpei a cama, ainda de olhos fechados. Ela não estava ali. Abri os olhos rapidamente e relaxei ao ver que ainda estava no seu quarto. E nu. Antes que eu deduzisse onde ela poderia estar, ela saiu do banheiro com uma toalha enrolada no seu corpo. Ou meu. Ela era minha. Oh meu Deus, tinha esquecido de como ela era linda logo de manhãzinha. Não percebeu que eu ainda estava dormindo e foi para o closet, só de toalha. Aproveitei para procurar minha cueca e ir para o banheiro também, antes que ela me veja daquele modo. Homem acorda meio esquisito, se é que me entendem. Tomei banho e saí de cueca, já que não havia levado mochila. 

- Bom dia, Rafa. Dormiu bem? - sorria, como se nada de estranho tivesse acontecido. Só me deu um tapa na cara e transamos depois de meses separados, nos odiando.
- Bom dia, meu amor. - a abracei, cheirando seu pescoço sob suas risadas fracas. - Eu dormi muito bem. Como é bom dormir tranquilo! 
- É, eu sei. - me olhou serena. - Já está tarde, vou ver o que fazer para comermos como café da manhã.
- Você na cozinha? Vish.
- Ih, esqueceu que eu sou um arraso nos bolos?
- Nos bolos, só nos bolos. 
- Então faz você. 
- Preparar um café da manhã pra gente não é uma má ideia. Ainda mais nessa situação de conquistar um perdão, hein?!
- Olha, tem toda razão! Acho melhor você se apressar porque eu estou morrendo de fome e sou muitíssimo exigente.
- Você está de calcinha e sutiã, não pode exigir de nada.
- Fiquei com preguiça de vestir roupa. Vou vestir uma blusa sua, posso?
- Deve. Se bem que dá para ser um vestido para três Tanara's, mas continua sendo muito sexy. 
- Ok, Grey. Veste uma roupa você também, vai preparar meu café.
- Seu tio vai adorar chegar e me ver assim, não acha? - perguntei sarcástico e ela soltou uma risada.
- Ele não vai chegar, eu espero. É bom você continuar com o que tem entre as pernas. 
- É muito bom. - selei nossos lábios. À muito custo eu soltei-a para ela vestir minha blusa e para me vestir também. Com roupas, nós descemos aos beijos até a cozinha. Confesso que eu era o culpado desse grude, estava morrendo de saudades dela. Esqueci do mundo, pra mim só existia nós dois sozinhos naquela casa. Preparei nosso café da manhã sob suas dicas e nós comemos, em clima de romance. Já era tarde, mas nós ainda tínhamos tempo. Nos amamos durante toda a tarde, com ela ao meu lado eu nunca seria saciável. Mas como nada era perfeito, Roberval já me ligava para viajarmos para Ubajara. 

- Você vai, não é?!
- Não sei, Rafa. Eu não quero que ninguém me veja.
- Eu prometo ser discreto, meu amor. Vamos comigo, por favor. Não quero te deixar aqui sozinha.
- Eu não sou criança, sei ficar sozinha.
- Mas eu não sei. Vamos, vai? A gente volta hoje de madrugada.
- Você vai mesmo atrapalhar minhas horas de sono?
- Ah, vou... Você disse que ia abusar de mim, tem que cumprir. 
- Cafajeste. - riu. 
- Rober perguntou se eu estava bem. Eu respondi que mais ou menos, a muié quase me espanca.
- Dramático, foi só um tapinha de nada. 
- Pode dar mais se quiser. Sei lá, se curtir esse negocio de masoquismo... Pisar em mim, me chicotear.
- Não é uma má ideia, sabe? Mas eu prefiro igual ao filme, o Grey fazendo isso comigo.
- Que Grey o quê, seu Grey sou eu, meu amor. - beijei seu rosto.
- Vou arrumar minha mala.
- Lembre-se que não vamos viajar por um mês, tá? É só uma noite, Tatá... Só uma noite... 
- Me deixa! - se afastou, rindo. 

Tanara's POV.

Rafa me convenceu a viajar com ele para Ubajara e eu aceitei. Torcia para que ninguém me visse, não queria briga. Arrumei minha mala com uma certa rapidez. Mal terminei de me arrumar e Rober já havia chegado. Ele nos olhou estranhando toda aquela situação, mas Luan não falou nada. Agimos com normalidade e ele me tratou bem como sempre. Não tinha fãs no aeroporto e isso foi a maior surpresa do dia. As fãs de fortaleza com certeza viajaram para Ubajara, pelo menos uma parte. Foi uma viagem bem rápida, já que era pertinho. Em minutos chegamos e dessa vez, tinha fãs no aeroporto. E muitos. Me escondi e Rober não abriu a porta nem até a metade, com medo que alguém me visse, já que Luan havia dado as instruções. Enquanto ele os atendia, eu pensava no que fazer com nós dois. Por mais que eu parecesse segura, eu estava muito confusa, indecisa. Ele voltou e percebeu meu jeito. Ele me conhecia muito bem, infelizmente. Eu desconversei, comentando sobre minha época de fã. Até a hora do show, não deixamos de namorar mais um pouco. Estávamos parecendo namorados no começo do namoro: não nos largávamos. O cantor que faria o show em Fortaleza, também faria ali e foi conhecer Luan no camarim. E se eu disser que ele era bonito? Uau.

- Já vai? - perguntei, quando ele finalizava o cabelo.
- Já. - sorriu feliz. - Tô bem?
- Tá lindo. Bom show. - sorri, alisando sua roupa. Não precisava, mas eu estava ajeitando-a. 
- Só isso? Acho que mereço mais.
- Bom show, meu amor. - fiquei na ponta dos pés e selei nossos lábios. Ele riu. Ele adorava nossa diferença de tamanho, impressionante. 
- Cuidado viu?! Tô olho. Você é solteira, mas é minha. 
- Só porque eu já estava de olho no Iohannes. - fiz bico e ele fez uma expressão séria. - Não sou solteira? Você que tem que tomar cuidado, Jaja é ciumenta. - pisquei e ele bufou, saindo enquanto eu gargalhava da sua cara. Mas não era verdade? 

