Capítulo 95

Mesmo indo dormir tarde e cansada, tive que acordar cedo. Era o dia de viajar para Fortaleza e precisava arrumar minhas malas. Eu sempre acabo deixando tudo para a última hora. Talvez eu não tenha acordado tão cedo assim, mas pra mim era, já que só de pensar que teria que arrumar tudo, me dava vontade de nem levantar da cama. Mas eu quis assim, então teria que fazer sem reclamar. Tomei café com minha mãe, Gabriel e Alice. Sim, ela veio passar o dia sendo mimada pela madrinha babona. Sentiria tantas saudades da minha bebê! 

- Lare disse que vem pra deixar você no aeroporto. - Gabriel avisou, enquanto eu terminava de mastigar meu bolo. Balancei a cabeça positivamente, já que estava de boca cheia e como sou uma pessoa muito educada, não poderia falar. 

- Seu cabelo tá lindo, Tatá. - minha mãe fez graça, já que eu havia dormido com ele amarrado e com certeza estava tudo, menos lindo.

- Mesmo que estivesse bonito, ia estragar do mesmo jeito. Vai me ajudar, né mãe?! É muita roupa.

- Ajudo, preguiçosa. 

- Eu. - Alice falou com dificuldade, já que ainda estava nas primeiras palavras. 

- Você também quer ajudar a Madrinha, filha? - Gabriel perguntou e ela balançou a cabeça, fazendo ele beija-la. 

- As horas passam voando, Tatá. Vê se cuida, do jeito que é lesada vai perder o vôo. 

- Depois reclama que eu vou embora. Só me ofende, olha aí. Me caluniando de lesada! 

- Dramática também. - concluiu, fazendo Gabriel rir. 

- Me defende, Lice! - falei e ela riu. - Mãe, eu não tô gostando desse esmalte. 

- Por quê? 

- Sei lá. Não tá estranho? - estendi minha mão, fazendo ela olhar mais de perto. 

- Tá bonito.

- Vou tirar. Vou pintar de preto! 

- Além de ter pouco tempo, ainda arranja mais coisa pra fazer.

- Mãe, relaxa. Vai dar tempo, a senhora vai ver! - respondi e ela concordou irônica. Claro que daria tempo! 

Terminei de comer e fui tirar o esmalte, sob os olhares de Alice. Pintei de preto como queria e até que não tinha ficado tão ruim. Como minha mãe sempre tinha razão, as horas voaram e eu me assustei ao olhá-las no meu celular. Desarrumei as coisas que eu tinha no meu quarto, jogando tudo na cama. Como eu fui arranjar tanta coisa? Na minha vinda, não lembro de ter posto tudo isso em mala. Obviamente, voltaria com dez malas a mais do que eu cheguei. Mal tinha começado e logo minha mãe chamou pra almoçar, vindo pegar Alice. Se eu não me apressasse, eu perderia mesmo o vôo. O problema era que cada coisa que eu pegava, eu lembrava de algo relacionado a ela, que vivi em São Paulo. Ou que ganhei de alguém, de algum fã, ou que comprei em alguma viagem... Estava sendo complicado. Além do mais pelo o fato da maioria das coisas só me levarem às lembranças do depilação total é muito melhor. Pegava, olhava, lembrava e suspirava. Foram bons momentos ali naquele quarto, ótimos momentos com ele. Antes de almoçar, eu tomei banho. Vesti um "blusão" de crochê e um short. Almocei bem rápido e voltei para o quarto, acompanhada da minha mãe. Era hora das roupas! E claro, como eu sou a louca das fotos, não podia deixar esse momento passar em branco. 

tataccioly Socorro! Alguém pra vir me ajudar? 

Modéstia parte, era muita roupa, muita bolsa, muito sapato, muitos acessórios... Definitivamente não daria pra levar tudo de primeira. Mas eu e Dona Érika nos esforçamos. Dobrávamos bem pequeno, dávamos um jeitinho; aproveitamos todos os espaços possíveis e até os impossíveis, fizemos ser possíveis. Mas como eu havia falado, não deu pra por tudo. Pus um pouco a mais da metade, estava bom por enquanto. Voltar a morar em Fortaleza não significava nunca mais vir em São Paulo, certo? Sinceramente não sabia que tinha tantas coisas. Depois de uma tarde toda, todas as minhas malas estavam prontas. Fora delas, tinha somente a roupa que eu vestia e a que eu tinha separado para viajar. E claro, as não tão importantes que não deu pra por e eu escolhi buscar em uma visita. 

Estava checando tudo, quando minha mãe me chamou. Disse para esperar um pouco e logo desci, tendo uma surpresa. Naná estava ali! Linda e morena. 

- Naná! - corri para abraçá-la. 

- Oi, Tatá! Vim te ajudar a arrumar as malas. - sorriu meiga e eu ri, da sua gentileza. 