Logo o show começou e eu fiquei encantada. Nunca tinha ido à um show da nova turnê e nossa, estava incrível. Eu fiquei apaixonada nos intervalos que tinha e os backings dançavam, com um vídeo que aparecia no telão com eles fazendo barulho com a boca. Eu ri demais, nossa, todos estavam de parabéns. Em todas as horas de atender os fãs, eu fui bem disfarçada. Rafa estava cumprindo o que me prometeu: estava sendo discreto. Eu estava refletindo sobre tudo que estava acontecendo e infelizmente eu não me via mais ali. Me escondendo de todos. Não tinha mais forças para enfrentar mídia e fãs. É, não. 

- Eu amei o que os meninos fizeram, amor. - comentava, enquanto ele alisava meus cabelos. Estávamos na van, indo para o aeroporto. 
- Ficou top né?! - beijou minha mão.
- Muito, eu ri demais.
- Ou, ficou top ou engraçado?
- Os dois, otário. - respondi, passando as fotos do meu Instagram. - Já estão estranhando meu sumiço. 
- Quem manda você ser uma viciada? 
- Ih, não começa. 
- Solta esse celular, eu não gosto quando você fica com ele enquanto tá comigo. - tentou pegar meu celular e eu afastei.
- Deixa só eu ver essa foto, amor. - parei em uma que tinha me chamado atenção. Coincidentemente era da Priscila. 

lunara SE EU RIR DISSO EU VOU PRO CÉU? KKKKKKKKKKKKKK MORTA! VOCÊS SÃO FODAS! Biel é shipper lunara, gente. Tem que ter vídeo com os dois! HAHAHAHAHAHAHAHAHA A cara do Luan de falsiane, Benzão sendo Benzão. Parece o sorriso que faz quando ta com a Jaja! Pra quem não sabe, Biel e o Benzão se viram na premiação dos "Meus Prêmios Nick" e Biel falou que era fã dele... TO SABENDO, tão fã que quis provar do que já foi dele. #EssesFãs #ImitamOIdoloEmTudo #Lu #Nara #BielMelhorPessoa #BielSeuFuroOlho #BielDescarado #TataÉMaravilhosaMesmo #PegarDoisGostosos #BrilhaSenhoritaAccioly 



Li em voz alta, rindo, enquanto Luan tinha a cara fechada.
- Essa Priscila não existe. 
- É, eu vi esse clipe aí. Palhaçada. 
- Viu, amor?
- Vi. Você é uma ótima atriz, teve até beijo. - entortou o nariz, com uma cara tão emburrada que ficou engraçada.
- E eu gostei.
- Gostou do quê, Tanara? 
- De contracenar com ele. - respondi rindo e ele virou o rosto. 
- Ele pareceu gostar também. Não para de postar foto de vocês dois, te chamando de maravilhosa. Ele fez curso com a Priscila? - brincou, me arrancando outra gargalhada. 

Luan melhorou a cara quando entramos no jatinho e viajamos agarradinhos, pra variar. Chegamos em Fortaleza quatro e pouco da manhã e claro, o aeroporto estava cheio de fãs. Escutei elas falarem alguma coisa e Wellignton foi grosso (como sempre). Depois Rober saiu, dizendo que Luan teria que dar atenção  pra elas da van mesmo porque tinha que ir pro hotel descansar. Ele sorria, ele estava feliz. Se ajeitou e logo a porta foi aberta. Gritaria da porra. Rober ajeitou a porta (com ela totalmente aberta poderiam me ver) e Luan se pronunciou: “E aí galera, cêis vão hoje né?!” Depois esticava a mão para elas, pegando vários celulares e tirando selfies. Elas gritavam de tudo e eu ria. Rolou até um "Aí Cristina", o que foi o causador da minha mais duradoura risada. Eu tinha que sufoca-la, mesmo com uma gritaria e sendo pouco provável alguém notar minha risada. Pouco provável não, impossível. Rafa deu tchau e a porta se fechou, enquanto eu ainda ria. 

- Do que você tá rindo, amor? - sentou do meu lado, com um sorriso de orelha a orelha.
- Sua vida é uma loucura.
- E isso é novidade pra você?
- Não, mas eu estava pensando sobre isso. Senti saudade da minha época.
- Você ficava em aeroporto?
- Hum, ficava sim. - respondi, aconchegando minha cabeça em seu ombro. Ele alisou meu braço, beijando minha testa.
- Tá cansadinha? Nesse tempo desacostumou com essa rotina doida? - pegou minha mão, a enchendo de beijos calmos. 
- Na verdade acho que nunca me acostumei. - respondi sincera e ele riu. 

Fomos pro hotel e mesmo exaustos, nos amamos até o amanhecer, mais uma vez. Era mais forte que nós dois. 

Acordamos tarde e antes de levantarmos, Rafa já me comunicou que havia combinado de sair com o Wesley Safadão e os meninos, Matheus e Kauan. 

- Luan, para de bobeira! Eu não sou criança. Sei ficar em casa sozinha!
- É perigoso, Tatá. Liga pra sua avó, pergunta se ela tá perto de chegar. - falou preocupado, enquanto eu ria. - Só não te levo comigo porque não quero que eles saibam e também não quero que você seja a única mulher no meio de vários machos. 
- Nem me interesso, o mais bonito é o Safadão e bom, não é lá essas coisas. - fiz graça e ele revirou os olhos.
- Tatá, presta atenção... - se aproximou, pondo as mãos no meu rosto.
- Meu amor, deixa de ser assim! Eu tenho vinte anos, esqueceu? Não é a primeira vez que vou ficar em casa sozinha. Quando você chegou eu tava sozinha, não tava? - falei calma e ele respirou fundo.
- Já sei, eu vou cancelar essa saída. Dou uma desculpa esfarrapada, é isso! 
- Ei, para. Vai curtir seu sábado com o seus amigos, já ficamos muito grudados. 
- Mas eu quero passar o sábado contigo.
- Já matamos a saudade, de noite a gente se vê! Aposto que você não vai morrer se passar essas horinhas longe de mim.
- Eu queria aproveitar todo o tempo que eu tiver ao seu lado, Tatá. Eu tô sentindo uma coisa estranha, não sei ao certo o quê.
- Como assim?
- A sensação que não vamos nos ver mais. Por isso que eu não quero que você fique sozinha, eu tô com medo.
- Meu amor, isso é paranóia. Eu não vou morrer, pelo menos não hoje, tá bom? 
- Não fala besteira, cara. 
- Deixa de pensar besteira, então! Você vai, vai se divertir e quando voltar a gente se vê. 
- Eu vou, com uma condição.
- Qual? 
- Uma hora antes da minha volta, você tem que tá aqui. Me esperando nesse quarto. 
- Acha que é meu dono, é?!
- Você é minha. - selou nossos lábios. - Vai aceitar ou não?
- Tá, Rafa. Eu não tenho nada para fazer em casa mesmo. - dei de ombros. 
- Seis horas você tem que tá aqui. Vai me mandar mensagem!
- Não quer foto no espelho do banheiro não?
- Pode ser também. Ou até um vídeo. 
- Pronto?
- Pronto. - sorriu. - Eu te amo, não esquece isso. - me abraçou forte e eu senti um arrepio. Fechei os olhos, o apertando. Aquilo parecia uma...despedida? 

Luan me deixou em casa, antes da tal saída com o Wesley. Eu ri muito da sua roupa e ele nem ligava, fazendo graça. O namoro com a Jade só piorou o estilo dele, meu Deus! Como se fosse meu pai e COMO SE EU TIVESSE 10 ANOS, me deu milhares de instruções e milhares de selinhos, como se não fosse mais me ver. Muito bobo, não?! Talvez apaixonado, o que me deixava boba também. Entrei em casa e fui direto para a cozinha, pegando um pote de sorvete e ligando a tevê. Como uma boa amiga, contei tudo para as minhas melhores. Ficamos fofocando e eu confessei que estava muito confusa. Elas me deram alguns conselhos, talvez me ajudariam. Fui para o Instagram e de cara, vi mais uma publicação bombástica de Priscila. 

lunara Começo com essa foto porque... SEGUREM OS FORNINHOS! Luan chegou em Fortaleza 4:00 e exatamente TODAS as meninas perceberam o tamanho do sorriso que ele estava. Sorrindo de orelha a orelha, literalmente! Sabe por quê? Eu vou falar! Na hora de abrir a porta, abriram demais e DEU PRA VER ALGUMA COISA ALI. Deu, deu sim. Só que rapidamente fecharam, como se tivessem escondendo algo (?????????) As meninas que foram até brincaram num grupo (trabalho com prints, mas não posso mostrá-las aqui) dizendo que tinha ppk naquela van, SIM! Cadê as meninas de Ubajara que juraram ver a Tatá na van também? Eu não tô ficando louca, ok? Lembrando que Tatá está sumida do Instagram e do SnapChat, sendo que ela é uma viciada. Lembrando também que as três meninas que o Luan atendeu chegando em Fortaleza de quinta para sexta, falaram que ele estava cabisbaixo. DE REPENTE FICOU FELIZ? O show ainda é hoje, relaxem! Vem mais bomba por aí... #RecaídaLunara #OBenzãoEstáBenzãoDeVerdade #BastaChegarEmFortaleza #EmFortalezaTemABlogueira #CadêJaja #JajaChifruda #ComJajaEleNãoSorriAssim #TinhaPpkNaquelaVanSim 



Gargalhei alto, mandando prints para as meninas. 

                              •

As horas passaram voando e como Luan pediu, eu cheguei no hotel às 18:00. Tinha fãs, mas eu fui ajudada a entrar. Ele realmente pensava em tudo. Já dentro do quarto, fiquei mexendo no celular. Mexi tanto, que até descarregou. O descarado só chegou 20:00 e eu transpareci minha chateação. Odiava esperar! 

- Vai ficar chateada assim, comigo? 
- Se você pediu pra eu vir seis horas, pensei que você estaria aqui no máximo seis e meia. 
- Ô amor, eu perdi a noção do tempo... Me desculpa, vai? 
- Desculpo, mas não devia. - falei com um bico e ele segurou minha cabeça, distribuindo beijos no meu rosto. 
- Viu, estou vivinha! 
- Graças a Deus, né?! Eu tenho que dar uma entrevista.
- Niara tá aí?
- Tá sim. - riu, Niara era a apresentadora do Se Liga, programa local que passava aos sábados. - Melhor você começar a se arrumar pro show, sei como você demora. - falou e eu arregalei os olhos. Arrumar. Show. A ROUPA! 
- Tatá? - chamou e eu não respondi, estava tentando lembrar se havia trago a roupa que eu usaria hoje e tinha separado mais cedo. Era perfeita. - Tatá? - me cutucou. 
- A minha roupa, Rafa. Meu Deus, a minha roupa! - levantei, levando as mãos até a boca. Como eu era idiota! 
- Que roupa? 
- A que eu vou pro show.
- Uai, tá aqui ué. Cê num trouxe?
- Não! 
- Como não, Tatá? Cê trouxe uma mala, e uma bolsa... Você anda cheia de roupa. 
- Eu esqueci a que eu separei hoje! É linda! Não, não, eu não vou sem ser com ela.
- Esqueceu em Ubajara?
- Em casa, Luan! - respondi irritada.
- Não precisa ser grossa.
- Eu preciso voltar lá.
- Você não vai sair daqui, Tanara! 
- Você não manda em mim, Luan. - tirei meu celular do carregador, checando as horas. 
- Vai com outra! Você tem várias! 
- Não, Luan. Eu não vou com outra!
- Você é mimada! Não dá pra sair agora, vei. O hotel tá lotado de fãs...
- Tá com medo deles verem que você tá traindo sua namoradinha com a ex? - o encarei, séria. - Se esse for o problema, não se preocupe. Vou ser discreta, e também não vou mais pra porra de show nenhum! - peguei minha bolsa, já me chateando.
- Eu não falei isso! Para! - se aproximou. 
- Pra bom entendedor, meia palavra basta. 
- Para de ser marrenta, eu não quis dizer isso... Você mesmo quis que fôssemos discretos. Quer que eu fale nessa entrevista sobre a gente? Eu falo, não tem problema. 
- Não tem a gente, Luan! Não tem! Eu sou uma idiota.
- Ei, para. Não precisa disso tudo! - segurou meus braços. - Não fala assim comigo. - falou calmo e eu respirei fundo. 
- Desculpa, Luan. Mas eu também não vou mais pra show, ok? Espero aqui, pra não te prejudicar.
- Não faz isso comigo, Tatá. Vai, vai pegar tua roupa. Eu peço pro Roberval te ajudar a sair! Por favor, eu quero você comigo. - me olhou triste e eu desviei o olhar, já mais calma. - Tudo bem?
- Tá, Rafa. - respondi baixo e ele deixou um beijo no meu olho. 
- Espera só um pouco, tá? - selou meus lábios. Ele estava tão carinhoso.
- Tá. - sorri de lado e ele pegou o celular, ligando pro Rober.