- Chegou tarde demais, Bru! Mas que bom que veio, pensei que já tinha esquecido de mim. - brinquei, fazendo-a rir fraco. - Nossa, já anoiteceu. - olhei para tevê, que passava a novela das 6. 

- Eu falei que as horas voavam. 

- Eu sei, mãe. E deu tempo, não deu?!

- Cê já arrumou tudo? - Bru perguntou. 

- Sim! Quer dizer, não vai dar pra levar tudo, não sabia que tinha tantas coisas assim.

- Eu imagino, sua mimada. Vai precisar de 10 malas pra levar pelo menos a metade. - Naná disse.

- Que nada! Vem cá, vem ver. - peguei na sua mão, puxando-a. - A Alice já tá com sono. - comentei, após ver Alice deitada no sofá com Gabriel. 

- Já, acho que não vai te levar pro aeroporto. - Érika disse, sentando ao lado deles. Subi com Bruna e ela ficou se surpreendeu. 

- Nossa, tem mais do que eu imaginava. Cê tá levando tudo isso e ainda sobrou? - olhou as peças que ficariam. 

- Sim. - sorri sem graça. 

- E esse bonitão, você não vai levar? - falou, se referindo ao Vevê. 

- Eu queria, mas ele é gigante. - sentei, o alisando. - Vou ficar com saudades de você, grandão. - o abracei. 

- Vai deixar pra Dudinha?

- Não. - neguei. 

- Vai deixar pra Alice? - insistiu e eu também neguei. Me olhou desentendida e era a hora certa para pedir sua ajuda. 

- Você sabe quem me deu, não sabe?

- O babaca do meu irmão. - fez careta. Ela não havia se conformado dele não querer nos escutar. 

- Sim, antes da gente namorar. - apertei Vevê, lembrando de tudo. Desde o dia que eu o ganhei, ele virou o meu xodó. Não levá-lo me deixava triste, muito triste, tinha um apresso imenso por ele. Nunca fui uma pessoa totalmente desapegada de coisas materiais; e se tratando de urso, de um urso que eu ganhei do Luan para piorar, era muito doloroso pra mim. Sei que nisso está incluso meu drama, mas o Vevê pra mim era mais que especial. Então, ele não poderia ficar com mais ninguém, do que o próprio que o comprou.

- Eu queria que você desse um recado ao Luan, Naná.

- Você vai insistir em correr atrás dele de novo, Tatá? Já falei que ele não quer ouvir nada, eu tentei milhares de vezes! Amiga, sério, não volta a se humilhar por causa do Luan. Não tem mais jeito. 

- Não é isso. - ri fraco. - Eu já me conformei disso, há muito tempo. 

- Então que recado é esse?

- Eu quero que você peça a ele pra vir buscar o Vevê. Mais ninguém, só ele! Eu não posso levar e eu queria que ficasse com ele, já que foi ele que comprou. 

- Conheço meu irmão, ele não vai aceitar. - riu, convencida. 

- Mas não é isso, não é orgulhinho besta. Não é por querer devolver o que ele já me deu, até porque eu teria que devolver muita coisa! Jóias, sapato, meu celular... 

- É, o Pi adorava te mimar. - sorriu triste. Nossa, que expressão estranha. 

- Adorava. - concordei, estranhando sua expressão anterior. - Mas enfim, é só pelo fato de não querer que fique com alguém além dele. Vevê foi muito especial pra gente, apesar dos pesares. 

- Com a raiva que ele tá de você, amiga, é capaz de rasgar o pobre urso. - riu fraco. 

- Que rasgue, mas a minha parte eu fiz. É uma escolha minha! Você dá meu recado?

- Claro que eu dou.

- Minha mãe vai ficar avisada e responsável de entregar. 

- Tudo bem.

- Então ok. - soltei Vevê, levantando. 

- Ih! Que carinha é essa? Só por que lembrou dele? Nada de tristeza, Naná. Esquece Luan, esquece Vevê... Você vai se mudar! Animação. 

- Uhul! - disse, rindo. 

- Isso mesmo. Olha, vamos tirar uma foto?

- Tá se achando com esse cabelo, hein?! 

- Claro, né amiga? - jogou o mesmo. 

- Mas você tá linda! Combinou real de morena. 

- Obrigada, Naná! Cadê seu celular? - perguntou e começamos a procurar. Quando o achei, ignorei todas as notificações e fui direto para a câmera, passei o dia todo sem olhar pro coitado. Tiramos várias e escolhemos a que mais gostamos. 

tataccioly A mais nova morena do pedaço. Naná ♡ @brusantanareal

Como minha mãe previu, Alice não aguentou e já estava morrendo de sono. Eu e Bruna ficamos jogando conversa fora e fomos encarregados e arruma-lá para dormir. Como eu ficaria um tempo longe da minha pequena, fiz isso com o maior carinho do mundo. É normal ficar triste, não é?! Era uma despedida, de certa forma. A banhei e coloquei sua roupinha de dormir e a fiz tirar uma foto comigo. Registrar aquele momento era importante pra mim! Meus olhos entregavam minha tristeza e eu até tentei disfarçar, o que não adiantou muito. 

tataccioly Hora de dormir, não é Alice? Madrinha já sente sua falta, minha pequena. 