Falou com ele e explicou a situação. O ouvi dizendo: "É sério, cara. Não tô brincando! Você sabe que ela é toda fresca com esses trem de roupa". Lhe dei um tapa e ele reclamou, mas prossiguiu a ligação. Rober apareceu para me ajudar e me zoou. Me explicou um modo de sair com que ninguém me visse e eu claro, prestei atenção. 

Seguindo suas instruções, eu saí. Dava pra ver os fãs e eu fui o mais discreta (e rápida) possível. Mas me desesperei ao perceber o olhar de uma menina pra mim, e logo em seguida, seus passos em minha direção. Finge que não vi e continuei andando, mas ela me parou. 

- Tanara? - falou surpresa.
- Oi. - respondi nervosa.
- Meu Deus. - riu com a mão na boca. - O que você tá fazendo aqui?
- Eu? Então.. Eu.. - gaguejei. Merda! Ela riu de novo.
- Não precisa, eu já entendi tudo. 
- Não fala pra ninguém que me viu aqui, não? E nem faz um fã clube, por favor. - falei, lembrando do que Priscila fez após nos ver aos beijos no provador daquela loja. 
- Não vou falar, relaxa. Posso te dar um abraço?
- Claro! - sorri, abrindo os braços para receber seu abraço. 
- Eu sou lunara. - falou sorrindo.
- Lunara acabou, mulher. - ri, nervosa. 
- É, eu tô percebendo. - cerrou os olhos para mim.
- Ow mulher, num complique minha vida não... - falei nervosa e ela riu. - Qual seu nome?
- Mariane! Mariane Viana. Eu ganhei a promoção do Se Liga. Vou abraçar. - falou emocionada e eu sorri encantada, lhe abraçando. Luan com certeza não sabia dela.
- Só você? 
- Eu e a Alice, ela tá ali. 
- Minha sobrinha se chama Alice, sabia? - citei a coincidência.
- Sabia. - riu. Ela riu da minha cara? 
- Mas eu preciso ir, tá? 
- Tá bem. Vamos só tirar uma foto? - pediu e eu assenti. Tiramos várias e depois eu me despedi, saindo correndo. 
Peguei um táxi e voei para dentro de casa. Sorri aliviada ao ver minha roupa estirada na cama. A coloquei com muito cuidado na bolsa e chequei tudo que eu precisaria. Voltei na mesma pressa. Se eu demorasse, com certeza Luan se irritaria. Não queria me estressar mais uma vez com ele.

Deu tudo certo! Graças a Deus. Não fui vista na volta e voltei quando ele ainda estava ocupado com a equipe do Se Liga. Preparei minhas maquiagens e minha roupa em cima da cama e quando ele entrou, parecia aliviado ao me ver. Confessou que estava com medo e eu contei que tudo tinha saído perfeitamente. Contou da surpresa que recebeu com as fãs e eu fingi que não sabia. Se eu contasse sobre Mariane ele responderia: "Eu te avisei". Confiei nela, acho que ela não contaria pra ninguém. Ele já estava arrumado para ir para o local do show e teve que se atrasar por minha causa. NUNCA me arrumei tão rápido assim. Sério mesmo! Ele me apressava, só porque já estava pronto. Mas sempre demorava também, não é?! Tirei uma foto e postei no caminho. 

tataccioly Vamos? #Atrasada HAHAHA



Teve todo o ritual de todo show e eu observava tudo, torcendo para que ninguém me percebesse. Depois de tudo pronto, ele me deu um beijo e eu o desejei bom show, com o coração apertado. Já estava decidida no que fazer. 

Luan achou melhor eu assistir o show do lado do palco e eu não pestanejei. Novamente eu me diverti com os backings e dancei, passando a toalha na testa do meu amor, que riu de mim. Me emocionei na hora de Cantada e Luan não disfarçava o olhar cúmplice para mim. Meu coração já estava doendo. Seu sorriso tão lindo, seu jeito apaixonado, só com aquilo ele já se tornava digno do meu perdão. Suspirava. 

No meio do show falou que passou a tarde na praia com os amigos, Safadão e Matheus e Kauan, citando no final a ideia de comprar uma casa em Fortaleza. Ele era... louco? Eu ri, negando. Prosseguiu o show e antes de se despedir, citou que o prefeito havia o convidado para o réveillon de Fortaleza e claro, elas foram a loucura. Brincou, afirmando que só dependia delas, com um sorriso maroto no rosto.

Encerrou o show e eu senti uma nostalgia. Tinha sido um dos melhores shows que eu já assisti. Eu estava sensível e talvez soubesse o porquê. Voltamos pro hotel enquanto ele me contava mais sobre a ideia do réveillon, todo animado. Luan animado para vir para Fortaleza? Isso era novidade. Perguntei sobre a casa e ele afirmou, alegando que seria nossa, para eu não sair de perto da minha avó. Ele falou sério demais pro meu gosto! Eu ri, brincando com o que ele havia suas palavras ditas há segundos. Dessa vez, ao chegarmos no hotel, não começamos a nos beijar. Rafa foi tomar banho e eu aproveitei aquele tempo para ter ainda mais certeza da minha decisão. É, era o certo! Ele saiu falando de casamento, todo empolgado e eu ria, tentando disfarçar minha falta de empolgação no seu assunto. Eu queria me entregar de novo para ele. Tínhamos que encerrar aquele dia com chave de ouro! Então, eu que tomei iniciativa. Ele estranhou, mas só riu; estava feliz demais. E saber que de certa forma eu era motivo daquela felicidade, me deixava feliz também. Eu devia estar tão feliz quanto ele. Estava sendo amada novamente pelo o homem que eu amava. E como estamos falando em amar, não posso falar de outra maneira: nos amamos a noite inteira. Ele sabia me satisfazer. Eu nunca teria outro que me fizesse tão mulher quanto ele. Nunca existiria outro que me enlouqueceria tanto na cama, quanto ele. Que droga, Tanara. Que droga! Adormeci no seu peito novamente e fui a primeira acordar. Fiquei velando seu sono, tomando coragem para o que eu faria. 

18 de outubro de 2015. 

Amanhã, se estivéssemos juntos, faríamos dois anos de namoro. Tudo podia ter sido diferente! Por que estragamos tudo, Rafa? Era com você que eu deveria ser feliz, subir no altar. 

Ele acordou e eu lhe dei um bom dia, selando seus lábios. Ele alargou um sorriso, suspirando. Fui tomar banho e depois, arrumei minhas coisas enquanto ele tomava o seu. Já passava das 15:00 e ele precisava viajar para a Bahia. Tudo pronto, eu fiquei olhando fotos no Instagram, na tentativa de me acalmar. Mas só fiquei mais nervosa ainda! 

lunara HELLO HELLO, BRASIL! FELIZZZZZ! SABE POR QUÊ? PORQUE EU ADORO ESTAR COM A RAZÃO. O que eu falei ontem, hein? #TinhaPpkNaquelaVanSim e eu estava certíssima! Me mandaram uma direct, pra ser mais direta, a @mariviana me mandou uma direct. Ela ganhou uma promoção de um programa local de Fortaleza, o "Se Liga". Até então tudo bem, certo? Acontece que ela estava no hotel esperando o Luan, que até então tinha saído com o Wesley Safadão e o M&K. Mas, ela viu a LINDA @tataccioly, saindo do mesmo hotel. Tirou fotinha, está que vocês estão vendo. E depois, Tatá postou fotinha toda arrumada. AQUELE ESPELHO NÃO É DO QUARTO DELA, VIU? É espelho de quarto de hotel, está perceptível. E para finalizar, vou repostar o que a PRÓPRIA DISSE! Respost @mariviana >> Não vou postar minha foto com o cantor agora, mas sim, foi PERFEITO!  Se Liga (OBRIGADA DE NOVO)!!!!!!! Mas primeiro, vem a foto com ela, OLHA ELAAAAA! Sabe onde vi essa moça linda? No hotel :) Siiiiim, no hotel em que eu estava esperando o Luan. Tô lá de boas e ela desce haha coincidência, né? KKKKKKKKK Eu adooooro essas coisas! Ela me tratou tãaaaaaao bem, que abraço gostoso e ela sorri gente, sorri de verdade, diferente de outras pessoas aí e tal, enfim kkk Tata sempre teve muito meu respeito, mesmo depois do término (será que terminou mesmo?) e agora ela tem mais ainda, melhor pessoa reaaaaaal! Mas, gente, aqui pra nós, o que será que ela tava fazendo lá, hein? Aposto muito em algum rolo. Ah, e eu nem vi a Jadoca, acreditam? Onde será que a @jdmss estava? OOOPS, marquei ela e agora ela vai ver a postagem e achar que só porque a linda da Tata desceu de onde Luan tava com um sorriso de orelha a orelha, só porque me tratou superrrr bem, mas ficou nervosa quando perguntei oq fazia lá, só porque Arleyde quase muda de cor quando viu que eu tava com ela, só porque ela tava indo se arrumar pra ir no show, eles estão tendo flashback... OOOOOPS Não pensa assim Jaja, eles são só amiguinhos, viu minha linda? Solta mais ele pra vim em Fortaleza sozinho :) Ele faz nada demais com a Tata lá em cima não. KKKKKKKKK Adooooro! Esse sim é meeeeu casal lacrador, meu casal que brilhaaa #AVoltaDeLunara #BrilhaLunara @tataccioly @luansantana 



Errei em confiar na Mariane. Mas foi impossível não sorrir. Aquilo não dava mais pra mim, definitivamente não. Seja forte, Tanara. Meus pensamentos foram interrompidos pelo o Luan, já de calça. 