Gabriel veio pega-lá e eu lhe dei um beijinho no rosto. Bruna me disse as horas e eu arregalei os olhos. Sempre era bom chegar cedo em aeroporto e eu já deveria estar arrumada. Corri para o banheiro, sob as risadas da minha amiga. 

Luan's POV. 

Como meu último show havia sido em São Paulo mesmo, eu dormi em casa. Tinha esse dia de folga e já sabia pra quê ele serviria. Passei a madrugada planejando tudo. A minha primeira palavra dita, se deveria levar um buquê de flores ou não... Estava me sentindo um adolescente no seu primeiro encontro e no planejamento, eu percebi que havia esquecido o que tinha acontecido. Pelo menos por enquanto, era bom. Bom pra não ficar me torturando, bom pra não ser tão grosseiro com ela, bom pro conselho da minha mãe dar certo. 

Só fui dormir quando estava tudo pronto, pelo menos na minha mente. Mas infelizmente, meu sono me traiu. Era acostumado a acordar tarde e dessa vez foi pior, por justamente eu ter passado pensando o tempo que eu deveria estar descansando. Acordei quando já estava escuro, e só perceber isso, dei um pulo na cama. O medo que eu tive de já ser tarde, me consumiu por inteiro. Não podia adiar essa conversa com Tanara, não mesmo. Olhei meu celular e relaxei quando vi que eram seis e alguma coisa da tarde. Desci para comer alguma coisa e por sorte, minha mãe estava na cozinha, sozinha. 

 - Come devagar, Luan Rafael. Acordou morrendo de fome?

- Acordei atrasado, mãe. 

- Atrasado? Não meu filho, hoje você está de folga. Não tem show! - riu. 

- Eu sei, Xumba. Estou atrasado para outra coisa. - sorri de lado e ela transformou o riso em sorriso, com uma expressão curiosa. 

- Atrasado pra quê? Se for pra sair com os meninos, ainda está muito cedo.

- É para sair com a menina.

- Então você...

- Vou procurar e escutar a Tanara.

- Ai meu filho, graças a Deus! - comemorou, juntando as mãos. - O que você vai fazer? - se empolgou, com um sorriso imenso. Ela ama a Tanara. 

- Vou levar ela pra jantar, igual a 2013. A diferença é que antes estávamos indo amigos, por estarmos nos sentindo estranhos. E agora eu estou indo para ouvi-la contar sobre os meus chifres. 

- Não fala assim, Luan. Eu sempre desconfiei dessa história, tenho certeza que a Tatá vai te explicar tudo e vocês vão ficar bem.

- Eu tenho essa esperança, mãe. Por mais que eu pareça um idiota assumindo isso, eu estou esperançoso. 

- Não parece um idiota! Você está com essa esperança porque aos poucos foi abrindo os olhos, porque sabe que a Tatá não é capaz disso, porque ama ela. Se não fosse isso, você não estaria decidido a ir. 

- Cadê a Piroca? - mudei de assunto. 

- Saiu, não disse pra onde ia. 

- Melhor assim. Ela com certeza ia me xingar por estar fazendo isso.

- Já falei pra você não se importar com os conselhos da sua irmã, Luan.

- Mas ela só quer meu bem, mãe. 

- Mas parece que ela não quer só seu bem. 

- O que a senhora está insinuando? 

- Estou afirmando que ela fala mal da Tatá pra você e no aniversário da Duda estavam amigas. 

- A Bruna já me explicou isso, quando a Tanara ligou no aniversário dela. 

- Vou descobrir o que está acontecendo com a sua irmã. - disse e eu não falei mais nada, estava concentrado naquele jantar. Preocupado, na verdade. 