- Tá pensativa aí por quê, Tatá? - pôs a mão na minha coxa, com um sorriso.
- Vendo aqui umas fotos. Nada demias.
- Hum... Você tá estranha. 
- Não tô, Rafa. - sorri. 
- Então, daqui a pouco eu tenho que viajar e... Eu quero saber se já tenho o meu perdão. Seu tempo acabou, otária. - fez graça, me arrancando um riso fraco. Eu não conseguiria.
- Eu te perdôo sim, Rafa. - falei, vendo sua abrir lentamente em um sorriso.
- Ai, meu amor. Eu te amo. - me puxou para um abraço e me apertou nesse abraço. - Eu prometo pra você, nunca mais eu vou te machucar. Eu vou te fazer muito feliz, pra sempre... Eu...
- Rafa. - o interrompi e ele riu, alegre.
- Desculpa, eu me empolguei.
- Eu percebi. - alisei seu rosto. 
- Por que você tá triste assim? Não queria me perdoar?
- Você sabe que eu te amo, não é Rafa?
- Sei, não sei? Claro que você me ama, eu que fui um idiota. - sorriu de novo, me desencorajando. Oh, merda. Puta merda. - Mas, como a gente fica, Tatá? Você tá com uma vida formada em Fortaleza e... Eu posso cumprir o que falei no show, eu compro um casa pra gente aqui. Só nossa. Aliás, a gente pode casar, não é?! Estávamos com esse plano, eu tenho sua aliança lá em casa. Não se preocupa, eu vou terminar com a Jade assim que eu chegar em São Paulo e conversar com o pessoal. Eles vão me dizer como fazer isso, mas eu vou fazer. - falava rápido.
- Rafa, espera. Calma. - o interrompi novamente e ele respirou. - Presta atenção. - peguei no seu rosto e fiz me olhar nos olhos. - A gente não fica. 
- Como não, amor? Deixa de bobeira! É claro que a gente vai ficar de algum jeito, eu só te peço um tempo, não é tão simples e... 
- Luan, não vamos ficar juntos. - sorri triste. 
- Como não? Você não me perdoou? - riu, nervoso. 
- Eu te perdoei. Eu não vou guardar mágoas do que aconteceu, mas não dá pra ficarmos juntos. 
- Como não, Tanara? Não brinca comigo.
- Me escuta. 
- Você tá falando sério, vei? Isso não tem graça. Não tem graça! Para com isso...
- Eu não tô brincando. - o olhei e ele já estava com um olhar perdido. 
- Mas...
- Luan, eu te perdôo, mas nesses três dias eu pensei em tudo, pensei na gente! 
- Pensou na gente e quer me deixar de vez, vei? 
- Deixa eu terminar? Você tá com a Jade...
- Eu termino com ela! Agora, se você quiser, Tanara. 
- Não é só isso, Luan! Não é! Eu tô bem em Fortaleza. Sei que não vai dar certo namorarmos com essa distância e eu não vou voltar para São Paulo. 
- A distância não importa! Eu venho aqui, eu... - passou a mão no cabelo.
- Sua vida já é uma loucura, eu não quero piorar isso. 
- Isso é desculpa, Tanara. Você não gosta mais de mim, é isso? Fala cara, é melhor.
- Eu te amo! Para! Eu te amo.
- Então fica comigo. Fica comigo. - me abraçou de novo, deitando a cabeça no meu ombro. Beijou-o, como se quisesse me prender à si. 
- Rafa, vai ser melhor...
- Melhor pra quem, Tanara? Eu sofri sem você, sabia?
- Eu também sofri. Muito.
- Não, não sofreu. Se tivesse sofrido, não acabaria com a nossa separação agora. - me lançou um olhar desesperado. 
- Me compreende! Eu não me vejo mais na sua vida, não estou disposta a enfrentar tudo que teremos que enfrentar, eu não tenho mais forças pra isso...
- Você tem outro, é isso?
- Eu não tenho ninguém, para. Vai ser melhor Rafa, vamos ser amigos. 
- EU NÃO QUERO SER SEU AMIGO! - gritou, fazendo com as minhas lágrimas caíssem. 
- Eu não quero mais ser sua namorada. É por te amar demais, acredita em mim!
- O que você tá falando não tem sentido. Não tem, Tanara. Você quer me enlouquecer, é isso? - levantou, com as mãos no rosto.
- Já demos o que tínhamos que dar. Amanhã faria dois anos do nosso namoro, mas não estamos namorando! 
- Vamos recomeçar? - me olhou receoso. 
- Luan, não dá. Me entende. 
- Desculpa, não dá pra te entender. - sentou na cama, abaixando a cabeça. 
- Meu amor, não complica. - peguei em seu ombro. - Conversa comigo, entende o que eu tô falando. Não duvida do meu sentimento. 
- Então muda de ideia. - me olhou. - Eu venho sempre que der, você não precisa se mudar. A gente se gosta, o resto é resto. 
- Você foi a coisa mais linda que já aconteceu na minha vida. - sorri, limpando as lágrimas que saíam. - Você mudou minha vida, me deu novas sensações, me fez muito feliz. Eu só quero te agradecer. Agradecer por tudo isso e por você me amar.
- Não acredito que você tá jogando nossa história fora. Um sentimento tão bonito...
- Eu não quero forçar nada. Nossa história acabou no dia que você entrou no meu quarto perguntando se eu havia te traído. 
- Eu não tive culpa, eu...
- Não tivemos culpa. Ou talvez fomos os maiores culpados! Mas me entende, por favor. Todo mundo erra, mas alguns erros têm consequências doloridas. 
- Não vamos ficar juntos, Tanara? 
- Eu só não quero que você duvide do que eu sinto por você. Vou lembrar de você como uma coisa boa, o que vai me causar boas risadas, sorrisos e talvez algumas lágrimas. Talvez esse seja nosso último encontro e eu quero que você prometa que não vai me odiar por isso. Se for pra ficarmos juntos, o destino vai juntar a gente. 
- A gente pode fazer o nosso destino.
- Não podemos, não. Aceita minha decisão?
- Promete não se esquecer de mim? - deixou escapar uma lágrima também. 
- Impossível. - sorri e ele beijou as lágrimas que molhava minha face. - Que você seja muito feliz, Rafa.
- Eu nunca vou esquecer de você. Eu te amo. Eu nunca amei ninguém, eu amo você. Eu nunca imaginei amar a garota que bateu na minha van e foi metida comigo. Minha empata foda, minha encalhada...
- A gente não sabia que tomaria essa intensidade. - ri. - Eu esqueci a foto que disse que ia te dar.
- A Priscila postou, eu vou tirar print. Não se preocupe! Fica com ela, quero que você lembre de 2010, a primeira vez que nos vimos. 
- Não foi pegar o Vevê, não é?! Vai, é importante que você fique com ele. 
- Eu vou pegar. - sorriu triste. - Quando você for casar, me chama pra cantar no seu casamento? Eu prometo que vou, mesmo que esteja mais famoso ainda, eu vou de graça. Eu preciso roubar a noiva pra mim. - chorou, me abraçando.
- Olha nos dramáticos que nos transformamos. - ri, tentando parar de chorar. - Não casa com a Jade. Por favor. - pedi e ele riu. 
- Eu vou terminar com ela, eu queria te fazer ciúmes... Não vai mais ter utilidade.
- E quem disse que eu não vou ter? Eu chamar ela de tucana pra sempre. 
- Olha, dá tempo voltar atrás. Eu esqueço o que você falou e a gente viaja pra Bahia. - neguei, com um sorriso triste. 
- Promete que não vai me ligar? Eu também prometo. 
- Não prometo.
- Luan!
- Posso pelo menos continuar te seguindo? 
- Mas você me deu unfollow.
- Mas eu todo dia ia no seu perfil. - deu de ombros, me causando uma gargalhada entre as lágrimas. - Eu venho em dezembro.
- E não vai me procurar, não posso 'não resistir'.
- Você tá me pedindo coisas difíceis demais, não acha? Vai com calma, pô. Meu coração! 
- Você precisa ir. 
- Posso te pedir mais uma coisa?
- Claro.
- Me dá um beijo? - pediu e eu sorri, alisando seu rosto com as duas mãos e logo começando um beijo. Cheio de amor, com gosto de despedida. Encerramos com vários selinhos e eu continuei alisando seu rosto. Eu queria o sentir bem, para nunca mais esquecer. 

Luan cheirou meu pescoço e eu sorri sem graça, levantando. 

- Preciso ir. 
- Fica bem. 
- Boa viagem, tá?! Vai com Deus.
- Fica com Ele. - respondeu, sem me olhar. Peguei minhas coisas e saí, evitando olhar pra trás. Aquele tinha sido nosso fim definitivo. Foi bom enquanto durou. Foi muito bom. Fui a protagonista de uma das histórias de amor mais linda de todas, talvez a que eu sempre sonhei. Talvez a protagonista mais feliz! Nosso amor seria como as tatuagens que fizemos juntos: ficaria marcado para sempre. No nosso corpo ou no nosso coração. 


“Existe uma coisa deliciosa em escrever aquelas primeiras palavras de uma história. Você nunca pode dizer exatamente aonde elas irão te levar. As minhas me trouxeram aqui.”




domingo, 13 de dezembro de 2015

Capítulo 99 (parte 2) - Remember!


Na tarde do dia seguinte, eu gravei o vídeo para o meu canal mostrando como estava meu quarto e o meu closet! Tinha ficado do jeitinho que eu queria, já falei que estava encantada? Antes de começar a gravar, pedi para a minha avó tirar uma foto minha. E depois da gravação, eu postei. 

tataccioly FINALMENTE! Depois de tanto trabalho e quebra quebra, ficou tudo pronto! Adivinhem o que eu estava gravando? Exatamente! Tour pelo quarto, bebê! ✨

                        


Marquinhos me mandou mensagens mandando eu curtir as fotos que ele acabara de postar. Folgado, né?! Mas eu fui, sem pestanejar. Curti a tal foto e até comentei, zoando. No meu feed, tinha foto da minha Naná e eu também curti e comentei. Adivinhem quem eu vi? Priscila definitivamente não estudava, não saía do Instagram. 

lunara ADOREI, @tataironica! Ex bom, é Benzão com a Jaja! #MeYou #JajaNadinha #TataRainha 

                           

Ri e curti. Fui no Ig que ela citou e segui, curtindo algumas fotos dele também. Na mesma hora, Priscila havia me mandado mensagem no direct, perguntando se eu estava gostando da brincadeira do Me & You. Eu respondi que sim, que ela estava me causando muitas risadas. Pediu para que eu fosse nas suas postagens e seguisse os fã clubes que ela acabara de indicar. Eu atendi seu pedido. 

lunara Sigam, gente! Fcs lindos lunara ❤️ Amanhã vou indicar mais quatro, coloquem foto da tatá/lunara e comentem SÓ UMA VEZ. Escolherei ou... tentarei né.


                     


Segui-os e também curti algumas fotos. Uma especialmente me chamou atenção e eu ampliei-a, ficando olhando-a por um bom tempo. 

addictionluanjo “E esse nosso jogo de ciúmes é ridículo. Até quando a gente vai ficar nesse morde e assopra? Será que você não percebe que o nosso querer é maior que a nossa indecisão? Você faz as coisas, e olha nos meus olhos pra ver minha reação. Eu sei que você olha. Eu finjo que estou com a cabeça pra lá de bagdá, mas meus olhos estão na tua retaguarda. Sorrio, querendo chorar. Faço coisas no impulso de te ver bravo, e sei que você fica. Vejo nos teus olhos que fica. Então, até quando vamos ficar nessa bobeira? Se entrega logo de corpo e alma. Me dá tua mão… eu vou te guiar por um caminho que você vai sorrir. Confia em mim, amor insano. ” Remember lunara ❣ @luansantana @tataccioly @lunara #RememberLunara 


                           


Curti e saí, sorrindo. Éramos até um casal bonitinho, vai?

 Priscila com suas maluquices, fez o "lunara" ficar muito famoso. Já estava com 50K e a cada dia conquistava mais follows e follows de famosos.

Segunda-feira, 12 de outubro de 2015. 

Feriado! Ou dia das crianças, como preferirem. Como é bom acordar tarde e como almoço ter a deliciosa lasanha da vovó! Tínhamos uma visita, uma nova namorada do meu tio. Ele era assim, rápido. Terminou com Mayra porque talvez tenha a traído e agora, estava com uma ainda mais nova que ela. Ele não tomava jeito! Depois que se separou da mãe do Alexandre, nunca mais teve um relacionamento duradouro. Preferia as novinhas, era um mulherengo. Minha avó gostou da moça e eu até me admirei disso. Como era dia das crianças, minha avó pegou os seus famosos álbuns de fotografias e nós começamos a olhar. Eu pequena (mais do que já sou). Ri de várias, dá uma saudade né?! Como eu ainda não tinha postado nada, arrumei algumas e tirei uma foto. 

tataccioly "Doce criança, estende a luz da esperança.." Feliz dia das crianças, com muito remember ❣


                        


Fiquei olhando algumas fotos e de novo, vi a hashtag "remember". Dessa vez era Priscila. Elas não eram umas fofas? 

lunara Feliz dia das crianças! Principalmente pros meus meninos, Benzão e a Maravilhosa! Ótimo dia para um remember lunara ❤️ @tataccioly @luansantana

                     


Eu lembrava daquela foto, Rober que havia tirado. Ele estava nos zoando e pediu que fizéssemos uma pose. Luan, resolveu fazer charme e beijou o canto da minha boca. Um seliinho meio torto? Eu que postei, naquela época Luan ainda não postava nada nosso. Recordando isso, eu lembrava que já estávamos na semana do seu show que teria aqui, em Fortaleza. Os outdoor's espalhados pela cidade e a rádio, faziam questão de me atormentar com essa data. 

Passei mais algumas fotos e MAIS UMA VEZ, uma foto nossa. Ou, chega né?!

brilhalunara "A gente só saiu pra jantar e foi ficando..." Remember Lunara ✨ #RememberLunara @luansantana @tataccioly 




Curti e bloqueei o celular. Balançando a cabeça atrás de outros pensamentos. 

Luan's POV.

Terça-feira, 13 de outubro de 2015. 