Terminei de comer sob seus sorrisos e depois subi, para tomar banho. Queria caprichar, e o meu capricho levava uma certa demora. Tomei banho com calma, debaixo do chuveiro vinha os flash's dos nossos melhores momentos. Estava nervoso. Sim, nervoso como novamente um adolescente. Fica calmo, Luan! Calmo! O pior que pode acontecer é ela bater a porta na sua cara e não aceitar o convite. Ou, confirmar o que aconteceu com o Erick. Merda! Imaginar os dois juntos me dava uma raiva sem tamanho, Tanara despertava meu lado possessivo. Sempre tive raiva da sua simpatia, da sua facilidade em conquistar as pessoas, do seu carisma, do seu humor, por simplesmente a querer só pra mim. Minha menina, só minha. Se caso eu contasse isso, ela me chamaria de fofo. Mas era só eu ter ciúmes que ela se irritava. Aliás, seu desprezo à ciúmes, à posse, foi o que me motivou a não demonstrar esse meu lado no nosso início. Me sequei monitorando as horas, eu ainda tinha um bom tempo. Vesti uma roupa nem tão elegante e nem tão desleixada. Pensei no que ela gostava de me ver também. Arrumei meu cabelo com primor, sempre foi a maior parte da minha vaidade. Me perfumei por completo e observei todos os meus detalhes na frente do espelho, antes de sair. A levaria no mesmo restaurante do dia da nossa primeira vez. Falei com a minha mãe e tentei disfarçar meu nervosismo para ela, que pelo visto estava com um pressentimento ótimo. Torcia para que ela estivesse certa. Me desejou sorte e me abençoou, enquanto eu beijava sua testa. Será que ela achava mesmo que eu e Tanara voltaríamos para casa de mãos dadas, com o nosso namoro reatado? Ria, para  relaxar um pouco. 

Coloquei meus ídolos para tocar no carro, ouvi-los me inspirava para a conversa que eu teria em minutos. Lembrei novamente do nosso jantar, voltamos com ela cantarolando "Dois corações e uma história". Me pediu para levá-la em um show deles, coisa que eu nunca fiz. Me arrisquei parando para comprar um buquê de rosas amarelas, novamente recordando nossa primeira vez. 

Estacionei o carro em frente à sua casa e respirei fundo, tentando conter o nervosismo. Não é nada demais, Luan. Vai dá tudo certo! Saí, segurando o buquê. Parei em frente à porta e eu deveria tocar a campainha logo, mas simplesmente não consegui. Passei a mão no cabelo tantas vezes que até desconfiei que ele havia se bagunçado. Conferi como estava e chequei meu hálito. Eu sabia que estava com hálito bom, mas é melhor prevenir do que remediar, certo? 

- Oi Tatá, eu vim pra te fazer um convite. - ensaiei, fingindo que ela estava na minha frente, ao invés da porta. - Não, seu idiota! Ér... - Oi Tanara, podemos conversar? - neguei com a cabeça. Ela odiava quando eu a chamava de Tanara! - Oi Tatá, eu andei pensando e acho que devemos mesmo conversar sobre o que aconteceu... Trouxe pra você! - entendi o buquê para a porta e levei a outra mão para a testa. Não tinha como melhorar! Deixa de ser frouxo e toca essa campainha, Luan Rafael! Me auto-obedecendo, toquei a campainha com as mãos geladas e me segurando para não roer minhas unhas. Ela abrir a porta e ver aquela cena não pegaria bem. 

Tanara's POV. 

Tomei banho rápido e vesti a roupa que eu havia separado. Passei a chapinha no meu cabelo, mas não por precisão, eu estava gostando do modo que ele estava. Uma calça, um tênis, uma blusa e jaqueta. Estava ótimo para retornar à minha cidade! Passei uma maquiagem básica, não estava no clima para cores fortes. Bruna disse que iria me levar para o aeroporto, junto de Dona Érika. Ana havia mandado mensagem se desculpando por não poder comparecer e Larissa também usou mensagem para avisar que nos encontraria no aeroporto. Dentro do carro a Bruna tentava descontrair, parecendo até que ela estava feliz com a minha ida. Eu ria. Aquela noite estava fria e eu estava sentindo arrepios, o que frisava todo o meu drama para aquela situação. É a vida, certo? Meu vôo foi chamado e até isso acontecer, Dudinha não me soltava. Minha mãe não disfarçava a tristeza e conversava com a Bruna, enquanto eu pensava encarando pontos aleatórios daquele lugar. E na hora que eu tive que me despedir definitivamente, algumas lágrimas saíram involuntariamente dos meus olhos. Abracei forte minha mãe e agradeci por tudo. Enchi minha irmãzinha de beijos e apertei minha amiga também. Larissa com certeza não havia chegado a tempo. Dava tchau, tentando disfarçar com um sorriso as lágrimas que caíam. Entrei no avião com o coração apertado e para mudar meus pensamentos um pouco, pedi para um dos passageiros tirar uma foto minha. Tirou, agradeci, editei, pensei numa legenda e postei.

tataccioly “Toda nova fase exige mudanças. Não podemos descobrir novos horizontes se não estivermos dispostos a abrir mão do nosso lugar atual” ✨ Que Ele me acompanhe em mais esse caminho... 

Espero que a partir de agora, vocês confiem ainda mais em mim. Tudo que está acontecendo estava planejado há muito tempo, muito. Vai valer a pena continuar acompanhando a história desses dois apaixonados, estou tentando inovar e surpreender vocês! ♡