Já era mais de meia noite, então já não era mais feriado. Estou voltando pra casa, incomodado com a ideia de olhar para a Bruna. Ela não pediu desculpas e desde aquele dia estávamos sem nos falar. Ela saía de casa quando eu chegava e eu preferia viajar e fazer meus shows, só para não correr o perigo de vê-la. Vindo do Rio Grande do Sul, eu teria dois dias para descansar. Terça (hoje) e Quarta. Quinta eu teria uma premiação e Sexta, eu iria para perto dela. Desde o dia que descobri toda a verdade, eu estava sofrendo muito. Cometi a pior injustiça e agora eu teria que arcar com as consequências. Aproveitei esse tempo para deixar o orgulho de lado e pedir desculpas pros meus amigos: Marquinhos e Rober. Eles só queriam o meu bem e eu estava cego. Marquinhos desculpou, passando na minha cara que conversar com a Tanara não seria tão fácil assim. Eu sabia. E em todos esses dias que eu não consegui dormir, eu tentava criar forças e coragem para enfrentar todos os obstáculos e procurá-la, pedir perdão. Eu sei que não seria fácil, mas eu não sou o tipo de cara que desiste fácil. Durante minhas insônias, nossas memórias vinham com tudo e me fazia chorar. Remorso, medo. Medo de perdê-la de vez. Só depois de passar por tudo, eu posso ver com mais clareza o quanto eu gosto de Tanara. Chega a ser algo impressionante. Não dava pra fugir por covardia, eu precisava disso, a procuraria! Não tinha nada para fazer e então fui para o Instagram, na esperança de olhar fotos nossas. Me davam esperanças (me iludiam, talvez). Agradeci a mim mesmo por não ter dado unfollow na Priscila, apesar dela não ter papas na língua. 

lunara Dia 17 chegando, e eu não sei porque, prevejo Lunara brilhando. Brilhando no tapa que a Tatá vai dar nele, ou talvez numa conversa de perdão, ou talvez numa recaída meixxxxxmo. REMEMBER, LUAN! #RememberLunara #17oct #Eita @tataccioly @luansantana 


                     



Será que ela trabalhava como cigana, nas horas que não estava postando loucuras no Instagram?

Tanara's POV. 

Quinta feira, 15 de outubro de 2015. 

Tinha ido no salão me cuidar por completo (se é que me entendem) e depois disso, tirei a tarde livre. Estava um pouco nostálgica, já que depois de amanhã era o grande dia dele pisar em solo cearense. Tentava ocupar minha cabeça ao máximo, só pra não ficar me torturando com isso. Liguei pra minha mãe, conversei com minhas amigas por um bom tempo, postei foto, olhei a repercussão do meu último vídeo (Tour pelo quarto) e nada me aquietava. O quê que estava me incomodando? Por que eu estava nervosa? Já havia anoitecido e eu fui olhar com quantas curtidas estava minha última foto. 

tataccioly Como é bom ficar assim, sem ter nada pra fazer...




Fiquei olhando, olhando, e me arrependi. 

lunara É DEPOIS DE AMANHÃ, BRASIL! CHORAAAAA BEBEL!! Ou, chora Jaja! (: #17oct #RememberLunara 


                                


Bloqueei o celular, suspirando tediosa. Luan aqui era tudo que eu NÃO precisava! Contei que minha avó e meu primo viajaram? É, não tinha realmente nada para fazer. Procurei um filme qualquer e fiquei assistindo. Depois outro, e outro, e outro... Assim deu 00:00. Eu tomei banho e vesti meu camisola. Aquele dia já tinha dado o que tinha que dar! O sol vai raiar novamente, outro dia estar por vir. Eu tinha planos de acordar cedo e começar meu dia bem, indo de ótimo humor para a minha faculdade. Mas nem tudo acontece como queremos. 

Luan's POV. 

Três dias em casa e o suficiente para eu ficar inquieto com a presença da Bruna. Demoraria muito para eu perdoa-la, e o primeiro passo ela não deu: não se deu ao trabalho de ao menos pedir desculpas. Mas serviu para conversar com a melhor pessoa que podia me aconselhar naquele momento tão ansioso e decisivo pra mim: minha mãe. Tudo passa, e o dia 15 chegou. Passei o dia em casa e de noite fui para a premiação, "Meus Prêmios Nick 2015", em São Paulo mesmo. Eu ganhei e fiquei muito feliz, até disfarçou um pouco meu estado, meu nervosismo. Nervosismo pra quê? Simples, daqui eu iria para Fortaleza. Meu show de amanhã era em Ubajara-CE e eu podia dormir em casa e ir só amanhã. Mas não, eu precisava resolver isso LOGO. Chega de medo, de pensar, de deduzir o que ela faria. 

Decidido, assim que saí da premiação fui para o meu jatinho. Tudo já estava pronto, já havia avisado a todos. Horas depois, eu pousei no aeroporto de Fortaleza e atendi as três fãs que tinham ali. Elas talvez deduziram que eu iria passar o dia em Fortaleza para ir pra cidade de carro, ou sei lá, elas simplesmente apostaram e tiveram sorte. E a partir daí, eu já roía todas as minhas unhas. Dei o endereço da casa de Dona Fátima. Roberval não parava de resmungar, perguntando se eu estava certo mesmo do que eu iria fazer. Alguém manda ele parar de me desencorajar? Eu levei um bom tempo para criar coragem e ele está estragando tudo. Puta merda. Estacionamos. Já estava a passos dela. Meu coração acelerou, acelerou muito. Eu tinha a impressão que ele sairia pela minha boca a qualquer momento. Mandei Wellignton descer e tocar a campainha, se alguém abrisse eu aparecia. TINHAM QUE ABRIR! Ele tocou uma, duas, três vezes e nada. Ok, desci. Roberval se juntou ao meu segurança para me repreender, me dar 'conselhos', mandando-me parar. Foda-se vocês e seus conselhos, ela vai me ouvir. Não pude ter passado por tanto nervosismo à toa. Eu não podia esperar mais nem um minuto para vê-la, para conversarmos, para ouvir meu tão esperado perdão. Ô Deus, ajuda aí. Toca o coração dela! Eu errei, mas eu sou humano. Não, não. Minha nossa senhora! Eu pedi uma ajuda e não uma chuva. 

 - Luan, entra cara! Aqui deve ser perigoso! Tá chovendo, você tem show, não pode adoecer. - Testa, me irritava. 
- Eu só vou sair daqui quando ela me ouvir. - respondi, enquanto meu dedo apertava freneticamente a porra da campainha. Eu já estava completamente molhado, ela tinha que me atender!